6. A comemoração

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DEZEMBRO DE 1837,

UM CAPÍTULO ESPECIAL CHARLOTE E LEVI.

A véspera de natal chegou com uma neve fina caindo do lado de fora das janelas. A manhã estava preguiçosa e foi difícil para Charlote sair da cama, mas ela conseguira se arrastar para fora do colchão extremamente aconchegante que aquela cama divina tinha.

Tessa era realmente uma mulher de muita sorte por ter conquistado um homem que, além de ser o genro que Margot sempre sonhara para a filha mais velha, ainda era carinhoso, atencioso e apaixonado por ela – e rico, muito rico, a ponto de manter uma casa daquelas apenas para férias. Não que Charlote estivesse reclamando do seu próprio marido, Levi era tão bom quanto Henry e ela era muito apaixonada por ele, ela apenas ficava feliz em ver a irmã feliz ao lado do marido, depois de tudo que passaram – assim como ela era feliz com Levi.

Um suspiro escapou de Charlote enquanto ela olhava sua imagem no espelho e trocava o vestido verde e o azul à frente do seu corpo, ainda vestida apenas com uma camisola diáfana. Ela levou os dois junto de si até a porta do quarto de vestir e olhou para o seu marido ainda na cama, deitado e com os braços flexionados sob a cabeça, o tronco todo exposto.

- Amore mio. – Chamou ela, atraindo a atenção dele para o vestido azul que tinha à frente do corpo. – Azul ou... – ela trocou o vestido pelo verde. – O verde?

Levi abriu um sorriso, aquele tipo preguiçoso e despreocupado.

- Você vai ficar linda nos dois. – Respondeu ele, fazendo-a revirar os olhos. – Mas o azul é meu preferido.

Ela voltou a peça azul para a frente do corpo. Ele era feito em um tecido mais grosso, todo bordado, e tinha a cintura muito alta, as saias eram mais volumosas que o verde.

- Azul, então. – Decidiu, lançando um sorriso ao marido.

Levi piscou um olho para ela e Charlote voltou para dentro do quarto de vestir para poder usar o enorme espelho dali para se arrumar para aquele dia. Henry e Levi tinham saído para procurar pela melhor árvore de natal na tarde anterior e, naquela manhã, as crianças iriam decorá-la, ela queria ver seus filhos fazendo isso e ajuda-los.

Ela prendeu seus cabelos castanhos em um coque para poder se vestir e já ia tirar a camisola quando ouviu um barulho no quarto e a voz do marido. Imaginou que fosse alguma criada oferecendo ajuda para que ela se vestisse, mas Levi a dispensou rápido e Charlote ouviu a porta do quarto se fechar, então, alguns segundos depois, ele apareceu na porta do quarto de vestir, recostando-se contra o arco com um sorriso no rosto e vestindo apenas o calção. Charlote encontrou seu olhar pelo espelho, se prendendo nos olhos verdes do marido depois de percorrer o rosto com expressão de sono e os cabelos bagunçados.

- O que foi? – Perguntou ela, curiosa.

Levi não respondeu, apenas avançou até ela com passos lentos e parou logo atrás de Charlote, virando-se para si, então tirou o vestido que ela tinha em mãos e jogou para a poltrona no canto do ambiente.

- Você não vai precisar disso aqui por enquanto. – Ele falou antes de beijar o rosto dela e entrelaçar seus dedos, puxando Charlote de volta para o quarto.

Ela se surpreendeu ao ver um carrinho cheio de comidas ao pé da cama.

- O que isso significa? – Perguntou Charlote.

Levi parou ao lado do carrinho e puxou seu corpo para perto do dele, enlaçando a cintura de Charlote.

- Nós ainda não tivemos tempo de comemorarmos à sós e eu achei que essa seria uma boa oportunidade. – Explicou ele, olhando-a nos olhos enquanto ainda tinha o sorriso tranquilo nos lábios. – Minha esposa é uma escritora que está mais famosa a cada dia e nós precisamos brindar a isso, não?

As cartas do marquêsOnde histórias criam vida. Descubra agora