Capítulo 12

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NARRADORA

Eu prometo que é só hoje, mas se você não quiser, tudo bem, não é sua obrigação. Na verdade não sei nem porquê vim aqui, desculpa incomod...

Antes que pudesse terminar de falar Carla sente as mãos de Arthur a puxarem para dentro do quarto, fechando a porta logo em seguida, antes de vê-lo se jogar de volta na cama.

 - Você não vem?

Um trovão rompe os céus e antes que pudesse desistir e voltar para seu quarto Carla se joga sobre o corpo do marido com o susto que havia levado. Seus 
corpos se encontravam grudados, mas antes que perdesse ainda mais o controle a loira vira se deitando finalmente sobre a cama. Ambos permaneciam em um silêncio constrangedor, e sem ter o que dizer Carla observa mais uma vez o quarto à sua volta, percebendo o quanto parecia estranho já se sentir a vontade ali. O cheiro de Arthur se encontrava impregnado nos lençóis a causando uma sensação de tranquilidade fora do comum. A chuva permanecia forte do lado de fora, mas naquele momento aquilo parecia não importar mais, pois sem conseguir controlar, os olhos da jovem começam a se fechar. Estava prestes a se render ao sono quando um beijo é depositado em sua testa e uma voz rouca sussurra em seu ouvido, antes de cair completamente na inconsciência.

- Boa noite!

O jogador declara e sorri levemente ao ver que a esposa já dormia profundamente. Havia ficado surpreso com o pedido de Carla, e percebeu naquele momento o quando o relacionamento de ambos parecia estranho. Afinal, uma hora tentavam manter distância um do outro e em outro momento estavam dormindo na mesma cama. Arthur não compreendia muito bem o motivo, mas ao olhar para Carla dormindo ao seu lado sentiu uma paz que há muitos anos não lhe visitava, o fazendo dormir pela primeira vez como nunca havia dormindo antes.

[...]

ARTHUR

Abro os olhos lentamente e sinto um raio solar pairar sobre meu rosto  me fazendo olhar para o ambiente ao meu redor. Tudo parecia normal, a não ser pela loira grudada ao meu corpo. Nossas pernas estavam entrelaçadas, e enquanto meus braços envolviam sua cintura, sua cabeça se encontrava em meu peitoral, me fazendo sentir o cheiro delicioso de seus cabelos. Por incrível que pareça eu nunca havia dormindo assim com uma mulher, sempre foi apenas sexo, nunca me senti a vontade pra compartilhar um momento íntimo como aquele, mas naquele exato segundo seu corpo colado ao meu parecia tão certo que me vez desejar que aquele momento se repetisse diversas vezes. Balanço a cabeça ignorando a loucura que havia se passado por minha mente e me levanto com cuidado para não acordar Carla. Era apenas um contrato, e assim permaneceria.

NARRADORA

O loiro se arrumava tentando ao máximo não fazer nenhum tipo de barulho que acordasse Carla. Naquele mesma noite teria um jogo importante e precisava se preparar. Arthur termina de se arrumar e observa mais uma vez a mulher em sua cama. Acordar com ela em seus braços havia sido inexplicável, mas precisava voltar a realidade antes que as coisas acabassem mal. Sabia que não poderia manter distância, havia aprendido da pior forma que conseguir se manter afastado de Carla era impossível. Agora contava com o resto de autocontrole que lhe restava para conseguir resistir ao desejo de jogar tudo para o ar e agarrar a mulher deitada em sua cama. As horas continuam a se passar rapidamente, e após um longo tempo dormindo a jovem volta a despertar. Carla abre os olhos ainda sonolenta e logo volta a abraçar os lençóis com mais força ao sentir um cheiro forte e delicioso exalar do tecido aconchegante. Aos poucos a consciência volta a se apossar da loira, à fazendo finalmente observar o quarto ao seu redor.

"Droga!"

"Não havia sido um sonho?!"

Rapidamente a loira senta na cama e sente as lembranças lhe atingirem com força. Estava com medo e realmente havia pedido para dormir ali. Carla encara o lado vazio na cama e sorri levemente ao perceber que por mais estranho que fosse nunca havia dormindo tão bem como naquela noite.

O Contrato - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora