Bill acordou no hospital. Ao virar o rosto, a primeira pessoa que viu foi Dipper, que parecia estar a dormir enquanto lhe dava a mão.
- Pinheiro...
O moreno abriu os olhos com o chamamento e rapidamente se levantou.
- Dipper...
- Shh, não te esforces. Queres água?
O outro pestanejou e sorriu. Dipper deu-lhe um copo de água e ajudou-o a beber.
- Por deus, estás bem! Eu tive tanto medo! - Disse, tentando segurar as lágrimas.
Com alguma dificuldade, Bill apertou a mão dele, numa tentativa de o confortar.
O médico entrou no quarto, seguido de Ford e Stan.
- Menino Nathaniel, teve muita sorte. Um ferimento assim poderia ser fatal. No entanto, tem recuperado muito rápido e muito bem estes três dias. Ficará aqui mais uns dias e nada de movimentos bruscos, grandes esforços e não tente levantar-se sozinho.
- O que... aconteceu? - Perguntou a Dipper.
- O corte nas tuas costas era muito profundo. Perdeste muito sangue. Ficaste em coma por três dias e levaste vinte pontos.
O médico voltou a sair do quarto.
- Peço desculpas a todos... por vos ter feito preocuparem-se.
- Tudo bem. - Disse Ford. - Dissemos ao hospital que tínhamos tido um acidente de carro. Com alguns subornos do Stanley, eles aceitaram na maior das calmas.
- Ainda para mais, tu fizeste uma grande parte em matar aquele monstro. Não te podíamos deixar ir assim.
- Só por causa do metamorfo? - Perguntou o loiro, com um sorriso.
Dipper corou. - Cala a boca.
Ford tomou a palavra.
- Eu só não entendo como aquela criatura morreu. Como conseguiste a estaca de gelo, Dipper?
- Er... também não sei. Encontrei-a ali, lembrei-me do que o tio e Nath tinham falado e usei-a para o matar.
- Sabes algo sobre o assunto, Nath?
O casal reparou no que estava a acontecer. Era um teste. Ford desconfiava de Bill.
- Não, senhor. Eu já estava inconsciente nessa altura.
O tio mudou de tema, mas não parecia ter desistido.
- Não queres chamar os teus pais?
O loiro sorriu.
- Não, senhor. Afinal, eu fui expulso de casa e eles disseram-me para não voltar. Qual seria o objetivo em chamá-los só para os ouvir gritar comigo?
- Bom ponto.
Foram cinco dias que Bill passou no hospital. Dipper foi lá em todos eles fazer-lhe companhia e ajudá-lo. De vez em quando, os tios Pines iam também, mas sabiam que o casal queria privacidade.
No quinto dia, Dipper entrou no quarto e encontrou o namorado de pé apoiado na cama.
- Ei.
Depois de olhar para ele por um bocado, o moreno sorriu, correu para ele e abraçou-o com cuidado.
- Que bom que já estás melhor!
- Sim, mas ainda não tentei andar.
Dipper afastou-se um pouco e abriu os braços para ele.
- Vem até aqui. Eu apanho-te.
Bill sorriu. Largou a cama e deu um passo, mas voltou a segurar-se.
- Tudo bem, vai com calma. Eu passei por uma coisa parecida.
Ele hesitou um pouco, respirou fundo e conteu a respiração. Largou novamente e deu quatro passos seguidos na direção dele. Dipper segurou-o.
- Vês? Foi difícil?
- Sim.
Riram os dois.
- Queres tentar outra vez?
- ... Sim.
Procurando à sua volta, o moreno encontrou uma cadeira e esticou o braço para a puxar. Bill segurou-se nela enquanto ele se afastou mais do que antes.
- Podes vir. - Disse, abrindo os braços novamente.
O loiro sorriu, respirou fundo e caminhou na sua direção. No entanto, a um passo dele, tropeçou no seu próprio pé e caiu em cima dele.
- Bill!!
Caíram os dois, mas Dipper fez um esforço para o proteger da queda.
Quando o mais velho abriu os olhos, estava deitado em cima do moreno, que abriu os olhos enquanto grunhia.
Nessa hora, a porta abriu.
- Menino Nathaniel...
A enfermeira parou à porta. Nenhum dos três trocou uma palavra por um tempo.
- Bem, eu... acho que volto mais tarde...
Ela fechou novamente a porta silenciosamente e retirou-se.
Os dois rapazes olharam um para o outro e sentaram-se rapidamente no chão.
Do outro lado da porta, a mulher afastava-se corada e com um sorriso no rosto, enquanto ria baixinho e murmurava "Jovens de hoje em dia..."
- Desculpa por isto. - Disse Bill.
- Tudo bem. Não é como se fosse um segredo, de qualquer forma...
Trocaram novamente um olhar e riram.
- Coitada da enfermeira. Devemos pedir desculpa? - Perguntou o mais novo.
Por hora do almoço, a enfermeira voltou, mas bateu à porta antes.
- Pode entrar.
Ela assim fez e Dipper estava sentado na cadeira de antes a ler enquanto Bill estava sentado na ponta da cama virado para ele.
- Menino Nathaniel, sobre à pouco...
- Ah, er... perdoe-nos.
- Oh, não se preocupem com isso. Eu queria dizer-lhe porque é que vim cá.
- E porque foi?
A enfermeira segurou na prancheta que trazia de baixo do braço.
- Você recebeu alta. Poderá deixar o hospital amanhã.
- Que bom! - Comentou Dipper.
- Sim. - Concordou o loiro.
- Mas por hoje terá de ficar cá para confirmar. Não o queremos mandar para casa e o menino voltar dois dias depois com algo que poderia ter sido evitado enquanto cá esteve.
- Nós entendemos, obrigado. - Respondeu Bill.
A enfermeira sorriu e olhou para eles por um tempo.
- Ah, sim, eu deveria ir. - Antes de fechar a porta, completou. - Lembrem-se que isto é um hospital. Tentem não fazer muito barulho.
Eles trocaram outro olhar e ambos coraram.
- Como se fôssemos fazer algo aqui... - Comentou Dipper.
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Eternamente meu
FanfictionE se, quando Bill capturou Ford, também tivesse capturado Dipper durante o Estranhagedon? Aquele ódio que Dipper pensava que Bill sentia, na verdade, não passava de curiosidade, e é essa curiosidade que desperta nele sentimentos confusos. Este é o m...