Carta 9

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Querida Tessa,

Sabe quando você tem aquela sensação de que não poderia estar mais feliz? Eu me sentia dessa forma desde que chegamos à Escócia.

Ali não haviam problemas e nem haviam compromissos, éramos apenas nós dois, andando pela cidade de mãos dadas e voltando para o nosso quarto ao fim daqueles dias. Completávamos uma semana ali, conhecendo cada pedaço daquela cidade durante o dia, algumas vezes com guias turísticos e outras vezes apenas nós dois, e depois passávamos as noites perdidos um no outro sobre a nossa cama. Aquela era a melhor lua de mel de todo o mundo e tinha valido cada dia de espera por aquela viagem.

Eu sentia um peso sobre mim enquanto despertava e abria os olhos com preguiça, encontrando minha linda esposa sobre mim naquela manhã, os cabelos soltos sobre as costas, uma camisola fina cobrindo o corpo e o sorriso amplo ainda nos lábios. Passava horas daquelas noites olhando-a dormir e esperando pelo momento em que toda aquela felicidade deixaria sua expressão, mas nem no sono isso acontecia.

Você me cumprimentou com um uma voz baixa e doce, os lábios depositando beijos pelo meu rosto até chegar à minha boca. Alguém parecia muito animada naquela manhã e, despertando do sono que ainda deixava meu corpo letárgico, senti que também estava animado, em outro sentido, e não tinha nada a ver com a costumeira rigidez matinal e sim com o corpo perfeitamente acomodado sobre o meu.

- Você deveria fazer a barba... – Suas palavras saíram contra o meu pescoço, me fazendo rir.

Eu não chamaria aquilo de barba, ainda era algo não muito volumoso e só me irritava por ter que ficar raspando todos os dias. Sabia que você gostava, já tinha me dito isso, mas às vezes ainda assim reclamava quando estava muito curta, pois arranhava durante o beijo.

- Não trouxe um valete. – Justifiquei, minhas mãos segurando sua cintura e o seu pescoço, trazendo seus lábios aos meus outra vez.

- Você nunca precisou de um para se vestir ou barbear.

Eu tinha uma esposa muito espertinha e não havia formas de fugir dela ou inventar desculpas. Assenti, roçando propositalmente o rosto pelo seu pescoço. Senti a pele arrepiar com o meu contato e seu quadril rebolando sobre mim, acomodado perfeitamente sobre meu corpo.

- Quanto tempo temos antes de pegarmos o barco? – Perguntei, beijando a pele arranhada pela barba. – Precisarei ser rápido ou podemos ir com calma hoje?

Fui recompensado com um gemido quando minhas mãos deslizaram para baixo pelo corpo delicado e encontraram o centro da feminilidade. A leve umidade ali denunciava que minha querida e amada esposa já estava excitada, mas não o suficiente para o que eu queria ainda.

- Nós podemos ir com calma e passarmos mais uns dias aqui. – A sugestão veio em um tom manhoso enquanto eu tinha sua pérola inchada entre os dedos.

Ri contra seu pescoço. Nós embarcaríamos para Glasgow naquele dia e, apesar de empolgada para conhecer a nova cidade, você ainda queria mais tempo em Edimburgo.

- Me diga as horas, Tess. – Pediu, mordiscando sua pele sensível no vale entre o pescoço e a clavícula.

Arranquei a camisola que ainda protegia seu corpo, então você virou o rosto para trás, procurando pelo relógio do quarto. Entrei em sua fenda com dois dedos, recebendo um gemido mais alto enquanto você olhava as horas.

- Seis... aah... e meia... – seus gemidos me motivavam e capturei seus lábios outra vez enquanto meus dedos ainda trabalhavam.

Seis e meia. Você tinha me acordado mais cedo e eu acreditava que aquilo era de propósito, com as intenções claras de começar o dia exatamente da forma como estávamos naquele momento.

As cartas do marquêsOnde histórias criam vida. Descubra agora