Tudo estava preto e Wallace conseguia apenas escutar seus passos. Ele parecia confuso de onde estava mas, em questão de segundos, ele escutou uma melodia e começou a caminhar em direção a ela, chegando perto, viu uma porta e dela saía uma luz branca e, ao se aproximar mais, viu uma jovem moça, muito bela, com cabelos longos e escuros, cantarolando uma canção doce. Em seu colo havia um bebê recém-nascido, e a mulher o chamava por "Wallace Winter", sussurrando doces palavras enquanto cantarolava: "Wallace... Meu pequeno. Eu te amo tanto Winter..." ela beijou a testa do bebê, enquanto balançava para frente e para trás.
"Mãe..." - o bruxo sussurra para si ao ver aquela cena. Seus olhos enchem de água e ele vê a criança pegar de sua mãe, um colar idêntico ao que ele ganhou antes de retornar no tempo. Ele tira o colar de dentro de sua roupa e o compara pensativo :
" São os mesmos colares? Como?! Eu nunca o vi na minha vida... "
O cenário ao seu redor muda para um bosque e ele se vira, analisando o lugar, percebe que o conhece. Era sua casa, o lugar onde crescera com seu pai. O garoto ao escutar uma discussão e choro de criança, corre em direção ao o lugar e o encontra, sua versão mais nova, chorando enquanto tampa o seu olho esquerdo:
- Viu o que você fez! - um homem grita com uma mulher.
- Eu não fiz nada! Eu estava preparando a comida e a faca pegou no olho dele. Pobrezinho... - a mulher observava o menino chorar de longe fingindo sentir remorso
- Eu vou embora daqui! Não vou suportar conviver aqui contigo! Você é horrível e nem se compara a minha doce Elisa!
A mulher fica furiosa e derruba um pote de vidro que estava do lado dela. Ela observa o homem pegar a criança com o olho ferido e olha bem fundo para o garotinho e sussurra que um dia o encontraria, apontando para sua própria face no mesmo lugar que o rosto do pequeno estava ferido. Wallace não se recordava daquilo com clareza mas sentiu um leve calafrio e percebeu que agora era esta mulher que estava com o colar.
As coisas estavam calmas novamente, o garotinho estava cego de um olho mas continuava a sorrir e parecia não se importar com nada, além da companhia do seu pai. Tudo parecia bem, até que vários homens vinham em direção ao pai e filho que brincavam ao ar livre. Seu pai percebeu o que estava acontecendo e disse que iriam brincar de esconde-esconde, deu um beijo na testa do menino e disse que o amava, pedindo para correr o mais longe possível. O garoto observou o seu eu correr e se virou para trás para ver o que estava acontecendo, conseguindo apenas ver o homem sendo cercado e se rendendo. Ele tentou correr em direção ao senhor, e esticou sua mão para tentar alcança-lo, mas foi em vão e tudo começou a se esvair.
Anderson chamou o garoto por muito tempo, mas não conseguiu:
- Wallace, acorda! - ele balança o garoto - vamos lá! - ele diz inquieto, com o bruxo deitado no seu colo. O loiro abaixa o lenço preocupado e abraça o garoto com força - eu não vou deixar você sozinho. Eu... - o homem começa a ficar tonto e entra em estado de transe.
Ele começou a escutar um choro, e seguiu em direção a choradeira. De longe pode observar um garotinho em prantos, rodeado de outras duas crianças:
- Por que ainda está chorando? Eu disse que tudo vai ficar bem! A gente vai encontrar seu pai - uma menina tenta motivar o menino chorão.
- Deixa ele em paz, você está assustando ele, com essa sua cara feia!
- Eu? - a garota ri e joga seus cabelos para trás - já se olhou no espelho? Você é o pior de todos.
O garoto que provocava, jogou os ombros para trás e observava de longe a garota tentando acalmar o chorão. Quando a garota precisou ir embora, o menino se aproximou do garotinho:
- Você não tem pra onde ir, né? - ele observa o garoto apenas balançar a cabeça negando - E-eu posso te levar para casa, pelo menos hoje você terá um lugar para ficar... Aceita? - ele morde os lábios nervoso e o garotinho o abraça, deixando-o corado.
" Argh! " - o homem coloca a mão na cara, envergonhado - " eu era uma decepção... "
Tudo em sua volta começou a se preencher de memórias boas, mas apenas quando estava sozinho com o garoto chorão, o seu coração acelerava de uma forma inexplicável. Os dois foram crescendo juntos e felizes, mas as memórias começaram a falhar e os momentos só envolviam brigas. Anderson observava todas as confusões que ele mesmo iniciou e toda sua infância começou a correr sobre seus olhos, rápidas como um flash e ela parou em um laboratório:
" Não! " - ele se assustou e mudou seu humor drasticamente - " aqui não... " - seu coração começou a acelerar.
- Não! Eu não acredito! - uma voz feminina ecoou pelo grande laboratório - o quê você fez seu estupido?! - a mulher empurrou um homem, que deduzindo pela roupa, era um cientista - ele está...
" Por favor, não diga isso... Não diga isso" - ele fechou os olhos implorando para pular aquela memória.
- Morto!
Os olhos do loiro encheram de água e ele sentou no chão, se lamentando:
" Eu devia ter feito mais, não devia ter confiado nela... A culpa foi minha, você morreu em um experimento, mas a culpa foi toda minha..."
Mais uma vez a situação muda, e agora Ander o vê entrando em um portal logo atrás de algumas pessoas, sendo cauteloso como se ninguém pudesse o ver. O homem apenas continua cabisbaixo e vê ele mesmo com uma criança no colo. Ela parecia ferida mas nada grave:
" Wallace... " - sussurra para si.
O homem que carregava o garotinho, retira uma mecha da cara do menino e beija sua testa e sussurra em seguida para o menino desacordado:
- Tudo vai ficar bem! Você vai ficar em um lugar seguro, e isso nunca, nunca mais vai acontecer de novo! - ele abraça o garoto e caminha com ele em seus braços. Anderson o observa com os olhos até tudo desvanecer.
Os dois estão parados como uma estátua e um barulho de corvo ecoa sobre o lugar, conseguindo despertar eles, o trazendo de volta a realidade.
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DEVIDO LUGAR
Random" Um bruxo dedica sua vida a aprender um feitiço de volta no tempo para tentar salvar seus amigos que acredita os ter matados no passado, mas ao voltar no tempo ele percebe que há mais do que um simples acidente por trás disso. " [ História desenvo...