Cap. 17 - De volta

843 84 13
                                    

*Dipper*

Já se passou uma semana. Esteve sempre a nevar, mas eu sempre ia para junto da estátua, todos os dias. Não queria que Bill se sentisse sozinho, onde quer que esteja.

Eu ia a caminho do mini-templo, de novo, quando ouvi um barulho alto, como se alguém estivesse a remexer lá dentro. "Será um ladrão? Ou um animal selvagem que entrou lá dentro?" Pensei. Por segurança, tirei a navalha de bolso que tinha no casaco e usei a neve para abafar os meus passos. 

Aproximei-me. Tinha deixado as janelas fechadas. Segurei na porta, contei mentalmente até três e, num impulso, entrei. Saltei para cima do invasor, paralisando-o e segurando a navalha acima de sua cabeça.

– Olá de novo. Bela casa, já agora. – Uma voz familiar inundou meus ouvidos, trazendo-me uma sensação nostálgica ao coração.

– Não pode ser... – foi a única coisa que consegui falar, sentindo um forte nó na garganta e abaixando a navalha.

– Eu sei. Não pensavas que eu voltaria.

Irritado, dei-lhe uma estalada na cara.

– Seu idiota! Pensei que fosses um ladrão! – Gritei. Lágrimas começaram a escorrer por meu rosto.

Ele sorriu. Sentou-se e abraçou-me. Um abraço quente e confortável, que eu sentia muita saudade. Sua pele bronzeada era quente, e seu cabelo loiro, suave. Seus olhos amarelos de gato eram hipnotizantes e me olhavam com gentileza e afeto.

Bill tinha voltado, e estava bem na minha frente, me abraçando. Eu não resisti. Ergui minha cabeça e uni nossos lábios num beijo, quente e apaixonado, de quem tinha esperado o seu amado por muito tempo.

Ele retribuiu o beijo, puxando-me para mais perto de si, aprofundando-o. Parecia um sonho. Não conseguia acreditar que era real.

Separámo-nos para respirar e olhei de novo para ele, de cima a baixo.

– Algum problema, Pinheirinho?

Meu olhar tornou-se sério.

– Como voltaste?

Ele sorriu.

– Eu estava no julgamento final, prestes a me tornar mais uma estrela no céu, mas Axolotl quis testar-me. Deu-me um pouco de poder, para ver o que eu faria com ele. Ficou surpresa quando eu, um demónio procurado multidimensionalmente, usei o poder para criar um escudo de magia à tua volta, para te proteger.

– Quem é "Axolotl"?

– É a deusa suprema de todos os conjuntos de multidimensões. Ela controla tudo e tem sempre a última palavra.

– Porque usaste o teu último poder em mim?

– Não é óbvio? Mesmo com todas as nossas desavenças do passado, eu amo-te, com todo o meu coração.

Isso foi uma declaração de amor? Se não foi, o que seria, então? Corei um pouco, mas sorri.

– Obrigado, devo-te muita coisa.

– Não me deves nada! Eu fiz isto porque queria voltar a ver-te, de preferência, em segurança. – Respondeu – Agora, seremos um para o outro, só se quiseres.

– Eu quero. – Declarei, sorrindo.

– Parece que muita coisa mudou.

Eu não falei mais do que um "hm". Ele olhou para mim e voltou a sorrir.

– Eu sei o que fizeste nestes últimos anos.

Eu entrei em pânico internamente. E se ele me deixasse porque deitei com outros garotos?

– Tem calma, está tudo bem. – Tentou acalmar-me. – Eu sei porque o fizeste. E não te culpo, eu teria feito o mesmo.

Bill olhou para mim com um expressão um pouco triste, mesmo sorrindo. Senti-me culpado, com um grande peso na consciência.

– Eu... Eu só queria ganhar dinheiro para voltar para Gravity Falls! Eu não queria....

– Eu sei. Enquanto estive a recuperar energia e poder, passei o meu tempo no plano mental. Sempre junto a ti.

– Foi por isso que sempre aparecias nos meus sonhos?

Ele deu de ombros.

– Quem sabe?

– E agora, és um demónio, outra vez?

– Não. Sou humano. Pelo menos por enquanto.

Dito isto, o estômago de Bill roncou. Então, como humano, ele também tinha fome.

Abri a mochila que trazia comigo e tirei um saco com quatro sandes. Eu sempre trazia almoço extra, caso aparecesse um animal com fome ou para despistar lobos que ocasionalmente passavam por lá.

Tinha água, também. Nunca saía de casa sem uma garrafa de água.

Depois do almoço, conversámos mais um pouco.

– Por favor, diz-me que isto não é um sonho. – Falei.

– E se eu te mostrasse que não é um sonho?

– Ah, sim? E como o irás fazer?

Não me arrependo de fazer essa pergunta. 

Ele segurou meu rosto e me beijou, começando a tirar o meu casaco. Eu tinha várias camadas de roupa, para me manter quente, então demorou um pouco até eu ficar sem camisa.

– É quentinho aqui dentro. – Ele estava a referir-se ao templo!

– Isso porque as janelas estão fechadas e o ar quente não sai.

– Sei de outra coisa que é quente.

Corei perigosamente. Ele começou a tirar a camisa e a desapertar as minhas calças.

★†‡†★

Será que é dessa vez, minha gente? Descubram no próximo capítulo!

Eternamente meuOnde histórias criam vida. Descubra agora