Anderson acorda pela manhã e percebe que Wallace não está deitado na cama, ele levanta desesperado e o encontra na cozinha com um monte de papéis espalhados pelos cômodos:
- O que está acontecendo aqui ? - comenta com uma voz rouca.
- Ah, oi - ele vira para trás com uma torrada em sua boca - eu estava com fome e encontrei isso no fundo do armário, espero que não se importe... - caminhou em direção ao companheiro e colocou novas folhas em cima da mesa - eu estava pensando em como poderíamos passar pela segurança que provavelmente terá naquele lugar, então eu fiz algumas anotações - circulou com um lápis algumas partes importantes da sua anotação.
- Wallace, você está bem?... Seguranças? - perguntou confuso.
- É que eu adiantei algumas partes do plano e eu estava pensando que, caso encontremos o local que as crianças foram levadas, com certeza será um lugar protegido, então precisamos encontrar uma maneira de despistá-los e... Que tal esse aqui ? - Wallace mostra um papel para Ander e aponta onde acabara de circular.
- Wallace... - suspira sem paciência tirando a folha da mão do bruxo e a amassando em seguida - você precisa relaxar cara, você está muito nervoso - diz colocando sua mão sobre o ombro do garoto que abaixa a cabeça envergonhado.
O garoto começa a choramingar e o homem baixa a guarda, aproximando a cabeça do jovem sensível em seu peito. Enquanto acariciava delicadamente seu lindo cabelo roxo, tentou distraí-lo:
- Ei, não precisa chorar - disse meio sem jeito - vamos arrumar essa bagunça e elaborar algo mais simples, juntos dessa vez, ok? - ele afasta o bruxo de si que no mesmo instante levanta a cabeça, e os seus olhos se encontram com os olhos verdes esmeraldas do loiro que continua sua advertência - eu não quero ver você esquentando sua cabeça. Se precisar fazer algo grande, não faça sozinho, eu estou aqui e eu não sou tão inteligente quanto você, mas sei que duas cabeças pensam melhor do que uma.
Wallace se afasta em silêncio e começa a juntar seus papéis que estão espalhados por toda a casa e Anderson o observa pensativo.
Após terminarem a limpa na casa, os dois começam a discutir coisas juntos. Wallace se divertia criando ideias e colocando-as no papel, enquanto Anderson dava palpites e evitava o jovem de fugir do controle. O grande começa a admirar o menino que está distraído explicando com muita empolgação seus planos. Ele sorri gentilmente e então é interrompido pelo ser que admira :
- Ander?... Eu posso te chamar assim, certo ?!
- Sim, claro!
- O que achou dessa ideia? - falou esperançoso juntando suas mãos.
- É... Hum... Parece boa - riu nervoso.
- Você não prestou atenção de novo, não é?! - sentou na cadeira ao lado, emburrado - minhas ideias são tão ruins assim ?
- Não! Suas ideias são ótimas! É só que... Você é tão dedicado no que faz que fica difícil não largar tudo e, permanecer aqui parado apenas te admirando.
O garoto apenas o olha, um pouco rubro, mas tenta não se mostrar rendido. Aquelas palavras faziam o seu coração palpitar, elas não eram belas palavras, aquelas chiques que se encontram em poesias, mas eram sinceras e isso o fazia se sentir desconfortável, pois viera salvar seus amigos e não tinha tempo para se render a belas palavras ou emoções passageiras. Ele tenta quebrar aquele clima, continuando a discutir sobre as suas ideias:
- E como podemos nos defender ? - " Eu poderia utilizar meus poderes como defesa mas, ele não sabe deles e não pretendo contar isso tão cedo, e aliás eles estão me deixando na mão ultimamente... acredito que toda essa sobrecarga não está me ajudando '' - refletiu suspirando desanimado.
- Bom, eu tenho algumas armas. Você sabe utilizá-las?
- A-ARMAS!? - gritou assustado.
- Sim. Apenas duas pistolas calibre 22, mas já servirá de grande ajuda caso precisarmos.
- Eu não sei usar armas. Nunca peguei em nenhuma a minha vida toda.
- Poderei te ajudar com isso - sorriu - espere só um minuto que eu vou pegar algumas latas e garrafas para treinar sua mira, mas pode ir se dirigindo para fora.
Anderson chegou com algumas garrafas e latas vazias de bebidas e posicionou uma latinha em cima de uma pedra. Entregou uma pistola para Wallace e o ajudou a se posicionar. O bruxo errou os três primeiros tiros e percebeu que seu colega estava desapontado :
- Já percebi que vamos demorar o dia inteiro aqui - revirou os olhos e dirigiu para o lado do aprendiz.
- Não, não iremos. Eu vou conseguir acertar nem que seja apenas uma latinha - e continuou a disparar sem hesitar.
- Wallace! - o homem abaixa a mão do garoto na tentativa de pará-lo - assim você só está gastando recursos! Tenha paciência.
- Vou conseguir sem mais ajuda. A próxima eu acerto, eu juro!
- Vamos começar de novo - o grandão ajeita a postura de Wallace e segura abaixo de suas mãos para manter o equilíbrio - você precisa segurá-la com firmeza e posicionar o seu corpo assim, e por fim puxe o gatilho com uma pressão constante e...
O jovem fechou seus olhos e apenas acompanhou a fala do amigo. Após o barulho do disparo ter parado, ele abriu seus olhos lentamente e viu que havia acertado :
- Acertei! Eu acertei o alvo! - pulou de alegria.
- É, você acertou. - falou dando um sorriso.
- Vamos de novo! Agora vou deixar o pulso firme e conseguir acertar sem precisar que segure minha mão.
Anderson balança sua cabeça afirmando e ambos continuam a treinar.
" Talvez uma arma não será tão útil, mas sei que Wallace está se divertindo fazendo isso, e se aprender a atirar o deixa mais seguro, eu o deixarei atirar para se sentir bem...'' - pensou enquanto sorria admirando o bruxo se esforçando para acertar um alvo.
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DEVIDO LUGAR
De Todo" Um bruxo dedica sua vida a aprender um feitiço de volta no tempo para tentar salvar seus amigos que acredita os ter matados no passado, mas ao voltar no tempo ele percebe que há mais do que um simples acidente por trás disso. " [ História desenvo...