Anderson encontra Heitor no corredor, ofegante, e a cara do loiro se fecha enquanto o garoto começa a se desculpar, falando rápido tudo o que havia ocorrido na última hora :
- ...E então, Samantha me chamou para uma reunião de última hora, eu sinto muito por não estar no momento para receber vocês, mas já estou livre e podemos seguir com o plano - ele acena com a cabeça, suspirando, ao terminar de falar.
- Eu não sabia que você era tão barulhento! - o homem colocou suas mãos nas orelhas.
- Me desculpa, eu me descontrolo um pouco quando estou nervoso... - o menino observa de um lado para o outro - cadê o Roger?
- Infelizmente, você não checou o tamanho dos uniformes e o Roger é grande e gordo demais para caber em um tamanho médio.
- Então só tem você aqui?
- Quem mais teria?
- Bem... Podemos prosseguir? Eu vou tentar encontrar as chaves e você me espera aqui - ele responde nervoso.
- Acho que já adiantei esta parte do plano - diz levantando o braço e mostrando o lindo molho de chaves pendurado em seu dedo indicador enquanto o menino o encarava boquiaberto - me diz que essas chaves são as que precisamos.
- C-Como você...?
- Eu tenho o charme certo para conseguir o que eu quero - o homem joga seus cabelos loiros para trás.
- Que incrível, versão masculina de Afrodite! - debocha - mas acho melhor seguirmos logo com isso, pois esse seu "charme" não vai encantar Samantha e se ela nos encontrar aqui, não vai ser empolgante.
- Eu sei, eu sei... - Ander respira fundo - você tem ideia de qual dessas chaves abre aquela jaula horrível ? - o menino balançou sua cabeça negando e Anderson revirou os olhos - olha, eu preciso tirar o Wallace pequeno daqui também e se demorarmos muito, vai ser um pouco complicado...
- Wallace... O que?!
- Ah, é uma longuíssima história e não temos tempo, uma pena - Ander finge estar desapontado e retoma em seguida - vamos até onde o Wallace está e encontramos a chave, após isso, eu cuido dele e você encontre um garotinho de cabelos médios e castanhos, com uma cicatriz igualzinha a do meu amigo, ok? - ele observa o menino apenas acenando com a cabeça concordando - e mais uma coisinha, menino tagarela, se você puder sedar o garotinho, estaria me fazendo um favor enorme - ele abre um enorme sorriso.
- E-Eu nunca fiz isso. Para o que é tão importante fazer isso? E por favor, para com esse sorriso, ele me assusta... - Heitor responde um pouco aflito.
- Eu já te disse, é uma longa história e não temos nem um pingo de tempo restando, quanto mais rápido você concordar, mais rápido prosseguiremos!
- Tudo bem, vamos logo com isso - o garoto joga as mãos para cima e prossegue corredor a frente - incrível como você me tira do sério, nem minha irmã consegue ser cansativa quanto você! - reclama com Anderson que lhe acompanhava logo atrás.
- Pelo menos eu tenho atitude e resolvi os meus problemas sozinhos! - os dois se calam e caminham aborrecidos até chegar na cela de Wallace.
A dupla testa o molho de chaves, uma por uma, e encontram a chave correta na penúltima tentativa, Ander provoca Heitor, que o encara mal-humorado e se retira do lugar para procurar o pequeno Wallace. Anderson entra na cela escura e encontra Wallace deitado:
- Ei, Wallace! Heitor e eu conseguimos abrir o cadeado, agora a gente pode sair daqui, juntos! - o bruxo fica quieto e o loiro se aproxima do amigo preocupado - você está bem?
- Estive pensando sobre isso... Será que realmente é uma boa ideia? Samantha vai ficar furiosa se ela descobrir que eu escapei e não cumpri com o que prometi - o garoto se levanta devagar e se senta.
- Como assim você vai desistir?! Sabe que a única coisa que ela quer é tirar os seus poderes, né? Você é só um produto na mão dela.
- Ander, eu não vou morrer dessa vez, não se preocupe.
