Capítulo 4

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DIA SEGUINTE  

ARTHUR

Entro no pequeno campo que havia na agência e respiro fundo me jogando na grama em frente ao gol. Eu queria acreditar que tudo aquilo não passava de um pesadelo, mas no fundo eu sabia que não era bem assim, pois para o meu azar era tudo real. Meu desespero era tão grande que passei a cogitar a idéia louca do Ronan após rir desesperadamente de sua piada. Comecei a perceber que aquilo não era uma brincadeira, ele falava sério, e a única forma de me manter nos Estados Unidos era me casando. Eu não sabia o que fazer, muito menos o que pensar, tudo o que fazia naquele momento era o que o Ronan havia me pedido...

Estava confiando!

Desperto dos meus pensamentos ao ouvir um barulho e rapidamente me levanto, não demorando a me deparar com um menininho me olhando enquanto segurava uma bola em mãos.

- Oi, rapazinho, como você se chama?

- M-Meu nome é Lucca!

NARRADORA

O menino de 7 anos murmura timidamente, fazendo Arthur sorrir ao finalmente perceber a camisa do time que a criança vestia com seu nome.

- Nossa, Lucca, eu adorei a sua camisa, ela é realmente muito bonita.

- O-Obrigada!

- Acho que pela bola você também deve gostar de jogar futebol, né? O que acha de jogarmos uma partida?

Picoli questiona de forma divertida, não demorando a ver os olhos do menino brilharem intensamente. Lucca era extremamente fã do jogador, e ter seu ídolo ali em sua frente parecia ser a realização de um sonho. Sua mãe, que também trabalhava na agência, havia levado a criança para conhecer seu local de trabalho, e por mais que não imaginasse que encontraria o jogador ali, aquele estava sendo sem sombra de dúvidas o melhor dia de sua vida. Balançando a cabeça ainda timidamente, Lucca joga a bola para o ídolo, não demorando a iniciar a partida.

Por um momento Arthur se permite esquecer todos os problemas que precisava resolver. Através do esporte o jovem colocava para fora todos os sentimentos que tanto tentava esconder.
Naqueles momentos não haviam máscaras nem fingimentos, aquele era ele com todas as cicatrizes e mágoas. Arthur era um homem com um passado sombrio e uma pequena chama de esperança no coração, esperança essa que tinha nome e logo em breve teria o seu sobrenome.

CARLA

Saio do elevador e chego ao meu andar de trabalho vendo que ainda era cedo e poucas pessoas se encontravam no lugar. Minha cabeça latejava e tudo o que queria fazer era voltar para a cama mesmo sabendo que no momento isso seria impossível. Continuo a caminhar em direção a minha mesa, mas antes que pudesse chegar até lá vejo minha atenção se voltar para outro local. O som de gargalhadas tomava conta de toda minha audição, e sem conseguir controlar minha curiosidade me vejo seguindo o som, não demorando a parar em frente a grande janela que dava de frente para o pequeno campo de futebol localizado no térreo enquanto tentava conter o meu choque diante da cena diante de mim. Arthur e uma criança corriam pelo gramado enquanto jogavam uma partida de futebol. Ambos estavam nitidamente se divertindo, e ainda admirando aquela cena sinto um sorriso bobo se formar em meus lábios ao ver Arthur deixar o menino marcar mais um gol. Eu sabia que ele estava fazendo aquilo com a intenção de deixar a criança ganhar a partida, e por um momento sinto meu coração bater acelerado ao ver diante dos meus olhos o homem gentil que se escondia de baixo de toda aquela casca de jogador egocêntrico. E foi naquele exato segundo que percebi o quanto Arthur amava aquilo, e assim como eu, ele estava disposto a tudo para não perder o que tanto amava. Eu queria ter ignorado o que eu senti e caminhar de voltar para minha mesa. Queria deixar de me importar, mas naquela altura do campeonato isso já era impossível para mim.

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