NARRADORA
Arthur murmura em um tom sombrio, observando seu pai se aproximar de forma hesitante antes de vestir sua máscara de bom moço novamente.
- É c-claro que sim, filhão! Não esperava te ver aqui depois de tudo, mas fico feliz em saber que quer conversar. Sou seu seu pai e...
Picoli interrompe.
- Não ouse dizer isso, você não sabe o que significa! Vem cá, até quando você achou que ficaria impune depois de tudo o que fez? Achou mesmo que eu não descobriria sua chantagem contra a Carla?
- Do que está f-falando, filho?
- NÃO ME CHAMA ASSIM PORRA! VOCÊ NÃO É O MEU PAI! Você não passa de um imprestável que queria viver às minhas custas, que queria chantagear a minha mulher e ainda por cima acabar com minha carreira.
- NÃO FALA ASSIM COMIGO, MOLEQUE!
- Ah...finalmente deixou sua máscara cair! Você nunca me enganou, sempre soube que você continuava sendo o mesmo lixo de sempre!
Em um movimento rápido o mais velho avança em direção a Arthur, mas não demora a cair no chão ao ser surpreendido por um soco forte no rosto.
- Sabe, você errou em achar que eu ainda sou aquele garotinho amedrontado que você espancava há alguns anos atrás. Errou em tentar voltar para a minha vida, e mais ainda em tentar tirar o meu dinheiro. Mas a verdade é que o seu pior erro foi mexer com a mulher que eu amo e tentar afasta-la de mim.
Lentamente o jogador se aproxima do homem, não demorando a se abaixa em sua direção.
- Um dos grandes benefícios de ser rico é que posso descobrir o que eu quiser há qualquer momento. Sabia que se envolver com traficantes pode ser perigoso? Dever a eles é mais arriscado ainda. E se descobrirem onde você está se escondendo, você vai estar literalmente morto!
- V-Você não faria isso!
- Você não sabe do que eu sou capaz, mas enfim...tenho uma proposta pra você! Me entregue a cópia do contrato agora e eu posso cogitar a idéia de não te entregar para os traficantes que você está devendo.
- C-Certo, eu entrego!
Com muito esforço o mais velho caminha até uma gaveta da sala e não demora a entregar um envelope com o contrato para Arthur.
- Está tudo aqui! Se eu fosse você não ousaria mais se aproximar de mim ou da Carla, para o seu bem!
Sem mais nenhuma palavra Picoli caminha até a porta, mas não demora a sentir seu corpo paralisar com a última fala do pai.
- Você me odeia tanto, mas não percebe que na verdade é igualzinho a mim. Sempre lutando pelos seus interesses, chantageando o próprio pai...Acho que não somos tão diferentes assim, né "filhão"?!
Como uma fera pronta para atacar Arthur se direciona até o homem, parando há centímetros de seu rosto.
- Eu não sou igual a você, porque diferente de você eu não bato ou chantageio mulheres, e tão pouco espanco crianças. Eu não sou igual a você porque a Carla me tornou uma pessoa melhor, e porque a minha mãe criou um HOMEM de verdade! E por ser um homem de caráter não acho justo você se safar de tudo o que fez.
Ainda assustado José observa Arthur digitar algo no celular, não demorando a ver um bando de homens mascarados arrombarem a porta da casa. O mais velho estava em pânico, sabia qual seria seu destino, e após uma tentativa falha de fugir, sente seu corpo ser segurado com força e jogado no chão.
- M-MEU SANGUE VAI ESTAR EM SUAS MÃOS!
José grita o mais alto que pode, vendo Arthur voltar sua atenção à ele.
- Posso conviver com isso!
O loiro sai da casa ouvindo os gritos do pai, e sem olhar para trás Picoli consegue ouvir o som de um disparo. Qualquer outra pessoa poderia sentir ao menos uma gota de remorso, mas naquele momento Arthur não sentia absolutamente nada. Por ser alguém famoso o jogador conhecia todos os lados da sociedade, e após descobrir que José devia a traficantes, tudo o que precisou fazer foi pedir a um conhecido que entrasse em contato, e antes mesmo de entrar naquela casa o mais velho "já estava morto". O jogador sente as lembranças de sua mãe e de Carla invadirem sua mente, o fazendo sorrir. Elas estavam vingadas, e após tanto tempo Arthur tinha a certeza de que pesadelos não voltariam a lhe assombrar. Pois além de ter Carla ao seu lado, o grande demônio que perturbava seu passado estava definitivamente...
Morto!
[...]
Diaz continua a andar de um lado para o outro na sala enquanto tentava ao máximo manter a calma. Havia acordado sem ter Picoli ao seu lado, e mesmo depois de revelar toda a verdade, a loira não sabia se a noite de amor que tiveram seria o suficiente para que as coisas voltassem a ser como antes.
"Será que Arthur havia deixado de ama-la?"
A jovem balança a cabeça tentando afastar aquele pensamento e logo sente sua mente lhe guiar até o ex sogro. Havia se esquecido completamente do mais velho, e agora acreditava que após presenciar seu beijo com o homem que amava, Aline contaria tudo para o homem. Antes que pudesse continuar pensando naquilo Carla vê a porta se abrir e Arthur caminhar em sua direção com um papel em mãos, não demorando a sentir todas as suas dúvidas irem ao chão no exato momento em que o jogador une seus lábios. Ambos se encontravam perdidos nos braços um do outro, e após o que pareceu uma eternidade o casal volta a se afastar devido a falta de ar.
- Acabou, meu amor!
Com lágrimas nos olhos Carla observa o loiro rasgar o contrato em pedaços, não demorando a jogar tudo para o alto e puxa-la para um forte abraço.
- Mas c-como? E o seu pai?
Arthur aperta a amada ainda forte em seus braços com a menção do seu "pai", depositando logo em seguida um beijo em sua testa.
- Ele não vai mais nos incomodar. Todo esse tormento acabou, pode confiar em mim!
- Eu confio, meu amor! Eu te amo tanto, tudo o que disse naquele dia era mentira, eu já te amava bem antes de todo aquele inferno começar, mas eu não podia permitir que ele destruísse algo que você lutou tanto para conquistar. Esse é o seu mundo e sei que você ama o que fa...
Arthur interrompe.
- O meu mundo é você, Carla! E sim, eu amo o futebol, mas você está acima de qualquer coisa. Eu abriria mão de tudo por você, meu amor! Ficar longe de você foi a pior tortura que eu poderia passar. Eu te amo tanto, Cá...tanto! Naquele dia eu iria rasgar aquele contrato e te pedir em casamento de verdade. Eu não sei ao certo como aconteceu, mas me apaixonei por você. Eu te amo, e por te amar guardei esse anel por 1 ano, pois bem no fundo eu sabia que o destino te traria de volta pra mim.
Em um movimento lento o jogador se ajoelha na frente da jovem e sorri diante da emoção que transbordava de seus olhos.
- Casa comigo...de novo?
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O que acharam do fim do pai do Arthur?
Ele mereceu?
Será que teremos um novo casamento em breve? 👀
Comentemmmm bastante e se preparem para o último capítulo! 💥💣❤️
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O Contrato - Carthur
FanfictionO que dizer quando o destino decide unir duas vidas de uma forma nada convencional? Aos 27 anos de idade Arthur Picoli é um dos jogadores de futebol mais idolatrados da atualidade. Mas apesar de todo o talento, o loiro esconde dentro de si cicatriz...