Cap. 16 - O templo

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*Dipper*

Depois do almoço, fui dar um passeio pela floresta e, como se algo me puxasse, fui inconscientemente até à estátua de pedra de um demónio triangular.

Era lamentável o estado da estátua. Estava cheia de musgo e manchas, e trepadeiras e ervas daninhas cresciam de volta dela. Foi aí que tive uma ideia.

Voltei para a Cabana e dirigi-me ao armazém. Peguei tábuas de madeira e algumas ferramentas e comecei a fazer arte. Graças às aulas de arte, eu sabia o que estava a fazer.

Trabalhei duro por muito tempo, até que Soos entrou na pequena oficina da Cabana.

– Uau, Dipper. O que estás a fazer?

Eu estava a fazer uma pequena casa para a estátua de Bill, que fosse grande o suficiente para a estátua e eu estarmos lá dentro.

– Ahm, uma casa para animais. Como uma gruta artificial.

– Feita de madeira?

– Bom, sim...

Soos olhou para mim desconfiado. Fechou os olhos e sorriu, de braços cruzados.

– Ah, entendi! Já sei o que estás a fazer!

Ele não podia ser tão esperto a esse ponto, podia?

– Tu, meu amigo, estás a tentar impressionar alguém!

Bom, ele não estava totalmente errado. O mini-templo realmente era para proteger a estátua da chuva e do frio, mas eu também queria impressionar Bill, se ele alguma vez voltasse.

Desviei o olhar, deixando de encarar Soos.

– Bom, pode dizer-se que sim...

– Own, Dipper está apaixonado! Quem é a garota sortuda?

Olhei de novo para ele, e acho que a minha confusão estava demasiado estampada no rosto.

– Garoto sortudo? Eu não julgo, Dipp! Podes confiar que não vou dizer a ninguém até seres tu a contar.

– Hm...

Meu rosto ficou um pouco quente. Soos olhava para mim tipo: ( ͡  ° ͜  ʖ ͡  °).

– Muito bem, então. Se precisares de um faz-tudo, sabes onde me encontrar.

Soos saiu da sala. Eu baixei a máscara de luz e continuei a trabalhar.

Transição de tempo

DUAS SEMANAS! Demoraram duas ****** semanas para eu acabar todas as peças! Quase fiquei sem um dedo, parti duas unhas e uma até saltou fora! Fiquei com imensas farpas e calos nas mãos! Nota para mim: da próxima vez que trabalhar com madeira, tenho de arranjar umas luvas!

Depois de muito esforço, sacrifício, suor, lágrimas e sangue, finalmente tinha tudo pronto: o chão de carvalho escuro, paredes de abeto e teto de telhas com suporte de carvalho. Uma pequena porta para eu entrar e sair, suportes de metal para velas, que iluminariam o templo durante a noite, e duas janelas de fecho de ferro.

Pedi a carrinha da Cabana emprestada (ainda não tinha carta, mas já a conduzi quando tinha 12 anos) e levei as peças até à floresta.

Lá eu desenterrei a parte da estátua que estava debaixo de terra (mais umas feridas nas mãos), montei o templo, limpei a estátua e coloquei no lugar. Peguei em algumas velas e coloquei nos suportes de metal. Foi então que começou a nevar. Uma neve suave e branca, que pude ver através das janelas.

Era de manhã cedo quando eu vim para a floresta. Tinha trazido roupas quentes e botas, mas nem em sonhos, nem em pesadelos, eu voltaria para a Cabana com esta neve. Felizmente eu tinha trazido algumas sandes de atum (realmente boas) para o almoço.

Eternamente meuOnde histórias criam vida. Descubra agora