T.2, Cap. 5 - Azul

145 24 1
                                    

Nas entranhas do universo, uma criatura abriu os olhos repentinamente. Estava na hora.

No dia seguinte, Bill foi dispensado do hospital e Stan e Dipper levaram-no de volta para a cabana.

- Como te sentes, rapaz?

- Melhor do que antes, obrigado. - Respondeu o loiro.

- Aqui o Dipp esteve deprimido aqueles três dias em que estiveste inconsciente...

- Não estive nada! - Ripostou o sobrinho, vermelho de vergonha.

- Não finjas que não, docinho de menta~ - Pediu Bill, provocando.

- Cala-te!

De volta à Cabana do Mistério, nada parecia ter mudado. Ou era isso que pensavam.

Bill tinha voltado numa quinta-feira. Tudo começou na segunda-feira da semana seguinte.

Os dois jovens estavam a dormir juntos, como antes. O loiro acordou e sentou-se rapidamente.

- Bill?

Um olhar aterrorizado tirava a cor do seu rosto. Ele segurou a cabeça.

Dipper sentou-se e segurou-lhe o braço para se aproximar mais e acariciar-lhe o rosto.

- O que se passa? Fala comigo.

- É esta... dor de cabeça...

Com um esforço, Bill puxou os cantos dos lábios numa tentativa de sorriso para o acalmar, mas, quando abriu os olhos, fez o moreno assustar-se.

- Os teus olhos...

- O que tem?

- Estão brilhantes e as pupilas, afiadas, como antes.

O loiro baixou os braços e correu para o banheiro. O namorado foi atrás dele.

- Bill, não saias por aí a correr, não sabemos o que te está a acontecer!

Em frente ao espelho, ele olhava fixamente para o seu reflexo. No objeto refletor, mostrava riscos pretos por baixo dos olhos dele e nos seus braços.

- O que está a acontecer contigo?

- Não sei, eu acho que... que estou a recuperar os meus poderes...

Dipper aproximou-se.

- Estás bem?

Bill apertou os lábios e abraçou-o.

- Não...

Ficaram em silêncio por um tempo, o moreno penteando os cabelos do namorado, que chorava silenciosamente, com a ponta dos dedos.

- Eu pensei que, sem poderes, eu poderia recomeçar. Agora, o Seis Dedos vai desconfiar mais e eu não poderei continuar ao teu lado. Não quero voltar a ser o assassino de antes... não quero magoar-te como antes...

- Tudo bem, vai ficar tudo bem. - Dizia Dipper. - Olha para mim. Bill, ouve. Eu irei fazer o possível para convencer o tio Ford de que és bom e não te irei deixar, mesmo que me tenha de virar contra ele.

- Prometes?

- Sim. E tu não serás o mesmo de antes. Sabes porquê? Porque mudaste. Eu confio nisso tanto quanto confio que não me farás mal.

Ergueu o rosto de Bill e limpou-lhe as lágrimas.

- Eu vou estar sempre lá para ti.

O loiro beijou-o.

- Obrigado...

Mais tarde, estavam no meio da floresta a testar os poderes de Bill, para saberem até que ponto ele os tinha recuperado. O dia estava claro, ainda que com algumas nuvens. A primavera já tinha chegado.

Eternamente meuOnde histórias criam vida. Descubra agora