Cap. 23 - Dia de Neve

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*Narradora*

Num canto do caminho para a Cabana, havia um boneco de neve do tamanho de uma criança de cinco anos. Tinha um gorro e um cachecol, os seus braços eram dois ramos, o seu nariz era uma cenoura e os seus olhos e sorriso eram feitos de pedras coloridas.

Nesse momento, uma bola de neve passou por ele, quase o atingindo.

- Se destruíres isso, vais fazer um novo sozinho! - Exclamou um rapaz de cabelo castanho.

- Haha, ainda bem que tenho uma péssima pontaria. - Comentou outro, desta vez loiro, recebendo logo a seguir uma bola de neve na barriga. - Isso doeu!

- Pelo menos, eu acerto em cheio!

Dois anjos de neve feitos no chão estavam ali perto, revelando a forma de duas pessoas de estatura média, indicando que os seus criadores eram jovens.

Depois de uma longa batalha de bolas de neve, a qual o loiro perdeu vergonhosamente, os dois sentaram-se num banco de jardim que havia ali perto.

- Perdeste! - Apontou Dipper

- Eu sei. - Confirmou Bill. - Estou todo molhado!

- Vamos para dentro? Tomas um banho de água quente e vestes algo mais confortável.

- Só se tomarmos banho juntos! - Pediu Bill, sorrindo.

Dipper corou e desviou o rosto. Ele, então, conseguiu ver que um grupo de jovens um pouco mais velhos do que ele estava a aproximar-se.

- Dipper! - Chamou uma garota ruiva.

- Wendy, malta! O que estão aqui a fazer? - Perguntou Dipper.

- Estávamos a dar um passeio por aí, só para ver as decorações de Natal e as montras das lojas. Quem é esse?

- Oh, este é o Nathaniel, um amigo meu da Califórnia que se mudou para cá um pouco depois de eu chegar.

- Ele parece um playboy. - Comentou Robbie.

- Só por ser loiro? - Perguntou Bill, sorrindo. Esse sorriso indicava que ele já não gostava de Robbie.

- Talvez?

- Pessoal, tipo, não vamos discutir! Hoje é um lindo dia de neve, vamos aproveitar enquanto não derrete! - Thompson interrompeu.

- É, o Thompson tem razão. Fui forçada a vir, pelo menos tenho de me divertir. - Concordou Tambry. Esta estava completamente protegida do frio e, por uma vez, não trazia o telemóvel na mão.

- Tsk, como queiras. - Desistiu Robbie.

- Nós já estávamos a voltar para a Cabana, está frio cá fora e já estamos a brincar à quase uma hora. - Falou Dipper, sorrindo.

- Só? Dipper, vamos brincar mais um pouco! - Pediu Bill, com olhinhos de cachorro abandonado.

- Não eras tu quem se estava a queixar do frio?

- Vocês ainda "brincam"? Realmente não mudaste nada desde que foste embora, ainda continuas uma criança haha! - Comentou Robbie.

Dipper sorriu, mas quando olhou para Bill, o olhar deste estava completamente escuro.

- Nath, tem calma! Vamos apenas voltar para dentro.

Pegando na mão de Bill, Dipper arrastou-o de volta para a Cabana.

- Adeus, Dipper! - Despediram-se os outros.

- Adeus, malta!

Depois de fechar a porta, Dipper virou-se para Bill, cujos olhos quase queimavam de raiva.

- Bill, está tudo bem, por que estás tão irritado?

- Ele acabou de dizer que eras uma criança! Ele não faz ideia do que passaste nestes últimos anos!

Dipper abaixou o olhar, sem expressão.

- Ei, eu não queria lembrar-te... desculpa. - Desculpou-se o loiro, enquanto lhe segurava os ombros.

- Não faz mal, vamos apenas... esquecer isso...

- Se isso te faz feliz... - Sorriu Bill, colocando ambas as mãos na cabeça de Dipper, segurando-a e dando um pequeno beijo em sua testa, no lugar da sua marca de nascença.

Então, suas mãos desceram para a cintura do moreno, que olhou para cima. Mal seus olhos se encontraram, Bill não perdeu a oportunidade e beijou-o carinhosamente.

Eternamente meuOnde histórias criam vida. Descubra agora