CAPÍTULO XXI

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   O céu azul começa a se preencher por nuvens deixando o clima mais frio. Anderson percebe que Wallace está tremendo e oferece seu casaco mas o bruxo o recusa:

   - Eu não posso aceitar isso... Lembre que se Samantha me ver, ela não pode desconfiar que vocês estiveram comigo durante esse tempo. Seu casaco não ajudaria nisso.

   - Ela não está aqui agora e não quero te ver passando frio - ele envolve a roupa sobre o garoto.

   - Mas pode aparecer a qualquer momento - ele retira a peça e a entrega de volta - ainda temos muito caminho pela frente, conforme andamos vou me aquecendo.

   - Tudo bem, você venceu - levantou suas mãos para o alto.

   - Ei, foi aqui que encontramos você pela primeira vez, não foi, Roger?

   - Sim, foi sim. Foi um dia tenso...

   - Eu sei, e também eu deixei minha arma para trás - Wallace corre para o meio do lugar e começa a procurá-la - achei! Sinto muito por tê-la abandonado por tanto tempo! - o garoto abraça a pistola.

   - Não sabia que você tinha perdido ela...

   - Sinto muito, Ander. Mas agora eu a encontrei e acredito que será muito útil. Não sei se vou conseguir usar meus poderes, então agora tenho um plano B.

   Os amigos acenam com a cabeça e prosseguem. Após uma longa caminhada, avistam o pássaro preto que possivelmente pertence a Heitor, mas ao invés de sobrevoar longe, ele para próximo a Wallace e fica parado:

   - Pessoal, esse não é o corvo do Heitor? - o garoto se aproxima do pássaro negro.

   - Eu acredito que sim - o caçador afirma, chegando próximo.

   - Então sabemos que ela já está atrás de nós, mas porque ele ainda não saiu crocitando por aí? - quando Anderson se aproxima o corvo grita e sai voando.

   - Ander! Você expulsou ele!

   - Eu não fiz nada, ele que não gostou de mim aparentemente.

   - Provavelmente o pássaro vai ao encontro do dono, mas eu achei estranho ele parar por tanto tempo, era como se quisesse nos dizer algo - o caçador analisa.

   - Um pássaro querendo dizer algo para a gente? Vocês são loucos!

   - Eu sou um bruxo, viajamos no tempo, e você acha que é fantasia demais um pássaro tentar nos avisar de algo?

   - Se o corvo falasse, seria mais viável a você?

   - Vocês são muito engraçadinhos... - o homem encara os amigos - Mas se esse realmente for o passarinho do menino cabeludo, estamos no lugar certo. E o que faremos agora?

   - Vocês se escondem e eu fico aqui.

   - Parado?

   - Sim.

   O silêncio toma conta e o loiro começa a repensar como foi tão estupido em não continuar rebatendo contra esse péssimo plano. Wallace era inteligente, mas essa havia sido uma de suas piores ideias, mas deu os ombros e foi se esconder atrás das grandes moitas. Os companheiros observavam o amigo andar de um lado para o outro e gritar coisas aleatórias na tentativa de chamar a atenção da bela dama, mas tudo foi em vão e o homem se revolta:

   - Wallace, eu te disse que esse plano meia-boca era horrível, você não vai conseguir chamar a atenção dela desse jeito, aqui parado!

   - Para de ser estraga prazeres, foi a única ideia decente que tivemos, o Roger concorda, não é?

DEVIDO LUGAROnde histórias criam vida. Descubra agora