Capítulo 18

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NARRADORA

Uma pequena poça de sangue se formava no chão enquanto Carla tentava abafar os gemidos de dor decorrentes ao corte em seu pé. Em um movimento rápido o loiro a carrega no colo, a levando diretamente para o sofá sem medo de também se machucar. Havia ficado fora de controle, e agora por sua causa sua mulher estava ferida.

Ahm...A-Aii!

- Cá, e-eu não quis te machucar, me perdoa, e-eu...

Picoli não sabia o que falar ou o que fazer até ver as lágrimas de dor se formarem nos olhos da esposa, o fazendo correr atrás de uma camisa e as chaves do carro para voltar a carregar Carla no colo em direção ao primeiro hospital que encontrasse pela frente. O tempo parecia se passar em um piscar de olhos, e antes que percebesse Arthur já andava de um lado para o outro na sala de espera enquanto aguardava qualquer notícia de Carla. O corte havia sido fundo, e vê-la chorar por algo que ele mesmo havia causado, lhe matava por dentro. Arthur fecha os olhos com força, sendo logo atingido pela lembrança do momento em que havia o visto parado na porta de sua casa.

"Depois de tudo o que ele fez...

Como ele teve coragem?"

As memórias que tanto tentava esquecer voltam a bombardear sua mente com força.

Toda a dor, todo o sofrimento...

Arthur nunca o perdoaria, nunca esqueceria o que seu "pai" havia à ele, e principalmente o que fez à...

Ela! 

O jogador desperta de seus pensamentos ao ver o médico caminhar em sua direção e lhe guiar até o quarto onde Carla estava. O pé da loira se encontrava enfaixado enquanto a jovem permanecia deitada na maca, fazendo o coração de Picoli se partir ao se lembrar mais uma vez que a culpa era toda dele.

A-Amor, eu sinto muito mesmo, eu não queria que você se machucasse! Eu estava fora de mim, a culpa é minha, toda min...

Carla interrompe.

- Ei, não diz isso, a culpa não foi sua, foi um acidente, sei que nunca me machucaria. Agora vem cá e me dá um beijo!

A loira declara sorrindo levemente e não demora a ver o marido caminhar em sua direção, beijando seus lábios suavemente.

SEMANAS DEPOIS

CARLA

Sinto o ar fresco me envolver e tiro mais uma foto do lugar maravilhoso onde estava. Os dias haviam se passado como num estralar de dedos desde o pequeno acidente, e o corte em meu pé já estava bem melhor. Arthur havia me tratado como uma verdadeira princesa, cuidando de mim à todo o momento. E por mais que eu lhe afirmasse que não havia sido sua culpa, eu sabia que no fundo meu marido continuava se culpando. Era incrível como as coisas haviam mudado e como eu me sentia tão bem ao seu lado. Parecia que já éramos casados há anos, e os momentos que vivemos me faziam esquecer completamente aquele maldito contrato. Direciono meu olhar para o lago do parque onde estava e tiro mais uma foto. Eu havia tentado à todo custo fazer com que Arthur me contasse o que havia acontecido entre ele e o pai, mas não conseguia de jeito nenhum. Sua reação no dia em que o encontrou demonstrava perfeitamente sua ira e me fazia criar milhares de hipóteses em minha mente.

Afinal, o que havia acontecido? 

Me concentro na fotos que tirava até sentir uma mão calejada tocar meu ombro, chamando minha atenção com um susto ao ver quem estava atrás de.

Você é a Carla, certo?! Esposa do meu filho...

- S-Sim!

NARRADORA

A loira murmura ainda se recuperando do susto e não demora a ver o pai de seu marido lhe estender a mão.

- Eu sou o José...pai do Arthur!

Carla aperta a mão do mais velho em sinal de educação e mesmo sentindo um leve arrepio sombrio percorrer seu corpo, a jovem decide ignorar tal sensação.

- Eu sei que nosso primeiro encontro não foi muito agradável, mas será que...podemos conversar?

A loira sente a dúvida tomar conta de si e automaticamente a imagem de Arthur surge em sua mente. 

O que o marido acharia daquilo?

Havia ficado nítido sua mágoa direcionada ao pai, mas não havia outro jeito. Carla queria descobrir o que havia acontecido, queria saber o que tanto machucava o marido, e se não fosse por Picoli, a verdade viria diretamente da fonte do problema.

Sim, podemos! 

Ambos caminham em direção a um banco e se sentam.

Aquela era a hora, iria descobrir toda a verdade sobre o passado de Arthur!

Eu acho que você deve estar cheia de perguntas, e uma delas é o que aconteceu entre mim e o meu filho.

O mais velho respira fundo sentindo o olhar de Carla sobre si, criando finalmente coragem para continuar a falar.

Bom...a verdade é que eu já fiz muito mal à mãe do Arthur e à ele. Nós brigávamos muito e no final as coisas sempre saíam do controle. Eu era um homem muito bruto...e-e não valorizei minha família. Carla, eu fiz muito coisa errada, e-eu magoei eles, principalmente o Arthur. Eu fui preso e depois disso nunca mais tive notícias de nenhum dos dois, após anos eu cumpri minha pena e...a prisão me fez perceber o quão péssimo pai eu fui! O Arthur tem todo o direito de me odiar pelo o que eu fiz, mas...mas eu mudei! Ele é meu filho, e eu o amo, tudo que eu quero é uma segunda chance. Eu preciso do perdão dele, mas sei que ele nunca deixaria eu me aproximar novamente, não sem sua ajuda!

E-Eu não sei o que dizer!

- Tudo o que eu peço é uma chance, ele ouvirá você, eu realmente mudei e quero o meu filho de volta. E então, Carla, você vai me ajudar?

A jovem o olhava ainda boquiaberta. Não sabia o que dizer, muito menos o que pensar. Seu coração se apertava ao ouvir tudo o que Arthur havia passado, mas além disso começava a acreditar que o pai do jogador realmente havia mudado. Havia percebido o quanto aquele assunto machucava o marido, e talvez o perdão fosse tudo o que ele precisava para seguir em frente. Precisava fazer alguma coisa, precisava unir aqueles dois, e acima de tudo precisava ajudar a curar o coração de Arthur.

- Eu vou te ajudar!

[...]

O tempo volta a se passar rapidamente e antes que percebesse Picoli já caminhava até a porta de sua casa enquanto segurava em mãos um buquê de rosas. Havia sido um dia cansativo no Clube, a agenda do time estava lotada e o vocalista precisava treinar o máximo possível. Ansiando receber um abraço de sua esposa o loiro abre a porta animado, sentindo o sorriso em seus lábios morrer e seu sangue ferver em suas veias ao se deparar com cena à sua frente.

O QUE ELE ESTÁ FAZENDO AQUI?


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Eitaaa!!
Pelo visto o Arthur não quer nenhum contato com o pai.
Qual será a reação dele ao descobrir que a Carlinha quer juntar eles dois?
Será que teremos uma briga Carthur no próximo capítulo? 👀
Comentemm!!! 💥💣🔥

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