Judith Butler foi uma filósofa, teórica e acadêmica norte-americana. Ela foi marcada na terceira onda do feminismo e defendia a teoria queer, falando sobre teorias de gênero.
Nascida em uma família judia europeia, ela teve sua educação inicial em uma escola hebraica, onde foi apresentada à filosofia aos quatorze anos. O pai de Butler era dentista e sua mãe uma defensora de moradias justas. Depois de frequentar o Bennington College, ela estudou filosofia na Yale University.
A filósofa pós-estruturalista é professora universitária nos Estados Unidos e sua aparência física transmite a mesma sensação de confusão que sua obra mais célebre, “Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade”, publicada em 1990.
Quando o movimento feminista insiste em falar sobre “mulheres” e em nome delas, é apenas uma questão de marketing. A propaganda é a alma do negócio e a clientela ainda é feminisna. Butler confessa: “Para a teoria feminina, o desenvolvimento de uma linguagem que plena ou adequadamente represente as mulheres pareceu necessária para promover a visibilidade política das mulheres”. Judith Butler, não oculta o dilema da impossibilidade de unidade do movimento feminista, e vai além: admite que ele não defenda nem represente todas as mulheres — até porque o conceito de “mulher” é descontruído por ela, mas que seja capaz de representar apenas os sujeitos que entendem “certas teorias”.
Para Judith Butler, não existe “mulher”, isso é um mito, uma artimanha discursiva arquitetada por uma sociedade masculinista e falocêntrica.
Na minha opinião, é bem confuso, um movimento que diz lutar em nome das mulheres mas na verdade diz que não existe mulheres.Nessa sociedade concebida na cabeça de Butler, existe uma hierarquia de gêneros que se manisfesta desde a linguagem até a política. Ainda nessa sociedade, identifica-se que a heterossexualidade é compulsória e a impressão que temos de que o conceito “mulher” é natural não passa de outro condicionamento cultural governado pelos homens: mais uma estratégia de poder.
O pesquisa dor brasileiro e professor Felipe Nery resume perfeitamente as principais defesas de Butler em sua obra mais famosa acerca do gênero. Ele descreve que ela: “Advoga pela superação de uma estrutura identitária essencialista, ou seja, para ela, o ser humano nasce indefinido (neutro) e, graças à família, à escola, à sociedade, as instituições etc., define-se e atrela-se a um papel binário homem-mulher ditado por um “sistema patriarcal opressor”. Gênero: ferramenta de desconstrução da identidade. p. 37.
Butler:
“Poderíamos definir gênero como a autopercepção que todo ser humano tem da própria sexualidade. Essa autopercepção não coincide [segundo as feministas] com a sexualidade biológica e varia com o tempo. A opção de gênero não é uma escolha que se faz de uma vez por todas na vida e pode mudar quantas vezes quisermos. Mais do que escolha, trata-se de uma espécie de construção nunca acabada: não escolho entre algo que outrem determinou, mas me oriento de maneira sempre fluida e aberta, para o meu desejo. O gênero é performativo [...] não existe diferença entre homem e mulher [...] não se nasce homem, não se nasce mulher. A cultura e a sociedade nos tornam homens e mulheres, mediante a imposição de comportamentos e padrões heteronormativos.”Feministas como Butler não receiam em admitir que a teoria de gênero não passa de uma ferramenta de desconstrução de identidade; e a subversão das identidades começa pelo esfacelamento de seus caracteres mais próprios. O sexo, seja masculino ou feminino, não é apenas um dado físico externo que diz algo a nosso respeito, mas é o que nos torna o que somos. Segundo as teóricas feministas, no entanto, as diferenças biológicas não devem mais ser levadas em conta. Dados biológicos sexuais devem ser vistos como puramente naturais, materiais, sem nenhum indício metafísico ou moral. Quando as feministas mencionam a diferença entre sexo e gênero é apenas para, adiante, abolir o significado do sexo em exclusivo benefício do gênero. Em suma, isso é a teoria de gênero defendida por Butler: “A sociedade deve caminhar resolutamente rumo a uma dessexualização ideológica, isto é, rumo a um apagamento de toda distinção fundada no sexo [...] Acabou-se o tempo das discriminações biológicas [...] A categoria filosófica do sexo deve, portanto, desaparecer ou, pelo menos, ser esvaziada de sua substância significativa forjada pela cultura heterossexista.”
Em suma, a proposta é que a participação na revolução sexual feminista se inicie com a negação da nossa identidade sexual (sexo) e passando a adotar posturas e comportamentos (gênero) que não se definam nem para a masculinidade nem para a feminilidade, que nos tornemos todos nós uma réplica da própria Butler: alguém para quem se olha sem conseguir enxergar uma mulher, tampouco um homem completo. É a apresentação de uma lógica completamente invertida: aquilo que exige de nós engajamento, militância, esforço consciente e desempenho performático é dito “natural”; e tudo aquilo que é realmente natural e que fazemos por tradição recebe o rótulo de opressão socialmente construída.
Judith Butler foi a marca principal da terceira onda feminista, que, foi marcada pela desconstrução das identidades pela ideologia de gênero.
Fonte 1: Livro feminismo perversão e subversão.
Fonte 2: Livro Gênero: ferramenta de desconstrução da identidade.
Fonte 3: Livro Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade.
Fonte 4: https://www.britannica.com/biography/Judith-Butler
© 𝑇𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜𝑠.
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Desculpe-me, feminista!
ChickLitEstudo o que a escola não me pediu para estudar. Perfil dedicado a te contar algumas verdades sobre o feminismo. Leia, pesquise, e tire suas próprias conclusões! <3 © 𝑇𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜𝑠.