1_Alô, Cleitinho?

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Fazia exatamente trinta minutos que eu estava sentada naquele cadeira dura da sala de espera, tentando adivinhar o que eu tinha feito agora para que fosse chamada na diretoria pela terceira vez naquele mês. Admito que as duas primeiras fiz por merecer, mas e essa?

A cada minuto que se passava, minha bunda ficava ainda mais dormente na porcaria daquela cadeira. Eu nem podia fazer nada, apenas esperar a boa vontade da bonita da diretora em me chamar pra dentro da sala e abrir o bico de vez. Ela acha que não tenho o que fazer? não sou desocupada como ela que fuma maconha atrás do orfanato toda tarde. A falsa ainda nos fazia assistir palestras sobre o proerd enquanto ela tinha potencial de virar chefe da boca da nossa região.

A porta se abre subitamente e a voz irritante de Emilly preenche meus pobres ouvidos.

— Sydney, querida, pode entrar. — sua voz soa estranhamente doce e franzo o cenho.

Suspiro e ando lentamente em direção a toca da cobra, ignorando o sorriso estranho que ela me lançava.

— Espero que não tenha se incomodado com a demora. — ela fecha a porta quando passo por ela.

— Imagina, eu adoro ficar sentada em cadeiras duras que me fazem perder a sensibilidade da minha bunda. — falo docemente, tirando os restos do meu esmalte preto.

Olho pra ela e vejo a mesma sorrindo sem graça para algo ou alguém atrás de mim. Lentamente olho na mesma direção que ela, me deparando com o coroa mais bonito que já vi na vida. O cara estava trajado dos pés a cabeça com um terno cinza, e sapatos sociais, o cabelo preto perfeitamente penteado para trás, destacando seu olhos negros e queixo forte. Será que ele tá a procura de uma sugar baby?

— Olá, Sydney. — sorri educadamente enquanto acena com a cabeça.

— Olá. — aceno de volta, me virando para Emilly que babava pelo homem — Porque me mandou entrar se ainda estava ocupada?

Nenhuma resposta. Ela olhava descaradamente o cara a nossa frente, o mesmo tossindo desconfortável, a fazendo piscar os olhos e sair do transe.

— Er...bem, chamei você aqui exatamente por isso. — lhe lanço um olhar confuso — Melhor sentar, querida, temos muito a conversar.

Emilly me puxa pelo braço e me senta na cadeira mais próxima, ela e o homem sentando a minha frente. Que merda estava acontecendo?

— Prazer em conhecê-la, Sydney, me chamo Dayvid Black. — o homem me lança um sorriso gentil.

Ignoro o sugar daddy, e olho interrogativa para Emilly que sorria e exibia as pernas para ele, me fazendo revirar os olhos.

— Que seja. Emilly, o que está acontecendo? — não disfarço a ríspidez em minha voz.

A cobra fumante para de se mostrar para o homem e ergue os olhos em minha direção.

— Eu ia deixar que se conhecessem, mas você está muito impaciente. Vamos direto ao ponto. — ela suspira e olha na direção do suggar daddy — Esse senhor é-

— Seu novo pai! Tcharam! — Dayvid da um sorriso largo.

Pane no sistema. Passaram exatamente dois minutos e todo mundo estava em silêncio, me encarando. Exatamente dois minutos que eu tentava processar o que me me fora dito. Tinha que ser uma brincadeira, não era possível. Isso, era uma brincadeira.

Olho de Emilly para o homem por cinco segundo até explodir em uma risada escandalosa.

— Qual a graça? — Emilly ri forçado, se remexendo na cadeira.

— É que esse cara.. é muito engraçado! — envolvo minha barriga com um braço, o outro enxugando uma lágrima que escorria do meu olho.

— Mas não é piada, ele adotou você. — Emilly me encara séria, e olho para o homem, que me deu mais um de seus sorrisos.

𝗗𝗲 𝗣𝗲𝗿𝗻𝗮𝘀 𝗣𝗿𝗼 𝗔𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora