31_Sobe na moto.

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Sydney

Hoje a casa não tinha acordado feliz como nos outros dias.

Essa manhã estava sendo a mais silenciosa desde que cheguei nessa casa. Nunca pensei que veria os garotos tão quietos como agora. Eles não estavam implicando uns com ou outros e muito menos Nancy e dona Leonor estavam brigando. O que era estranho para mim, já tinha me acostumado a vê-las se xingando em plenas 8:00 horas da manhã.

Senhor Black tomava seu café da manhã em silêncio e dessa vez não lia seu rotineiro jornal. Pelo o contrário, ele distribuía sorrisos reconfortantes para os filhos, mãe e Nancy. Quando eu acordei não tinha entendido porquê ninguém havia se arrumado para ir ao colégio. Mas antes que pudesse perguntar, Nancy e dona Leonor me chamaram em um canto e me contaram.

Era o aniversário de Elisa Black. A esposa de senhor Black, mãe dos meninos, nora de dona Leonor e amada e querida patroa de Nancy.

Elas também me contaram que nessa data o senhor Black não saía para trabalhar e nem os meninos iam para o colégio. Sendo assim, eu decidi que também não iria para o colégio, queria mostrar respeito. Eu poderia não estar sentindo a mesma cor deles, mas eu sabia como era horrível não ter um mãe e imaginava como era perder o amor da sua vida.

Nancy e dona Leonor também me contaram que todo ano no aniversário de morte da senhorita Elisa, eles faziam uma doação de 50.000 dólares para um hospital pediátrico para crianças com câncer. Na hora eu quis chorar. Isso era tão bonito e triste ao mesmo tempo.

Passei meus olhos pela mesa vendo os garotos com as cabeças baixas, comendo a sobremesa que Nancy tinha feito. Olhei para Damon e o encontrei com o olhar perdido. As mãos estavam espalmadas na mesa e sua sobremesa intocada. Ele olhava para o nada, o olhar sem expressão alguma. Eu nunca tinha visto seus olhos azuis assim.

Meu coração doeu ao vê-lo assim. Claro que também doía pelos outros garotos, mas por Damon, a dor era maior. Vê-lo triste me deixava triste. Lembrei que Edgar me contou que senhorita Elisa morreu nos braços de Damon e com certeza isso deveria causar uma dor maior do que o normal.

Com um sorriso fraco para as pessoas na mesa, Damon se levantou da mesma e saiu da cozinha sem dizer uma palavra. Senhor Black faz menção de ir atrás dele mas dona Leonor pôs a mão sobre a dele.

— Não vá atrás dele, você sabe que o Damon prefere ficar sozinho em dias como esse. — ela faz um carinho na mão dele e meu tutor assente, meio a contragosto.

Merda. Eu queria tanto ir até Damon e perguntar se ele precisava de algo. Queria abraçá-lo forte e não soltá-lo mais. Eu ia me levantar para fazer isso quando dona Leonor falou aquilo. Damon "preferia" ficar sozinho, mas será que se eu o procurasse, ele iria me tratar mal? Eu sabia como a morte da mãe dele — mesmo não sendo recente — era um assunto sensível para ele.

— Nancy, eu posso comer mais pudim? — Saymon balançou o pequeno prato vazio de vidro para Nancy, sorrindo.

— Não, sempre que você come muito pudim entope o vaso sanitário de tanta bosta. — Nancy que estava sentada na mesa com a gente, respondeu sem olhá-lo, focada apenas em sua própria sobremesa.

— E por que o Edward pode repetir e eu não?! — Saymon largou o pratinho na mesa, a olhando indignado.

— O Ed não tem o cu frouxo. — Nancy deu de ombros e segurei uma risada quando Saymon abriu a boca em choque.

𝗗𝗲 𝗣𝗲𝗿𝗻𝗮𝘀 𝗣𝗿𝗼 𝗔𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora