CAPÍTULO XII

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   O dia mal amanhece e o bruxo acorda seus companheiros que levantam de mau humor:

   - Wallace... - Anderson resmunga - você deveria estar descansando!

   - Mas eu já estou melhor, minha febre já passou e olha - mesmo mancando ele dá uma volta ao redor do lugar - viu, eu consigo até andar de boa!

   - Você ainda está mancando. E se estivesse cem por cento, você não estaria com a mão no ferimento - cerra os olhos.

   - É que está doendo um pouquinho, mas nada que me afete.

   - Você tem quantos anos mesmo, jovenzinho? Parece uma criança! - o velho ri do garoto - escuta o que o seu amigo está te falando. Você ainda precisa de descanso...

   - Não! Eu já descansei por muito tempo! - o garoto fica em silêncio por um tempo e decide provocar - se vocês não quiserem vir comigo, eu vou continuar sozinho!

   - Esqueceu da nossa conversa sobre isso?! A gente está junto nessa e não vamos deixar você sozinho, ainda mais nesse estado!

   - Já falei que estou bem! - o garoto se senta de costas para ambos cabisbaixo.

   - Wallace... - Anderson levanta e vai até ele - nós só queremos o seu melhor. Você levou um TIRO! E isso não é uma brincadeira! Estamos lidando com pessoas que estão dispostas a fazer de tudo se a gente interferir no caminho delas! E além disso, eles te querem! - ele pausa e olha no fundo dos olhos do garoto - nesse estado, só vai estar entregando o que querem e eu não posso deixar você fazer isso...

   - Eu entendo... Mas não posso mais perder tempo, Ander! - o garoto começa a lacrimejar - preciso fazer algo que dê certo na minha vida! Eu preciso saber logo a verdade desse pesadelo que me atormenta a anos! Se eles estiverem mesmo mortos, eu serei um assassino!

   - Não diga isso! - Anderson fica enfurecido - nunca mais diga isso, ouviu?!

   - Por que? Se é a possível realidade?

   O homem fica pálido e lágrimas começam a cair do seu rosto. O bruxo fica perplexo com a mudança de humor repentina do amigo, que o abraça fortemente :

   - Me desculpa por não ter cuidado de você, Wallace! Eu juro que eu tentei mas não sabia o quanto se sentia culpado! Você não merece isso! Você nunca mereceu nada disso!

   - Ander... Você está me apertando e isso faz meu ferimento doer... - o menino fala com dificuldade e o loiro o solta - valeu... - ele olha para o rosto do companheiro vermelho de tanto chorar e o bruxo tenta limpar as lágrimas com as mãos - Ei! Você não é culpado por nada! Não seja chorão, esse papel é meu! - ele sorri tentando aliviar a tensão. O grandão levanta e pergunta se Roger está pronto, deixando o velho confuso:

   - Está louco?! Ele não pode ir assim, já conversamos sobre isso! Por que essa mudança tão repentina? A alguns minutos atrás você era contra essa ideia, o que aconteceu?

   - Roger! Wallace não vai conseguir relaxar! Já faz dias que estamos à procura de algo e não saímos do lugar até agora!

   - Tem certeza que isso tudo é só pelo Wallace ou você tem algo a mais para nos contar? - o caçador se aproxima do homem - você tá um pouco aflito... O que te faz ficar tão preocupado?

   - Nada de mais! Eu só estou preocupado com ele, porque eu gosto dele e se eu tivesse algo a esconder, não contaria a você!

   Roger olha para Ander de cima a baixo e segue em frente. O loiro o observa conversar com o bruxo e Wallace sobe nas costas do velho:

DEVIDO LUGAROnde histórias criam vida. Descubra agora