ARTHUR
Abro os olhos sentindo uma gota de suor escorrer pelo meu rosto enquanto eu tentava inutilmente normalizar minha respiração. As pessoas costumam dizer que o tempo cura tudo, mas eu garanto que não, muito pelo contrário. A ferida pode até se fechar, mas a cicatriz sempre estará no mesmo lugar, te fazendo lembrar novamente de toda a dor que enfrentou. Você pode me perguntar a razão de tanta "negatividade" logo no início da manhã, mas não se assuste. Isso não é negatividade, é apenas o meu passado e os demônios que até hoje carrego. Desperto dos meu pensamentos ao ver a porta do meu quarto se abrir em um rompante e um ser engravatado vir correndo em minha direção.
- Mas que droga você ainda está fazendo nessa cama? Sabe que horas são? Você está completamente atrasado para a reunião na agência, todos já estão te esperando, cara! Você sabe como isso é importante!
- Quando vai parar de invadir meu apartamento? Se não parar com isso eu juro que te demito!
- Me demitir? Eu sou o melhor agente que você poderia encontrar, e o único amigo que atura esse seu mal humor diário!
NARRADORA
Ronan comenta observando Arthur se levantar preguiçosamente da cama.
- Que fedor...vai tomar um banho e vamos logo! Você está cheirando a álcool puro!
- Fazer o quê, meu amigo? Consequências de uma noitada incrível!
- Ok ok, bad boy! Agora vai logo para o banheiro, seu jogador fedorento! Você ainda vai me deixar de cabelos brancos!
Arthur gargalha enquanto se dirige ao banho ouvindo os resmungos do agente e melhor amigo. Havia chegado aos Estados Unidos com uma mochila surrada, uma chuteira velha e um sonho quase impossível de se tornar um jogador famoso. Bom, dois anos já haviam se passado e Picoli havia conquistado tudo o que um dia desejou. Agora carregava nas costas uma carreira promissora e um passado sombrio.
[...]
- Pocah, acorda, já passou da hora de levantar!
- Humm...me deixa dormir em paz!
- Quer saber? Desisto! Não vou me atrasar ainda mais por sua causa!
A loira suspira cansada enquando terminava de calçar os sapatos e começava a correr em direção a porta. Apesar de ter apenas 25 anos de idade Carla Diaz tinha mais responsabilidades do que poderia contar. Filha de uma mãe brasileira e um pai americano, Diaz havia nascido nos Estados Unidos. Vinda de uma família simples Carla lutava todos os dias para cuidar da irmã adotiva de 19 anos após sofrer com a perda dos pais em um acidade no final de sua adolescência. Pocah, como costumava chamar a irmã que mais se parecia com uma princesa da Disney, havia chegado em sua vida quando ambas ainda eram crianças, mas o amor que sentiam uma pela outra era muito maior do que a falta de laços sanguíneos. A vida não havia sido nem um pouco gentil com a jovem, mas agora as coisas poderiam mudar. Havia conseguido um trabalho como secretária do agente do famoso astro do futebol Arthur Picoli. Qualquer outra mulher ficaria louca só com a possibilidade de estar no mesmo lugar que o jogador mais desejado do momento, mas Diaz era diferente. A loira tinha apenas um objetivo: fazer o que fosse necessário para cuidar da irmã sem distrações. Pocah agora era sua única família, e apesar de todas as dificuldades que enfrentava para bancar todas as despesas, Carla sempre conseguia...
Ela precisava conseguir!
Diaz desce do ônibus e para em frente a grande agência onde trabalharia. A loira sentia que algo estava para acontecer, e em breve perceberia que tinha razão. Estava
atrasada no seu primeiro dia de trabalho, mas reunindo toda a sua coragem Carla respira fundo e corre para dentro do grande prédio. Tinha que pensar positivo, afinal...Pior do que estava não dava para ficar, certo?!
[...]
- Eu sou um jogador de futebol, não entendo porque tenho que participar dessas reuniões chatas.
Arthur reclama enquanto entrava na agência ao lado de seu amigo.
- Essas reuniões "chatas" dizem respeito a sua carreira, e se você não agisse como um irresponsável que só quer saber de festa, nós não teríamos tantos problemas para resolver.
- Sério, cara? Quando você vai parar de reclamar? Não aguento mais, você veio o caminho todo me dando sermão!
- Parar? Ah eu só estou começando, você precisa tomar jeito ou...
- Ok ok! Vamos logo para essa bendita reunião antes que eu desista e volte para o meu apartamento só para dormir mais um pouco!
O loiro resmunga enquanto entrava no elevador acompanhado de Ronan. Quando as portas estavam prestes a se fechar um pedido de ajuda é ouvido, mas era tarde demais, as portas já haviam fechado e o elevador começava a passar de andar em andar. Do lado de fora Diaz suspira irritada enquanto xingava mentalmenteo o infeliz que não havia segurado as portas para ela. Tomando coragem Carla corre em direção às escadas e inicia uma longa corrida até o último andar. Suas pernas não suportavam mais, e quando estava prestes a cair, a porta logo é avistada. Uma fina camada de suor cobria seu rosto, mas logo a brisa gelada do ar condicionado se choca contra seu corpo. Carla olhava ao redor embasbacada com tanto luxo e refinamento, mas logo se lembra mais uma vez do quanto estava atrasada. Diaz volta a andar em busca de informações, mas antes que pudesse conseguir algo seu corpo se choca com uma parede de músculos, fazendo com que ambos caíssem no chão. A jovem se xingava mentalmente por ter pagado um mico daqueles em seu primeiro dia de trabalho, mas antes que pudesse reclamar com a pessoa que havia a levado ao chão, seu coração volta a disparar ao encarar os olhos misteriosos que a fitavam com intensidade. Seu corpo se encontrava entre as pernas do homem e seus rostos há poucos centímetros de distância enquanto todos ao redor pareciam haver parado para observa-los. Carla parecia ter perdido totalmente sua fala, mas apenas um pensamento tomava conta de sua mente naquele momento:
"Droga, tinha mesmo como piorar!"
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O Contrato - Carthur
FanfictionO que dizer quando o destino decide unir duas vidas de uma forma nada convencional? Aos 27 anos de idade Arthur Picoli é um dos jogadores de futebol mais idolatrados da atualidade. Mas apesar de todo o talento, o loiro esconde dentro de si cicatriz...