Cap. 9 - Um tempo a sós

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*Dipper*

Acabou. As enxaquecas, a dor e os zumbidos finalmente acabaram. Ainda cansado, acordei em paz, sentindo um silêncio anormal. Parecia que tinha ficado surdo de tão silencioso que o ambiente estava. Tentei abrir os olhos, mas não consegui, como se tivesse algo a cobri-los. Sentei-me e levei as mãos ao rosto. Realmente havia algo a impedir-me de abrir os olhos. Uma venda. Tentei tirá-la, mas levei um choque elétrico.

– Não te esforces, não consegues tirar. Estás demasiado fraco. Deita-te e descansa.

Pela voz, soube que era Bill, e que não estava muito longe. Usei o tato para sentir o limite da cama. Esticando-me mais um pouco, senti Bill segurando minha mão.

– Estou aqui, Pinheiro.

– O que está a acontecer? Porque tenho uma venda sobre os olhos?

– Faz parte do acordo. Sei que pode ser um pouco chato para ti, mas serve para que não vejas o que não é suposto veres e como localizador, para eu saber onde estás.

– Certo, então. Mas onde eu iria para precisar de localizador?

– Isso eu queria salvar para mais tarde, quando não estiveres mais cansado.

– Eu estou bem.

– Descansa. É uma ordem.

Essa foi a primeira ordem que ele me deu. Lembrei-me do nosso acordo é aprecei-me a deitar-me.

– Bom garoto. – Falou ele, como se eu fosse seu cachorrinho, enquanto me dava carinho na cabeça.

Eu gostei desse carinho. Virado para o lado onde ele estava, sorri levemente.
Senti-o mais perto de mim. Ele provavelmente estava de pé. Abaixou-se e deu-me um beijo carinhoso na bochecha.

– Queres que eu fique aqui?

– Não tens mais nada para fazer?

– Minha réplica está a fazer isso por mim. Se quiseres estar sozinho, eu vou embora. Senão, continuo aqui.

– Porque estás a ser tão gentil comigo?

– Isso é o meu segredo. – Afirmou Bill.

Senti que ele também estava a sorrir.

– Podes ficar, se quiseres. Eu não me importo.

– Ótimo. – Respondeu, animado.

Ele afastou-se e levantou o cobertor do outro lado da cama, deitando-se do meu lado, abraçando-me por trás e escondendo o rosto em meu cabelo. Estávamos muito próximos um do outro, e a posição fez-me sentir seguro, mas corei ao mesmo tempo.
Já há muito que perdi a noção do tempo. Na verdade, não sei mais se é de dia ou de noite. Mas, algum tempo depois, acabei sucumbindo ao sono e adormeci, abraçado a ele.

Eternamente meuOnde histórias criam vida. Descubra agora