Capítulo 6

1K 67 21
                                    

NARRADORA

Picoli não sabia explicar o que havia sentido no momento em que viu aquelas mãos imundas tocarem em Carla. Não sabia como havia tido forças para partir para cima do segundo assaltante que o obrigava a permanecer ajoelhado, e tão pouco entendia o ódio que havia o levado a iniciar uma briga selvagem com o homem armado que há segundos atrás tentava assediar sua "noiva". O jogador queria pensar que faria isso por qualquer mulher, mas no fundo sabia que aquele não era o motivo, afinal, Carla Diaz não era qualquer uma. Conseguindo jogar a arma do assaltante para longe, Arthur desfere um último soco, não demorando a observar o corpo desacordado do homem também cair ao chão. O sangue de Picoli parecia ferver em suas veias, e ainda dominado pelo ódio Arthur chuta o estômago do assediador.

- Eu sou o noivo dela, seu desgraçado!

Ainda ofegante Arthur se vira e corre em direção a futura esposa, não demorando a vê-la se lançar em seus braços. A loira chorava e soluçava enquanto sentia o jogador aperta-la ainda mais contra seu corpo. Apesar de todas as brigas e as circunstâncias que os levaram àquela situação, havia algo ali, algo que não estava condicionado no contrato. Carla se sentia segura com o jovem, e no momento não queria sair dos seus braços tão cedo.

Calma, vai ficar tudo bem! Já passou, ele não vai te tocar de novo.

F-Foi horrível!

-  Eu sei, mas já acabou! Agora você está segura!

O loiro sussurra e antes que pudesse dizer mais alguma coisa ambos são surpreendidos com a porta da entrada sendo arrombada. Automática Picoli segura Carla com mais força e se coloca em sua frente, mas não demora a suspirar aliviado ao ver a polícia entrar no local. 

"Agora sim, tudo havia acabado" 

[...]

Algum tempo já havia se passado após o ocorrido no restaurante, e agora todos estávamos na frente do estabelecimento rodeados por policiais, paramédicos e jornalistas. Arthur dava seu depoimento enquanto Carla era atendida por um dos paramédicos. Ronan havia chegado há alguns minutos atrás e resolvia tudo para que o casal pudesse ir embora o quanto antes. O olhar do jogador recai mais uma vez sobre Diaz e Arthur sorri levemente ao ver que a jovem já estava mais calma. Ainda não entendia o motivo de tanta preocupação ou o que lhe levou a reagir daquela forma, mas tentava ao máximo não pensar no que havia acontecido naquele restaurante.

"Talvez fosse melhor assim!"

Picoli termina seu depoimento e após conversar brevemente com Ronan, caminha em direção a loira.

Você está melhor?

- Humhum!                       

Carla murmura confirmando com a cabeça e abraçando seu corpo devido o frio, não demorando a ver Arthur tirar sua jaqueta e colocar sobre ela, a deixando ainda mais surpresa.

- Vamos, vou te levar para casa!

A jovem confirma mais uma vez e se levanta seguindo Arthur até a moto. O caminho de volta havia sido feito totalmente em silêncio, e antes que pudessem perceber a moto já estava parada em frente ao prédio de Diaz.

Ei, calma aí, vai devagar! O que houve?

Picoli questiona surpreso ao vê-la descer do veículo rapidamente enquanto praticamente corria para casa. Em um movimento rápido Arthur a segue e a puxa de volta para si.

O que houve?! Há minutos atrás eu quase fui abusada e você quase foi morto! Quer saber a verdade? A verdade é que você é um idiota!

 O-o quê?

- É isso mesmo, você é um idiota! O que você tem na cabeça para fazer uma loucura daquela, seu babaca? Ele estava armado! VOCÊ É LOUCO!

Carla gritava totalmente fora de controle enquanto atingia o peitoral de Arthur com socos e tapas. Picoli a encarava totalmente confuso e antes que pudesse receber mais um tapa segura os pulsos de Diaz com firmeza, não escondendo sua surpresa ao ver que a mesma chorava desesperadamente.

- Idiota, babaca, louco! E-Ele podia ter te matado. P-Por que fez isso, hein?! E se algo tivesse acontecido com você? Ia ser minha culpa, ia tudo ser minha c-culpa! 

A loira declara entre soluços e não demora a sentir Arthur puxa-la para mais um abraço. Não sabia ao certo o que estava acontecendo, ambos viviam brigando e estavam unidos unicamente por uma folha de papel, mas naquele momento Carla não conseguia imaginar uma realidade sem aquele teimoso arrogante. Observar a briga entre Arthur e o assaltante a fez se sentir totalmente frágil e incapaz, não poderia fazer nada para ajudar, e se algo houvesse acontecido com o jogador se sentiria terrivelmente culpada. Ainda abraçados Carla aperta o corpo à sua frente com mais força, sentindo seu coração começar a se acalmar.

"Ele estava bem!"

Ambos sabiam que talvez voltassem a brigar no dia seguinte, mas naquele momento mesmo sem perceberem o casal agradecia aos céus por ainda estarem ali, nos braços um do outro.

UMA SEMANA DEPOIS

CARLA

Me olho mais uma vez no espelho e sorrio levemente ao ver a expressão encantada nos olhos de Pocah diante da minha última prova do vestido. Uma semana havia se passado desde o susto no restaurante e amanhã seria meu casamento. Pocah havia enlouquecido ao saber do que tinha acontecido, e acabou criando uma teoria ridícula de que eu e o Arthur sentíamos algo um pelo outro. Bom, o Arthur continuava o idiota de sempre e as brigas se tornavam ainda mais constantes. Mas apesar de tudo, naquela noite eu havia conhecido um lado dele que acreditava não existir, e por mais que finginssémos ter esquecido tudo o que aconteceu, eu sabia que 
jamais esqueceria o que ele havia feitopor mim naquela noite.



___________________________________________

O casamento está chegando aí🔥
Já prepararam a roupa para esse evento?
Estão ansiosas?
Comentem!!!! 💣💥

O Contrato - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora