CAPÍTULO VI

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   Wallace, Anderson e o fugitivo correram o mais longe que conseguiram, e quando cansaram, decidiram descansar um pouco. O homem velho decide quebrar a tensão, soltando um grito de excitação:

   - Cara que incrível! Como você fez aquilo?

   Os garotos encaram o senhor confusos:

   - Aquilo o que? - Wallace pergunta.

   - Aquela coisa com as mãos! Você pegou e elas brilharam, e, aqueles espinhos que me prendiam foram encolhendo como um passe de mágica! - ele disse entusiasmado fazendo gestos com as mãos.

    - É... Isso é um pouco difícil de explicar...

   - Pois explique da sua maneira, vou tentar entendê-lo.

   - Olha... - disse aflito - Tá legal - suspirou tentando manter a calma - talvez vocês não acreditem mas eu quero me confessar que... EU SOU UM BRUXO!

    O "pirata" ficou boquiaberto, enquanto Ander deu de ombros. O garoto estava receoso sobre como iriam reagir, mas até que o receberam bem. O velho se ajoelhou diante do bruxo:

   - Eu quero lhe agradecer por salvar minha vida. Você poderia ter me ignorado, mas me salvou mesmo sem saber quem eu era.

   - Ei, não precisa se ajoelhar, eu não mereço isso. Eu fiz isso porque era o certo!

   - Você fez isso porque é um babaca - o loiro disse se intrometendo na conversa.

   - Ander... - o menino faz uma cara de bravo e, se voltando ao homem que está ajoelhado, se agacha diante dele - Quem era aquela mulher que estava tentando te matar?

   - Aquela dama era Samantha. Ela era minha chefe.

   - Dama?! - o homem riu - ela estava tentando te matar e você ainda a mantém com respeito?

   - Primeiramente, mesmo ela sendo uma quase assassina, devemos manter respeito diante de uma mulher. E ela me acolheu quando precisei.

   - Se ela te acolheu, porque a traiu? - Wallace pergunta curioso.

   - Eu não estava de acordo com o plano dela - se levantou e começou a rodear o lugar - ela queria que eu capturasse umas crianças mas eu recusei e fui embora, mas ela me encontrou e quis me matar.

   - Crianças!? - o menino se demonstrou surpreso e correu até o velho - e ela conseguiu pegá-las?

   - Talvez... Samantha é uma mulher de pulso firme e não desiste facilmente.

   - Eu estou atrás delas a dias, não tive nenhuma resposta durante todo esse tempo. Você pode nos ajudar a encontrá-las? - seus olhos iluminaram

   - Como você pode ter tanta certeza que ele está se referindo às mesmas crianças do dia do acidente?

   - Ander, com certeza são elas! Uma das silhuetas que eu vi, pareciam muito com a de uma mulher empoderada, como aquela maluca que tentou atacar o pirata.

   - Pirata? Eu? - O velho homem gargalhou - eu não sou um pirata, jovenzinho. Mas gostei do apelido - piscou para o garoto - eu só sou um jovem caçador.

   - Jovem? - o loiro cruzou os braços.

   - Tô vendo que seu amigo não foi muito com a minha cara - sorriu - mas realmente, ao lado de vocês eu sou um idoso - disse em um tom bem-humorado.

   - Não liga para ele... - sorriu - Você pode nos ajudar na nossa missão? Estamos atrás dessas crianças e acho que você tem as respostas que precisamos.

   - Claro! Você me ajudou, e agora devo uma para você.

    Anderson pega Wallace e o leva para longe do caçador:

   - Wallace! Você está louco? Nem conhecemos ele e, eu não vou aceitar um estranho andando com a gente.

   - Você está brincando, não é? Nós também não nos conhecemos, confiamos um no outro e, agora, estamos juntos nessa! Ele é a única pista que temos, precisamos abrir a mão e apenas confiar, assim como fizemos.

   - Eu não sei se quero isso. Podemos encontrar outra forma de resolver isso, não precisamos da ajuda dele! - ele olha furioso para o garoto

   - Ander... - o bruxo segura a mão do grandão com suas duas mãos - por favor... Se a situação fugir do controle, nós resolveremos isso.

   O loiro respira fundo e cede ao pedido do garoto, ele continua com a cara fechada mas afirma que sim com a cabeça. Wallace fica feliz e ambos retomam de onde estavam:

   - Eu nem perguntei o seu nome - se dirigiu ao caçador - Eu me chamo Wallace - estendeu sua mão.

   - Prazer, jovenzinho! Sou o Roger - apertou a mão do garoto - e o emburrado? como se chama? - ele olha para o companheiro que revira os olhos.

   - Anderson. Este é o nome dele.

   Wallace e Roger se tornam amigos rápidos, e Anderson não gostou nem um pouco dessa aproximação. O garoto parecia feliz e o velho entrava rápido em suas brincadeiras, então isso mantinha o loiro longe de discussões com o caçador, mas mesmo assim, ele se mantinha sempre com um pé atrás sobre aquele novo membro.

DEVIDO LUGAROnde histórias criam vida. Descubra agora