Capítulo 13

836 64 1
                                    

Any

O dia já estava escurecendo e eu já fui em muitos lugares, eu me interessei em dois lugares. Um dos lugares é em uma parte pobre da cidade, o outro era do outro lado da cidade, eu demoraria muito pra chegar. Ainda tenho muitos lugares em mentes só que eu não teria tempo hoje. Vou em mais dois lugares e vou pra casa.

Clínica Psiquiátrica de Los Angeles. Me falaram pra vim aqui, eu já tinha ouvido muito falar sobre, mas nunca fui no lugar onde é. Fica na parte nobre da cidade, inclusive próximo à casa do Josh porque ele mora na parte mais rica né.

O lugar é incrível, tipo muito, se eu não fosse ali pra procurar um trabalho de psiquiatra eu acharia que era um hospital normal. Tinha uma calçada enorme, tinham arvores médias, com bancos, flores, e o enorme prédio, eu estava apaixonada, pelo horário não tinha pássaros mas eu acreditava que durante o dia estaria com um som muito agradável. Fui andando pelo meio das arvores e entrei pela porta giratória de vidro. A recepção era linda, em um tom clarinho o que deixava o ambiente leve, tinha 5 recepcionistas atrás do balcão e de frente cadeiras de esperas que estão ocupadas por algumas pessoas. Andei até o balcão e falei com a primeira recepcionista.

-boa noite- ela sorrio simpática pra mim- eu queria entregar uma carta de recomendação, se eu não puder entregar agora eu volto amanhã.

-pode deixar uma cópia comigo pra eu entregar pro meu chefe- assenti e entreguei pra ela.

Ela fez uma cópia e me pediu meu celular. Como não dava tempo de ir em outros lugares eu decidi que vou pra casa.

Eu vendi muitas flores durante esses dias, minha mãe está sem flores no quintal, eu vou ter que ficar mais uns três dias sem trabalhar pra dar tempo das flores nascerem novamente. E eu não vou negar que nossa condição financeira tem aumentado, não muito, mas um pouco já ajuda, eu trabalhei desesperadamente nessas últimas duas semanas, eu consegui cerca de 50 dólares por dia e meu pai subiu no cargo no trabalho, pra comemorar nossa pequena conquista e a minha carta que amanhã eu teria uma resposta ou não, eu passei num restaurante e comprei comida italiana e até um vinho, o mais barato porque vinho é caro.

-meu Deus o que é isso- minha mãe olhou pra porta e meu pai acordou do cochilo.

-eu trouxe janta e um vinho pra comemorarmos que eu ganhei uma carta de recomendação de cinco professores e entreguei uma cópia algumas clínicas- eles levantaram e vieram me abraçar e eu não poupei as lágrimas. 

-parabéns filha, estou muito orgulhoso de você.

Sequei as lágrimas e minha mãe também, fui tomar banho enquanto minha mãe arrumava a mesa. Liguei pro Josh e contei a novidade pra ele e pra Úrsula que estava do lado dele. Eles ficaram felizes e ela me fez jurar que vou ir com o Josh da próxima vez porque ela estava doida pra me conhecer pessoalmente, o Jaden também pediu que eu fosse e aquilo aqueceu meu coração, aquela família já tinha o meu coração.

Acordei sozinha antes de qualquer raio de sol entrar pela janela, estou inquieta, pensamentos a mil e parece que tem alguém apertando o meu coração. Pode ser só um sentimento ruim, a ansiedade pra ligação ou até mesmo um sonho que eu não me lembro.

Levanto e vou pro banheiro do corredor escovar os dentes, peguei um livro que comprei recentemente sobre psiquiatria, casos reais, é bem interessante. Quando deu 7 a.m. meu pai saiu pra trabalhar e um tempo depois fui fazer café e colocar a mesa.

-acordou cedo hein- minha mãe entra na cozinha.

-não sei o que deu em mim, acordei antes do sol.

Fiquei a manhã toda conversando com ela, e em hora nenhuma o assunto faltou, a gente conversou sobre tudo, sobre minha nova futura rotina, e ela decidiu que vai vender as flores aqui em casa, vai pedir pro meu primo que meche com computadores pra ele fazer um aplicativo pra ela vender.

-boa tarde, como posso ajudar?- levanto da mesa do almoço pra atender o celular.

-boa tarde, gostaria de falar com Any Gabrielly, é da Clínica Psiquiátrica de Los Angeles.

-é ela- digo apreensiva.

-queria saber se pode vir aqui pra conversar sobre a carta com o chefe.

-oh, claro, que horas eu posso ir?

-ele está disponível agora e no fim da tarde.

Me despedi dela e corri pra cozinha avisar meus pais e saí correndo pro meu quarto, vesti uma camiseta branca, uma calça jeans clara e um tênis preto da vans. Peguei minha bolsa, joguei o celular lá, deu um tchau corrido, liguei o carro e sai em uma velocidade permitida pra não levar multa em um carro que não é meu.

-boa tarde...- ele olha na folha- Any Gabrielly- assinto- sente-se por favor.

Me sentei numa cadeira de couro preta e ele ficou analisando umas folhas que acredito ser meu currículo e a carta. Ele parecia ser sério, alto, negro, com cabelos pretos e muito bem arrumado. Ele me perguntou algumas coisas sobre mim e a faculdade.

Aquela clínica era enorme, na parte da frente era a recepção, em seguida quatro corredores com salas que tinham os nomes dos médicos, um enorme jardim de inverno com corredores de vidro, aquela parte de trás era onde os pacientes iam pra se tratarem, do lado direito era os que iam pra tomar remédio na veia- ema explicação resumida pra vocês- isso acontece quando é não muita grave o caso e quando está no fim do tratamento, do lado esquerdo era pra casos mais graves, internação, e no fim de tudo era um espaço de vidro dando uma luz natural e na área coberta tinha um refeitório com várias e várias mesas. Aquele lugar era incrível. p senhor me explicou sobre as visitas aos hospitais e prisões.

-as visitas não são constantes, acontecem de 2 a 3 vezes no mês, vamos voltar lá pra dentro- andamos até os corredores com salas.

No segundo corredor, era claro e bem ventilado, das 6 portas 2 não tinham nomes. Ele abriu a porta da sala 5, era média, com cores pasteis, cinza e branca com alguns detalhes em verde, um sofá cinza com algumas almofadas que combinavam com a sala, uma mesa com um notbook, umas canetas, e uns outros papeis que acredito serem fichas e papeis pra receita médica, prateleiras brancas com alguns objetos, em frente à mesa duas cadeiras verdes, e por fim uma porta que acredito ser o banheiro.

-está meio vazia ainda mas você pode decorar do seu jeito mais pra frente- olho pra ele- está contratada- ele sorri.

Eu fui contratada, eu vou trabalhar numa clínica enorme e perfeita, trabalhar com o meu sonho. Eu fui contratada.

Eu fiquei muito tempo parada ainda raciocinando as duas palavras que me fizeram querer gritar e pular como uma criança que consegue o que quer. O Sr. Robert voltou com a papelada pra eu assinar e estar definitivamente contratada. Eu começaria amanhã como fase de teste e iria receber muito mais que imaginei e olha que esse mês era só fase de teste.

Eu entrei no carro aos prantos, a minha ficha tinha caído, e a primeira pessoa que me veio na cabeça foi o Josh e eu logo liguei pra ele.

-oi An... o que aconteceu?- ele senta na cama- fala pra mim.

-eu começo a trabalhar amanhã, eu fui contratada.

-oh vida isso é ótimo, onde?- apoio o celular no volante.

-Clínica Psiquiátrica de Los Angeles- soluço- eu ainda não acredito.

-é tudo que merece pequena...

-vem almoçar filho- Úrsula entra no quarto- está falando com sua garota?- ele assente e eu sorrio- oi filha, porque está chorando?

-eu vou começar a trabalhar, agora oficialmente como uma psiquiatra.

-parabéns filha, tenho certeza que se dará muito bem- ela senta na cama- agora se me permite eu vou levar o seu garoto pra comer, ele não anda comendo viu...

-Joshua- repreendo ele- porque não quer comer?- ele dá os ombros- vá comer, e se ele não comer você me liga Úrsula.

-pode deixar.

Desligo a chamada e rumo pra casa, eu começo a trabalhar amanhã e eu nunca estive tão animada. Assim que coloquei o pé em casa minha mãe me encheu de perguntas e em resposta eu sorri e ela entendeu porque veio me abraçar, ela ligou pro meu pai e ele disse que voltaria mais cedo.



2/5

I will move mountains Onde histórias criam vida. Descubra agora