Capítulo 22

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- Jess...
 
Abro os olhos lentamente quando escuto alguém chamando por meu nome, e quando olho em volta e percebo que estou em um quarto de hospital começo a me desesperar.
 
- Meu bebê...
 
Levo a mão a minha barriga, assustada com a possibilidade de ter perdido meu filho antes mesmo deu ter a chance de o pegar em meus braços.
 
- Se acalme querida. - Mamãe pede. - Nossa pequena está bem.
 
- O que aconteceu? - Questiono.
 
- Você teve um início de aborto, mas graças a Deus ela está bem agora.
 
- Que alívio.
 
Levo as mãos ao rosto e enxugo minhas lágrimas, aliviada por nada ter acontecido com meu bebê.
 
Com o susto enorme que levei, agora eu percebo o quanto essa criança já é importante e tudo para mim, pois não gosto nem de pensar na possibilidade dela se for.
 
Confesso que inicialmente não a queria por vários motivos, mas agora eu já a amo mais do que a mim mesmo, e eu farei de tudo para proteger meu bebê.
 
Não faço ideia do que acontecerá no futuro, mas nada me importa mais do que a segurança do meu filho, e por ele eu dou minha vida se necessário.
 
- Como...
 
Mamãe se cala e olha para trás quando escuta alguém entrando no quarto, e depois de alguns segundos Josh e meu pai param em frente a cama.
 
- Como está se sentindo? - Josh pergunta.
 
- Estou bem. - Respondo. - E como está meu bebê?
 
- Sua gravidez é de risco, então terá que manter repouso absoluto esses primeiros meses.
 
- Farei o que você pedir. - Suspiro alto.
 
- Que paciente prestativa. - Ele sorri largo.
 
Pelo bem do meu bebê sou capaz de qualquer coisa, então farei tudo que o Josh me mandar fazer, sem pensar duas vezes.
 
- Obrigada por tudo. - Agradeço.
 
- Não precisa agradecer. - Ele dá um tapinha em minha perna.
 
- Lógico que preciso. - Digo.
 
O que Josh deve estar pensando por eu estar grávida? Ele não parece me culpar ou me julgar, mas nunca se sabe o que se passa na mente de uma pessoa.
 
- Bem... Irei deixá-los a sós agora. - Josh fala. - Mais tarde eu volto para dar a sua alta.
 
- Obrigada. - Agradeço novamente.
 
Josh acena com a cabeça e então sai do quarto em passos largos, ao mesmo tempo em que me sento na cama com a ajuda da minha mãe.
 
Meu pai fica me olhando em silêncio de longe, e eu também não falo nada porque não estou nem um pouco afim de ouvir sermão nesse momento.
 
- Você deve estar com fome meu bem. - Mamãe fala.
 
- Eu estou. - Assumo.
 
Na verdade eu nem havia percebido que estava com fome até minha mãe tocar nesse assunto, e agora minha barriga está rocando.
 
- Irei buscar algo para você comer. - Mamãe passa a mão por meus cabelos.
 
- Deixe que eu vou. - Meu pai fala.
 
- Fique com a Jess, eu não irei demorar.
 
Tenho certeza que ela está planejando deixar nós dois sozinhos, para ver se meu pai faz as pazes comigo.
 
- Eu ire...
 
Minha mãe nem deixa meu pai terminar de falar, e mais do que depressa começa a caminhar em direção à porta do quarto, antes que ele pudesse fazer isso no seu lugar.
 
Ele pigarreia alto e fica andando de um lado para o outro, e só de observá-la já começo a ficar meio tonta.
 
- Poderia parar?
 
- Claro. - Ele força um sorriso. - Me desculpe.
 
Sinto minha boca seca, então olho no criado mudo e vejo que tem uma jarra com água e um copo ao lado, e antes mesmo deu mover minha mão para pegar o copo meu pai surge do meu lado e me serve a água.
 
- Aqui querida. - Ele fala ao me entregar o aqui.
 
Inicialmente fico sem reação por ele ter me chamado de querida, porque meu pai mal olhava em meu rosto, muito menos ser carinhoso comigo.
 
- Obrigada. - Agradeço.
 
Levo o copo a boca e bebo o líquido calmamente enquanto sou observada por ele que se mantém em silêncio, e após beber a água lhe entre o copo que o coloca sobre o criado mudo novamente.
 
Meu pai se senta na beirada da cama, pega minha mão e aperta com firmeza, e fica me encarando com os olhos marejados por um longo tempo.
 
