Cap. 2 - Pirâmedo

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*Dipper*

Acordei com a cabeça pesada e reparei que estava deitado. Sentei-me e olhei em redor. Estava num quarto de paredes e teto negros e o chão era feito de... pedra? Eu estava sentado numa cama de casal com lençóis negros e almofadas amarelas com um olho cada uma.
Tentei levantar-me, mas meus pulsos estavam acorrentados com correntes azuis brilhantes. Puxei-as para tentar libertar-me, mas não tive sucesso.

- Vejo que finalmente acordaste.

Uma única frase me fez arrepiar dos pés às pontas dos cabelos, precisamente porque eu reconhecia a voz.

- Estava a ficar aborrecido esperar que acordasses, Pinheiro.

- O que queres de mim, Bill? Onde está o meu tio?

- Ei, ei, calma. Eu não fiz nada com o teu tio... ainda. Eu não lhe vou fazer mal, se ele fizer o que lhe disser.

- Porque estás a fazer isto? Qual é o teu objetivo com invadir a Terra?

- O meu objetivo? Eu quero governar todas as dimensões do multiverso e trazer diversão às mais entediantes.

- Tu és um louco!

- Já me chamaram pior.

- A minha família virá nos buscar, mais cedo ou mais tarde, e iremos acabar contigo!

Bill parecia ter perdido a sua diversão. Um brilho envolveu-o e fê-lo mudar de forma. Quem estava no lugar de Bill já não era um doritos voador com um olho, braços e pernas, e sim um garoto com aparência de 19 anos, pele morena, cabelo loiro e uma pala sobre o olho direito.
Alguém pode abrir uma janela, por favor?

- Gostaste da minha forma humana, Pinheiro?

- Po-Porque me trouxeste para aqui?

- Como disse antes, tu és esperto o suficiente para conseguir libertar a tua irmã da minha prisão mental. No entanto, seria uma pena deixar alguém como tu à mercê dos monstros lá de fora. Sinto que me vais ser útil um dia.

- No que eu seria útil para ti? Para servir de fantoche de novo?

- Quem sabe? Posso ser um demónio, mas não posso viajar pelo tempo e ver o futuro. Por enquanto ficarás aqui. - Falou enquanto se dirigia à porta. - Ah, e não tentes fugir. Todos os meus amigos sabem que deves estar aqui e não hesitariam em me dizer se saíste. Já agora, ficas bem com essa roupa, Pinheiro.

Só quando ele falou isso é que reparei no que estava a vestir: uma única túnica branca que me dava pelo joelho, sem mangas e uma corda dourada como cinto.
Ele tinha trocado a minha roupa!

Fiquei com o rosto como um tomate por algum tempo até minha barriga roncar. Droga, estava com fome.
Ouvi um tilintar de um pequeno sino e olhei para a frente. Em cima da cama estava uma mesinha para "pequeno-almoço na cama" com alguma comida, sumo de laranja, de cenoura e água.

- Aaahhhh, de onde veio isto!?

Meu estômago roncou de novo assim que senti o cheiro da comida. "Já que está aqui, porque não como um pouco? " Pensei. "Mas... e se estiver envenenado? Melhor não tentar a sorte. Já sorte tive do Bill não me ter matado lá fora. "

- Certo, eu não vou comer.

"Pensei que estivesses com fome..." Ouvi a voz do Bill dentro da minha mente, como se ele tivesse sussurrado ao meu ouvido.

Com mais um tilintar, a comida desapareceu, mas nem percebi. Meu rosto estava muito vermelho e só conseguia pensar em como a voz dele soava daquela forma.

Eternamente meuOnde histórias criam vida. Descubra agora