Undecided (Harry Styles and Francisco Lachowski)

Capítulo 28

Oh meu Deus. 

Agora é que se foi tudo abaixo.

-Jace...- sussurro. A sua mão aperta ainda mais a minha anca depois de ter pronunciado o seu nome e ele olha numa fração de segundos para os meus lábios, voltando aos meus olhos.- Não podes continuar a fazer isto.

-O que?- ele pergunta.

-Dizeres que não queres nada comigo e depois fazeres isto.- Caroline bate a porta. Tento sair de ao pé de Jace, mas o seu corpo continua pressionado contra o meu. 

-Quero ficar sozinho!- ele grita, virando a cara para a porta.

-Uhm... Ok.- Caroline diz. Ouço o seu passo zangado quando se vai embora. Apesar de tudo, sinto pena de Caroline. Sei que ela não faz as coisas por mal.

-Eu...- Jace começa. Porque é que ele está a fazer isto comigo? Magoar-me e depois dar-me esperanças?

-Agora é a minha vez. É a minha vez de apenas querer ser tua amiga. É obvio que não é isso que eu quero, mas...- respiro fundo - Eu quero conhecer-te. Levar isto com calma.- preencho a sua face com as minhas mãos. 

-Ok.- ele sorri. Jace deixa cair a sua cara no meu ombro apertando-me num abraço e deixo-me caída nos seus braços.

***

-Onde conheceste o Harry?- pergunta. Jace e eu estivemos a falar faz agora duas horas. Ele contou-me toda a sua infância e eu contei-lhe a minha.

Não sabia o que lhe havia de dizer. Devia simplesmente dizer a verdade ou mentir?

-Não me mintas.- ele diz. Fico confusa. O quer ele dizer com...- Eu sei que o Harry era teu professor.

O ar falta-me. Era como se de repente me tirassem algo com o qual eu não podia viver sem.

-Como?- sussurro. A minha voz treme por todas as partes.

-A Caroline disse-me. Não me perguntes como ela descobriu. Porque eu não sei. Amava-lo assim tanto, para o fazeres? Arriscares tudo?- Jace parece confuso.

-Quando te apaixonares saberás.- digo. 

-Eu já estive apaixonado.- ele diz. Jace já namorou a sério com alguém?- No 11º e 12º ano. Ela era tudo para mim. Chamava-se Clary. Ela era tudo o que eu sonhei ter. Ela era a minha única familia. A única pessoa que eu tinha. E eu estava completamente apaixonado por ela. Até ela desaparecer.

-Desaparecer?- os olhos de Jace estão escuros e sinto a dor que aumentou rapidamente no seu peito. Jace estava a abrir-se comigo. 

-Ninguém ouviu falar dela durante 1 mês. Apareceu morta. Foi abusada sexualmente e espancada.- Jace está a fazer os possiveis para não chorar.

-Lamento muito.

-Sabes quem fez tudo isto? O meu melhor amigo.- o meu coração bate fortemente e lentamente. Não consigo perceber o que me está a contecer e vejo Jace sentado na cama a olhar para o nada.- E eu agora estou sozinho.- aproximo-me dele. Agarro a sua mão e entrelaço os seus dedos nos meus e com a outra acaricio o seu cabelo. 

-Tu não estás sozinho.- obrigo a sua cara a virar-se para mim.- Eu estou aqui. Tu não estás sozinho.

***

 Já eram 2 da manhã e o meu estudo não foi feito. Estava a arrumar as coisas para ir para casa, depois de Jace me ter contado aquilo tudo. Os seus olhos continuavam vermelhos e ele parecia exausto. 

-Eu levo-te a casa.- ele diz.- Mas vamos ter de ir a pé. Não tenho gasolina.- concordo com Jace e desço as escadas ouvindo os passos largos de Jace atrás de mim.

A festa continuava. Nunca tinha parado.

Assim que chego ao último degrau levanto o olhar e dou-me com um rapaz quase da minha altura e com roupas largas. O homem não tinha menos de 50 anos. O que estava aqui a fazer um homem de 50 anos com cheiro a tabaco e muito mau aspeto?

Quando vejo que Jace se apercebe do homem que se encontra a minha frente passa por ele e sigo-o. 

-Não te via à tanto tempo!- o homem diz. Os seus dentes são amarelos e não os tem todos. A barba ainda estava por fazer e os olhos estavam a ficar cada vez mais escuros.

-Eu não te conheço de lado nenhum. Agora baza, antes que eu chame a polícia.- Jace avisa, aproximando-se do homem. Deixo-me ficar para trás. O homem solta uma gargalhada.

-Oh, meu querido Jace, sabes muito bem as coisas que sei sobre ti.- ele sorri. Vejo Jace a ficar tenso.- E quem é essa menina? Bem que me podias oferece-la para uma noite.

-Desculpe?- exclamo num tom chocado e enojado. 

-Vai-te embora.- Jace diz aproximando-se ainda mais.- E se tu lhe tocares, eu mato-te. Mato-te como mataste os meus pais.

***

A viagem é silenciosa. Esta noite foi... intensa.

Quando Jace pare o carro, ao chegarmos aos quartos, olho para ele. 

-Jace...- num movimento rápido, Jace beija a minha bochecha, mantendo os seus lábios durante um pouco.

-Estou apaixonado por ti. Boa noite Bradshaw.