- Você me perdoa por ter sido um péssimo pai? - Pergunta.
 
- O senhor não é um péssimo pai. - Balanço a cabeça em negação.
 
- Por minha causa você quase perdeu o bebê.
 
- A culpa não é sua pai. - Balanço a cabeça em negação.
 
Lágrimas banham seu rosto, e eu também começo chorar por vê-lo chorando, e isso me deixa muito triste, porque odeio ver meu pai assim.
 
- Eu só pensei em mim e me esqueci que você também ficou abalada com a gravidez. - Ele fala. - Me perdoe por ter sido tão egoísta.
 
- Vamos esquecer isso está bem?
 
Meu pai me abraça com força e eu retribuo o abraço, porque senti saudade desses momentos ao seu lado, e agora sim sinto muita felicidade por ter o seu apoio.
 
Ter minha família ao meu lado é o que me dá forças para continuar lutando sempre, e agora mais do que nunca terei que ser forte.
 
- Você me perdoa? - Ele questiona.
 
- É claro que sim. - Suspiro alto.
 
- Eu te amo meu bem. - Papai fala. - E também amarei essa criança.
 
- Eu também te amo papai.
 
Ele se afasta de mim, enxuga minhas lágrimas e então me da um beijo na bochecha e volta a me abraçar. 
 
Só nos distanciamos quando ouvimos um barulho vindo da porta do quarto, e ao olhar para o lado me deparo com Liz correndo igual louca em nossa direção.
 
- O que aconteceu? Você está bem? Como está minha sobrinha? Está sentindo dor? Por quê está chorando?
 
- Uma pergunta por vez. - Sorrio largo.
 
Liz está vermelha e muito ofegante, pois até parece que correu uma maratona para chegar no quarto.
 
- Responda logo as minhas perguntas. - Ela fala com irritação.
 
- Eu não me lembro nem da primeira, quem dirá de todas elas.
 
- Você está bem? - Liz indaga revirando os olhos.
 
- Eu estou bem. - Respondo. - E meu bebê também.
 
- Que bom. - Ela suspira aliviada.
 
Meu pai me da um beijo na testa, e então se levanta da beirada da cama, e logo em seguida Liz toma seu lugar.
 
- Deixarei vocês conversarem a sós. - Ele fala.
 
Meu pai caminha em direção à porta do quarto, enquanto Liz e eu o observamos em silêncio.
 
- Fizeram as pazes? - Liz pergunta assim que ele fecha à porta do quarto.
 
- Sim. - Confirmo com a cabeça.
 
- Que bom minha amiga.
 
Estava impossível de conviver com meu pai, mas graças a Deus agora tudo irá melhorar, pois eu terei  minha família ao meu lado, e isso é muito importante para mim.
 
- Você me deu um susto enorme garotinha. - Liz fala apontando para minha barriga.
 
- Quero só ver se não for uma garota.
 
- Será uma garota. - Ela fala com convicção.
 
Até eu já estou me acostumando com a ideia de que será uma garota, porque Liz, mamãe e Olívia só estão dizendo que será uma garota. Na verdade eu não tenho uma preferência, porque para mim não importa se será uma garotinha ou um garotinho, e sim que venha com muita saúde.
 
- Decidiu se contará ao Reidar? - Liz pergunta.
 
- Preciso de um tempo para poder criar coragem.
 
Inicialmente eu até cogitei não contar nada a ele por medo da sua reação, mas seria muita covardia da minha parte privar meu filho de ter um pai, e do Reidar saber que será pai.
 
Se ele ficar feliz será ótimo porque eu quero que ele seja um pai presente, mas se ele não ficar eu cuidarei do meu bebê sozinha pois não preciso dele para nada, e a única coisa que me impediu de lhe contar sobre a minha gravidez é a falta de coragem.
 
Em algum momento serei capaz de fazer isso, mas por enquanto eu ainda estou com receio da sua reação, mas ao mesmo tempo sei que seria muito melhor acabar com esse suspense de uma vez.
 
- Eu acho que ele ficará feliz. - Liz fala. - Assustado, porém feliz. 
 
- Para falar a verdade eu não sei de nada.
 
Fiquei tão acostumada com um Reidar gentil e carinhoso que agora tenho receio da sua reação, porque ele pode ficar radiante com a notícia de que será pai, mas também tem a possibilidade dele ser um escroto e querer me culpar, e eu não quero manchar a boa imagem que tenho dele jamais.

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