Nathalie Klein
Eu estava muito ansiosa. Iria sair de casa, eu não sabia qual seria o lugar, mas só de sair já era perfeito. Não sabia como me vestir, então escolhi uma calça jeans, camisa básica e um tênis. Fiquei olhando o relógio e estava quase na hora. Escuto a porta abrir e sinto meu coração acelerar.
- Você veio. – Falo aliviada.
Achou que eu estava mentindo? Vamos sair. – Ele fala e dá um leve sorriso.
Eu levanto e vou andando até a porta. Simon estava mais leve e tranquilo. Arrisco a dizer que hoje ele estava animado, não vou dizer feliz porque sei que ele tem alergia a isso e como não estava com nenhuma marca na pele ou inchado, então não podia estar feliz.
Descemos o elevador em silêncio. Ele estava trocando mensagens com alguém. E assim que a porta abriu saímos rápido. Joseph já estava nos esperando no carro e assim que me viu, sorriu. Eu me sentia mais à vontade com ele por perto. Entramos no carro e dessa vez Simon não ficou tão longe. Durando as curvas nossas pernas se tocavam e isso parecia incomodar a ele. Mas também não sei se ele percebeu, porque passou a viagem toda trocando mensagens.
Assim que o carro parou eu tive a visão mais linda do mundo. Era um parque grande e amplo, verde e cheio de arvores. Tinha brinquedos de madeira para as crianças, e algumas flores que enfeitaram o lugar. Simon me levou para um banco e assim que sentamos comecei a reconhecer o lugar.
O parque estava cheio. As crianças brincavam animadas, cachorros estavam com seus donos e adolescentes estavam jogando futebol. Um deles veio correndo na nossa direção para pegar a bola, mas eu não tinha percebido. Com o susto segurei a mão de Simon.
- Está tudo bem. Aqui é seguro. Joseph está com a gente e estamos armados. – Ele fala e segura minha mão.
- Você usa arma? – Pergunto assustada.
- Só quando é necessário. Mas fica tranquila. Em casa fica guardada no cofre. Não precisa ter medo. Eu nunca vou fazer isso. – Ele aponta para a minha perna.
- Tudo bem... Eu acho que já estive aqui. – Fala olhando tudo.
- Já..., mas você era muito nova. – Ele fala baixo.
Flashback On
Eu devia ter uns nove anos. Antes do incêndio acontecer. Alice já sabia da minha existência e meu pai estava sem me ver a algumas semanas. Ele teve um problema grave para resolver. Minha mãe disse que ele tinha perdido um amigo. Ele chegou atrasado nesse dia e trouxe um garoto com ele, mas não era Dom.
O garoto era muito sério e não falava quase nada. Parecia estar muito chateado. Eu queria ir embora, mas meu pai queria passar um tempo comigo. Fiquei brincando um pouco com as crianças que já estavam no parque e ele ficou conversando com o garoto. Meu pai comprou um sorvete eu fiquei sentada com eles. Depois de um tempo meu pai se levantou e foi falar ao telefone. O garoto ficou em silêncio ao meu lado.
Antes de terminar meu sorvete vi um grilo enorme perto do meu pé. Na mesma hora tomei um susto e pulei. Meu sorvete caiu no chão e o grilo veio em minha direção. O garoto dizia que era só um grilo, mas eu tive medo dele me morder. Então ele me salvou. Pegou o grilo na mão e levou para longe. Eu agradeci, e ele nem sorriu. Mas eu não me importei.
Flashback Off
- O dia do grilo... Você me salvou. Era você? – Olho para ele.
- Sim. Eu era o garoto chato. Seu pai disse que você me chamou assim no carro. – Ele lembra e ri.
- Não foi culpa minha. Você nem sorria. – Falo e começamos a rir.
Percebo que Joseph estava atento e toda hora olhava para um lado e as vezes fazia um sinal muito sutil. Ele estava se comunicando com alguém. Fiquei observando por mais um tempo e pude ver de longe Mike. Logo depois minha mãe chorando e sorrindo ao mesmo tempo e Dom tentando acalma-la.
- Você programou isso.... O encontro... – Olho pra ele.
- Você é observadora demais. Não fique olhando muito pra eles. Sua mãe já está chamando muito atenção. – Ele me olha e sorri bem de leve. – Está feliz?
Eu apenas abraço ele. Ele se assusta no início, demora um pouco, mas logo me abraça. Quando eu me afasto percebo que ele está com um leve sorriso no rosto e um pouco desconfortável. Ele se afasta e senta olhando para frente, observando as pessoas.
- Colocou seu antialérgico no carro? Você está sorrindo e eu te abracei. – Faço uma piada.
- Droga. Eu esqueci em casa. Vai ter que me levar para o hospital. – Ele responde e ri.
Ficamos sentados por mais uns minutos. Eu olhava as vezes para minha mãe. Todos estavam sorrindo. Dom parecia estar mais tranquilo e minha mãe estava feliz. Isso sem dúvidas deixaria o coração deles mais tranquilos.
Ficamos no parque por quase meia hora. Logo depois Simon disse que era hora de ir embora e que a noite iriamos para uma churrascaria com Adam e sua esposa. Quando entramos no carro Joseph me olhou sorrindo e agora mais aliviado porque eu estava em segurança.
- Viu como minha mãe estava feliz? Ela vai ficar mais tranquila agora. Obrigada meninos. – Falo animada.
- Que bom que está feliz senhorita Nath. – Joseph falava enquanto dirigia.
- Dom estava mais leve. E Mike vai poder descansar agora. – Penso enquanto olho a estrada.
- Que bom que gostou. – Simon fala sem me olhar e sorri.
Voltamos para casa e eu fui direto para o meu quarto. Tomei um banho e comecei a separar a roupa para a churrascaria. Eu estava muito magra então nada ficava bom. E precisava cobrir todos os machucados. E sem contar que sou casada, de mentirinha, mas sou. Precisava perguntar que roupa eu poderia usar.
Vou andando até o quarto de Simon e vejo que ele estava no telefone. Parecia estar preocupado. Assim que ele me vê corta o assunto e avisa que vai ligar em outra hora. Ele desliga o telefone e tenta não de mostrar preocupado.
- Aconteceu alguma coisa? – Pergunto preocupada.
- Coisas da empresa. Vão se resolver. – Ele fala e coloca as mãos no bolso.
- Você tinha falado antes... Me conta o que é. - Vou andando até a cadeira dele e sento.
- Coisas chatas de empresa. – Ele fala tentando mudar de assunto.
- Eu trabalhava na empresa do meu pai. Entendo de algumas coisas. – Falo firme.
- Tudo bem. – Ele suspira e encosta na mesa na minha frente.
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O recomeço
Romantik- Lembrando que esse livro é a continuação de outro livro, O começo do fim. - Tudo mudou na vida de Nina Petrov. Agora com novo nome, nova casa. E vida nova. Vida essa que ela não escolheu. depois de todo o trauma que já tinha vivido, teria que se a...