- Não é isso, é que... Argh! - ele coloca sua mão na cara e se senta do lado do companheiro - você correndo risco de vida ou não, ainda está entregando a ela, tudo o que não deveria! E vai mesmo deixar uma das suas melhores partes partir tão fácil assim de você? Wallace, os seus poderes são incríveis e eu nunca deveria ter dito o contrário.
- Eu nem consigo mais usar eles como deveria. Estou exausto e cansado, depois de tantos esforços, durante uma década, acho difícil me recuperar tão fácil, é como se algo sugasse minhas energias e talvez seja porque esse poder todo não é para mim!
- Eles não são apenas seus - o homem segura a mão do amigo - seus poderes são como uma herança da sua mãe, e se você odiá-lo ou entregá-lo tão facilmente assim, é como se estivesse ao mesmo tempo negando suas origens também. E sobre estar tão exausto sem ao menos conseguir usufruir dos seus poderes, talvez seja apenas sua ansiedade... Tem certeza que só não está reprimindo tudo o que não deveria? Toda essa história, principalmente após descobrir que a vítima dela era você, possivelmente é o que está te causando esse mal.
Wallace fica em silêncio e solta sua mão da do grandão, enquanto permanece de cabeça baixa. Anderson respeita seu espaço e apenas continua a seu lado calado.
Heitor segue a procura de anestesiantes para sedar o pequeno Wallace. Ao encontrar, ele se dirige ao lugar onde a criança está. O pequeno estava acordado, sentado em sua cama, com sua cabeça apoiada em sua mão. O garoto abre a cela devagar:
" Que tamanha crueldade, por que ela prenderia uma criança tão inocente?" - pensou consigo mesmo - " espero que ele não se assuste quando eu terminar de abrir... " - ao dizer aquilo, o portão se emperrou, fazendo um grande barulho que assustou o menininho - " droga! " - Heitor se apressa para dentro e se fecha junto do pequenino, e ao se aproximar devagar o garotinho se encolhe assustado:
- P-Por favor... N-Não faça nada comigo, vocês prometeram me deixar em paz e eu estou me comportando - o jovenzinho começa a soluçar.
- E-Eu não vou te machucar, estou aqui para te ajudar a sair daqui! - o garoto chega sem jeito mas envolve seu braço sobre o menino assustado - minha irmã fazia isso quando eu estava triste ou assustado... Isso me ajudava a acalmar os nervos - riu.
Os dois ficam quietos, e o garotinho se acalma aos poucos e o abraça de volta:
- Eles me machucaram, todo dia eles faziam exames e eu nunca soube o porquê. A mulher alta de cabelos branco sempre ficava brava quando eu demonstrava estar exausto, e todos daqui são assustadores! A única pessoa que foi gentil comigo, era a senhora Johnson - choramingou.
- E sobre mim, eu te assusto?
- Um pouco, seu cabelo é enorme e cobre o seus olhos... - ele ri
- Mesmo parecendo um pouco assustador, quero que confie em mim, tudo bem? - o menininho afirma com a cabeça e o cabeludo pega a agulha e um pequeno frasco que estava no seu bolso - para vir comigo, você precisa...
- NÃO! - o pequeno grita ao ver a agulha - eu não quero mais isso! - ele pula da cama e se encosta na parede.
- É só uma anestesia, não vai doer nada, eu prometo! - Heitor enche a agulha e se aproxima do garoto assustado.
- Não, eu não quero! Você é um daqueles médicos que me machucam e eu não quero! - exclama se irritando.
- É muito importante, se você não vir comigo, eu também não vou poder sair daqui!
O bruxinho continuava se irritando enquanto o outro insistia, mas de tanto ser enfurecido, quando Heitor se aproxima dele, o pequeno bruxo solta um grande poder que causa dano em uma pequena parte do lugar, e o garoto é jogado para trás. A sirene é acionada e Heitor se recompõe rápido, aplicando a injeção no menino que já estava desacordado, apenas como precaução e, pegando o pequeno Wallace no colo, corre ao encontro de Anderson.
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DEVIDO LUGAR
Random" Um bruxo dedica sua vida a aprender um feitiço de volta no tempo para tentar salvar seus amigos que acredita os ter matados no passado, mas ao voltar no tempo ele percebe que há mais do que um simples acidente por trás disso. " [ História desenvo...