7. Árvore cor-de-rosa

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DEZEMBRO DE 1837,

"NÃO CONSIGO NÃO OS MIMAR."

Enquanto a neve caía do lado de fora da casa, Tessa tinha reunido todas as crianças para leva-las até a sala de estar com a ajuda de Storms, que cuidava dos filhos de Charlote depois de Levi ter dito que precisava da ajuda deles para fazer uma surpresa para a esposa, então eles passariam aquela manhã cuidando dos quatro também.

Henry tinha acordado mais cedo e saído no meio da neve para ir até a cavalariça da propriedade e só voltava naquele momento, junto dos criados que levavam a árvore e a posicionavam no lugar onde deveria ficar. Tessa tinha ficado encarregada de cuidar para que todos estivessem prontos e esperando por ele quando chegasse ali. E ela executara sua tarefa com facilidade, ao que parecia, pois chegou logo após a invasão das cinco crianças, com um sorriso enorme enquanto os acompanhava.

Os cinco pararam no meio da sala, olhando para a árvore posicionada ali com olhos admirados pelo tamanho dela. Henry estava parado bem ao lado da árvore enquanto os criados saíam e focava a sua atenção especialmente em Agatha, que não parecia tão feliz quanto o irmão gêmeo ou os primos, afinal, aquela árvore não era rosa.

- Ela é enorme! – John exclamou enquanto Frederico emitia um "uau" mudo.

- E verde. – Agatha não parecia tão feliz quanto o irmão. Seus olhos voltaram-se para o pai. – Queria uma árvore cor-de-rosa...

Henry sorriu pelo franzir de frustração nos lábios da menina que a deixava igualzinha à mãe.

- Isso é porque essa não é a sua árvore. – Ele deu uma piscadela para ela e abaixou-se atrás do sofá ao seu lado. – Esta é a sua.

Os olhos azuis de Agatha se arregalaram quando ela viu a árvore que, apesar de ter menos da metade do tamanho da outra, era rosa. Henry empurrou-a um pouco para o lado até ficar ao lado da árvore maior e assistiu enquanto a filha corria até a árvore com a boca aberta em surpresa.

Ele afastou-se um pouco da filha, que já tocava a árvore para ver se era mesmo real – e Henry agradeceu por ter pintado a árvore de madrugada para dar tempo de secar – e puxou suas luvas discretamente, que estavam nas costas do sofá, e calçou-as rapidamente para esconder as mãos, mas não antes de Tessa ver as mãos do marido ainda com resquícios de tinta rosa. Ele lançou uma piscadela a ela com um sorriso cúmplice.

- Onde você a encontrou, papai? – Perguntou a menina, parecendo muito feliz com a árvore rosa.

Henry coçou a nuca com um olhar sério para a filha.

- Dessas só existe no Polo Norte, querida. – Contou ele. – Foi muito difícil conseguir chegar até lá e conseguir a autorização do Papai Noel para trazer uma. Ela também não deve durar muito tempo aqui, vai murchar em alguns dias.

Nem aquilo pareceu deixar Agatha triste.

- Eles também têm árvores vermelhas? – John perguntou, puxando a mão de Henry. – Eu quero uma vermelha!

Tessa riu, lançando ao marido um olhar que dizia que ele se encrencara ao inventar aquela história.

- Quem sabe no próximo natal? – Sugeriu ele ao filho. – O Papai Noel já tinha vendido todas as vermelhas.

John assentiu, empolgado, e correu para junto dos primos, que já reviravam as caixas de enfeites e escolhiam os que iriam colocar na árvore pessoalmente. Storms tinha Charles no colo, que brincava com uma pinha que deveria ser colocada na árvore também, e ajudava Marie e Olívia com os outros enfeites. Agatha escolhia todas as pequenas renas de madeira coloridas para a sua árvore rosa.

As cartas do marquêsOnde histórias criam vida. Descubra agora