O Contrato - Carthur

Capítulo 11

NARRADORA

A loira se encontrava sozinha no apartamento, e após um longo banho a jovem sente seu estômago roncar, à fazendo caminhar em direção a cozinha. Já era noite e estava com fome, mas antes que pudesse começar a preparar o jantar Carla ouve a voz de Arthur romper com o silêncio do local.

- Carla?! Carla?

- Na cozinha!

Rapidamente a jovem observa Picoli entrar correndo em sua direção.

- Consegui, meu visto permanente foi liberado! Eu vou ficar!

Totalmente tomados pelo momento ambos se abraçam intensamente. Em um movimento rápido o jogador segura Carla no colo e começa a gira-la, não demorando a se deliciar com a risada da esposa. Arthur não conseguia expressar sua alegria, por semanas o medo de ter que voltar para o país onde tanto sofreu, lhe assombrava, mas naquele momento nos braços de Carla e com aquela ótima notícia, Picoli se permite finalmente sentir um pouco de paz. Iria ficar nos Estados Unidos, e com toda a certeza do mundo devia isso à Carla.

- Obrigado por aceitar essa loucura e...por estar aqui!

Arthur declara de forma sincera, sentindo uma parte de seu coração derreter com a resposta da loira.

- Estou exatamente onde tinha que estar!

Carla sorri levemente ainda nos braços do marido e não demora a ver o jogador corresponder ao seu sorriso. Ambos permanecem envolvidos por aquele momento até se darem conta de como ainda estavam próximos, os fazendo se afastarem como num choque. Arthur coça a nuca sem saber o que falar, mas com muito esforço reage apontando logo em seguida para a caixa de pizza que havia trazido.

- Eu trouxe pizza, você sabe...para a gente comemorar! Não sabia se você prefira outra coisa, então eu trouxe iss..

Carla interrompe.

- Eu adoro pizza!

ARTHUR

Eu ainda me sentia em transe com tudo o que estava acontecendo. Lembro que quando Ronan havia tido a idéia de que seria necessário eu me casar para continuar nos Estados Unidos eu havia desabado em risos. Para mim aquilo não passava de uma brincadeira e seria impossível me casar com alguém que eu ao menos conheço. Mas agora olhando para Carla percebo o quanto devo a ela, pois sem ela eu com certeza não estaria aqui agora. O tempo havia se passado como num piscar de olhos, e eu e Carla já havíamos devorado a pizza. Era bom estar com ela, Carla era uma mulher incrível e não merecia toda a minha tentativa de indiferença. Ela ainda me deixava louco e me atraía como ninguém, mas por mais que meu corpo à desejasse, eu sabia que não poderia permitir que algo acontecesse. Tudo que podia fazer era tentar ao máximo manter um laço amigável com ela. Logo logo tudo isso passará e não haverá ao menos resquícios de desejo entre nós.

NARRADORA

O jogador repete para si mesmo tentando ao máximo se convencer daquilo. Já estava prestes a tentar dormir quando ouviu batidas na porta de seu quarto. Rapidamente Picoli abre a porta e se depara com a mulher que não saía de sua cabeça, bem à sua frente.

- É..eu..eu estou indo assistir um filme lá em baixo. Você quer assistir também?      

A loira questiona nervosa e mordisca seu lábio inferior atraindo automaticamente a atenção de Arthur para aquela região. Ainda não sabia o que estava fazendo ali, por incrível que pareça apesar de todas as brigas e provocações Carla havia passado a gostar da presença do marido, e naquele momento queria mais um pouco dele.

- Claro, vamos!

Algum tempo se passa, e após uma longa discussão sobre qual filme iriam assistir o casal já se encontrava sentado no sofá. Durante todo o filme a troca de olhares entre ambos era nítida, e por mais que tentassem controlar, havia algo acontecendo entre eles, e aquilo era com certeza inegável.

