Cap. 14 - Califórnia

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Atenção: Este capítulo contém insinuações de abuso sexual, prostituição, agressão física, entre outros. Se não estiverem okay com estes conteúdo, por favor, passem para o próximo capítulo. Obrigada.

*Dipper*

Já se passaram quatro anos desde aquele dia. Aquele nostálgico último dia de verão, aquele dia em que vi Bill, mesmo que sua estátua, pela última vez. Muita coisa mudou desde então. Bem, nem tudo mudou. 

Eu e Mabel ainda somos inseparáveis, e meus pais ainda me tratam como o filho que nunca quiseram ter.

Bem, quando eu tinha quatorze anos, fui... como dizer, ... abusado sexualmente por um colega. Infelizmente perdi minha virgindade nesse dia. Não cheguei a contar a ninguém porque, no fundo, eu gostei. Sei que soa estranho, mas desde então vejo o mundo de uma forma diferente. Foi aí que tive a ideia de ganhar dinheiro para poder voltar para Gravity Falls, para os meus tios e amigos, sendo prostituto.

Basicamente garotos pagavam-me em segredo e tinham uma noite comigo. Depois disso, nenhum de nós podia contar para ninguém o que aconteceu. Isso fazia parte do acordo entre mim e eles.

Graças à prática, fiquei bastante experiente nesses assuntos, sabendo várias maneiras diferentes de fazer a mesma coisa e como fazer aquilo acabar rápido, deixando-os satisfeitos e me divertindo.

Lá no fundo, eu não estava a fazer mais do que ganhar dinheiro e treinar para se algum dia voltasse a ver o meu amado Bill. Por falar nele, sinto muito a sua falta. Penso nele todos os dias. Quando estou triste, sinto como se ele estivesse do meu lado, o que me reconforta bastante.

Já ando com o meu hobby de prostituto à quase dois anos e meio, desde que ganhei coragem para começar.

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Estou no outono/inverno dos meus dezassete anos. Sinceramente, só vou às aulas porque os meus pais não suportam olhar para mim, pois já acabei o meu 12º ano no ano passado. Sim, eu pulei dois anos. Eu não tenho amigos, por isso só quero voltar logo para Gravity Falls e, se a Mabel quiser vir, que venha. Era fim de semana quando tudo começou.

Eu e a minha irmã estávamos a conversar, antes de irmos dormir.

- Ei, Dipper. Eu tenho saudades de Gravity Falls. Tu não tens? - Perguntou Mabel.

- Sim, tenho. Só quero voltar para lá o mais rápido possível.

- Porquê? Não gostas de estar aqui?

- Se queres que eu seja sincero, odeio esta cidade. Odeio esta casa. Do fundo do meu coração.

- Mas, porquê?

- Tu és a filha favorita, é óbvio que os pais te tratam bem. - Falei, olhando para o chão.

- Tenho a certeza que os pais não têm favoritos. Que te amam também.

- Ah, a sério? - Perguntei, sentando-me na cama e tirando a camisola. - Diz-me, onde isto é amor?

Mabel estava em choque. Meu corpo estava cheio de marcas de cortes e cicatrizes.

- O-O que é isso? - Perguntou, confusa.

- Os "castigos" que eles me dão. 

- Meu deus, não pensei que fosse tão mau.

- Pois, nunca ninguém pensa isso. - Falei, voltando a vestir a camisola.

Antes que eu me pudesse voltar a deitar, ela saltou da sua cama e me abraçou, um abraço que eu estava precisando à muito tempo.

- Não te preocupes Dipp, isto não vai ficar assim. - Falou Mabel com voz séria. Nada de bom viria daí.

-Transição de tempo-

Uma semana se tinha passado, tinham chegado as férias de Natal. Mabel estava a divertir-se com suas amigas na casa de uma delas, e eu estava no meu quarto lendo.

Estava tudo calmo, até começar a ouvir passos furiosos a aproximar-se.

"O que foi agora?" Pensei.

Minha mãe entrou no meu quarto bruscamente, visivelmente irritada. Nas suas mãos ela trazia um chicote.

Levantei-me, pois assim seria mais fácil esquivar, se fosse preciso.

- O que precisas, para entrar no meu quarto assim? - Perguntei calmamente e com desdém.

- Eu não gosto de como estás a falar para mim. Este quarto não é teu, a casa é minha, tu só dormes aqui. E já agora, quem disse que podias fazer queixa à tua irmã de como te educamos?

- "Educam"? Isso não é "educar", é "maltratar".

- Como te atreves a responder-me assim? - Disse ela, erguendo o chicote.

Ela o balanço uma vez, depois outra, é mais uma vez, e eu consegui esquivar sempre. Até que ela me apanhou de guarda baixa e me acertou, com força suficiente para me atirar para trás.

- Não sei porque ainda não me livrei de ti. - Falou, tirando uma faca sei lá de onde.

Quando ela a elevou acima de mim, eu fechei os olhos. Tudo iria acabar agora, finalmente eu descansaria em paz.

"- Dipper! Dipper! Ah, estás acordado.

- Quem está aí?"

Estava tudo escuro, eu não conseguia ver nada. No entanto, era uma escuridão quente, confortável. Depois de algum tempo, aquela voz voltou.

"- Já não te lembras de mim? Que tal uma dica? Meu docinho de menta.

- Bill?

- Sou eu! Não te preocupes, Pinheirinho, eu vou salvar-te.

- Mas, como?

- Espera e vê, meu impaciente..."

*Narradora*

Dipper estava sentado no chão, tentando proteger-se da faca que sua mãe empunhava. Foi quando ele apertou os olhos, fechando-os com mais força que uma coisa "estranha" aconteceu.

A faca, assim como vários outros objetos no quarto, começou a irradiar uma luz azul ofuscante, levitando no ar. A mulher foi obrigada a largar a faca, que tinha começado a ficar muito quente, adotando uma cor vermelha.

Ela estava assustada com o acontecimento. Recuou até à parede, afastando-se o máximo possível do filho.

A faca virou na direção dela e disparou a toda a velocidade, errando por milímetros, cortando assim um tufo de cabelo dela. Nesse momento, todos os objetos flutuantes caíram com um grande estrondo, deixando o quarto desarrumado.

A mulher estava apavorada. Quase tinha sido acertada por uma faca! Ainda em choque, escorregou pela parede, sentando-se no chão. Foi então que Dipper abriu os olhos e seu pai entrou rapidamente no quarto.

- O que aconteceu aqui? - Perguntou, espantado.

Ajudou a sua esposa a levantar-se.

- Estás bem? O que ele fez?

- Seu pirralho! - Começou ela. - Seu monstro! Damos-te uma casa e comida e é assim que nos tratas!? Já chega! Estou farta de ti! Começa a fazer as tuas malas, vai mudar-te de vez para Gravity Falls depois de amanhã!!!

Com a ajuda de seu marido, a mãe de Dipper saiu do quarto, deixando o garoto estático no chão.

"Bem... não sei o que aconteceu, mas, por uma vez, consegui o que queria. Agora, o que faço com o dinheiro que estive a guardar nestes últimos anos?" Pensou, levantando-se.

"Ao que parece, tenho de começar a fazer as malas." E olhou para o quarto à sua volta, todo desarrumado.

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Desculpem se ficou ruim, na minha cabeça tinha ficado melhor. Quem está pronto para BillDipp? Ou vai ser no próximo capítulo ou no a seguir, ainda não sei TWT. Tchau tchau!

Eternamente meuOnde histórias criam vida. Descubra agora