CARLA

Havíamos optado por um filme de comédia que ainda passava na TV, me fazendo ter uma incontrolável crise de risos. Sinto minha garganta secar e não demoro a me levantar do sofá, sentindo o olhar de Arthur me seguir até a cozinha. Por incrível que pareça aquela noite estava sendo incrível, e por mais que ainda discutissémos as vezes, Arthur se mostrava uma pessoa totalmente diferente da que eu imaginei que seria. Ele mostrava para as pessoas um homem totalmente sério, mas no fundo sabia que ele não era assim. Arthur com certeza era um homem cheio de mistérios, em alguns momentos conseguia ver um brilho diferente em seus olhos, conseguia ver uma dor muito bem escondida, mas que em alguns momentos se apresentava de forma silenciosa.

Afinal, quem é o verdadeiro Arthur Picoli?

E qual é o seu passado? 

NARRADORA

Rapidamente a loira desperta de seus pensamentos e caminha de volta para a sala após beber um gelado copo de água. Uma chuva forte caía do lado de fora, e quando estava prestes a sentar em seu lugar ao lado do marido o som forte de um trovão rompe as vozes do filme, a fazendo pular de susto. Sem conseguir controlar seu corpo Carla sente o mesmo tropeçar no tapete da sala e antes que pudesse evitar já se encontrava caída no colo de Arthur, que segurava fortemente sua cintura. O olhar de ambos permanecia conectado e como em um passe de mágica seus corações começam a bater de forma acelerada. Não havia como controlar, podiam tentar de tudo para ignorar o que estava acontecendo, mas quando suas peles se tocavam todas as resistências iam ao chão. Seus lábios estavam prestes a se tocar quando todas as luzes se apagaram de repente os fazendo pular do sofá.

- Droga, faltou luz! 

O jogador tenta caminhar até a cozinha para pegar algumas velas, mas antes que o pudesse fazer sente a mão trêmula de Carla segurar a sua.

- N-Não me deixa aqui sozinha!

- Você tem medo de escuro?

- N-Não, claro que não! Tá louco?!

A jovem mente, e sem conseguir controlar Arthur solta um leve riso ao ver a mesma tremer novamente com o som de um trovão, não demorando a puxa-la consigo até a cozinha. Ambos vasculhavam todas as gavetas, e após um tempo sem conseguir achar uma vela sequer o casal desiste. Com dificuldade Carla e Arthur sobem as escadas no escuro e param logo em seguida na frente de seus respectivos quartos. Como não haviam encontrado as velas decidiram a aproveitar o escuro para dormir, e era isso o que iram tentar fazer.

- Tem certeza que não tem medo e que vai ficar bem?

- T-Tenho! Tá tudo sob controle! Boa noite!

Carla declara apresada e entra no quarto rapidamente. As horas se passam rapidamente, mas a loira ainda não havia conseguido dormir. A chuva se tornava mais intensa há cada minuto e quando ouviu o som de mais um forte trovão, não conseguiu mais se conter. A verdade era que a jovem morria de medo de escuro e de trovão, e naquela noite aquela combinação parecia ter sido feita para deixá-la em pânico. Engolindo todo seu orgulho Carla bate na porta do quarto de Arthur e não demora a ver a mesma se abrir. Mesmo no escuro conseguia ver o corpo grande e músculoso do marido coberto por apenas uma cueca box preta. A jovem parecia viajar em outro planeta até ouvir a voz rouca e sonolenta do jogador chamar sua atenção.

- Carla?! O que houve?

- É-é...olha, eu menti!

- Hã?

- E-Eu morro de medo do escuro e essa chuva só piorou a situação. Eu estou morrendo de medo nesse exato momento e nã-não quero ficar sozinha! Sei que não é da sua conta e que acordei você pra falar besteira...mas...Eu posso dormir 
aqui?

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Será que teremos Carla e Arthur dormindo na mesma cama no próximo capítulo?
O que será que vai acontecer, hein?
Comentemmmm!!! 💥💣