Capítulo 51

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Simon Klein

Eles entram no carro e Nick sai dirigindo correndo.

- Pra onde estamos indo? O que aconteceu? - Pergunto irritado.

- Eles não estavam mais lá. Uma camareira ouviu Felipe dizer que eles iam sair do país. Disse que ele tinha identidades falsas e que os dois pegariam um avião para o inferno. - Mike fala olhando a estrada.

- Inferno ? - Klaus questiona.

- Provavelmente modo de dizer. Eles não vão para a inferno. - Juno explica o óbvio.


Chegamos correndo ao aeroporto mais próximo. Decidimos nós dividir. Cada um foi para um lado. Éramos sete. Sete oportunidades, sete chances de encontrar. Ando pelo saguão tentando encontrar um dos dois no meio da multidão. Olho para todos os lugares e de verdade nem sei por onde começar.

Consigo achar no meio da multidão Nick e Mike. Mas nada de Nathalie. Começo a entrar em lojas e mostrar uma foto dela. Eu e ela na varanda do meu apartamento com o por do sol. Ela amava essa foto, então revelei e coloquei em um porta retrato e usei de papel de parede no meu celular. Ela estava linda nessa foto.

Mostro nas 4 primeiras lojas e nada. Ninguém tinha visto Nathalie. Paro na quinta loja já sem esperança, rezando para que as outras seis oportunidades tenham mais sorte que eu. Fico tentando pensar em outra estratégia, qualquer coisa para encontrar Nathalie.

Entro na quinta loja, nela vendia lembranças de aeroporto, boné, óculos, coisas que sempre esquecemos de colocar na quando vamos viajar. Uma menina vem me receber sorrindo. Mostro pra ela a foto de Nathalie já esperando as respostas anteriores.

- Sei que pode parecer estranho. Mas você viu essa mulher? - Falo desanimado.

- Você é Simon Klein? - Ela me pergunta aliviada.

- Sim. - Respondo com esperança.

- Pode confirmar isso. Ela me pediu pra fazer isso. - Ela fala envergonhada.

Eu pego meu documento de identidade e mostro. Ela confere meu nome, sorri e me pede para esperar. Corre para o balcão, abre uma gaveta e pega algo. Vem correndo na minha direção e me entrega um pedaço de papel. "Indonésia. 15:45. K18" Nathalie tinha deixado a pista que eu precisava. Vou correndo pra tentar achar em qual portão sairia esse vôo. Vejo meu telefone tocar.

- Oi. - Falo tentando encontrar o nome do voo no painel.

- Preciso que venha a loja de brinquedos. Nathalie deixou um bilhete pra você. Só você pode ler. Já expliquei quem sou, mas a menina não autoriza. - Mike fala irritado.

- Pergunta se é com o horário do vôo e tudo mais. - Espero uns minutos e ela confirma. - Não precisa. Já encontrei esse bilhete em uma loja. Ela deve ter deixado em mais de um lugar. 'Indonesia. 15:45. K18." Estou correndo pra lá, avisa aos outros.

Meu coração estava quase saindo pela boca. Meu pulmão estava se esforçando mais do que poderia. Eu sentia dor para respirar. Minhas pernas estavam ficando mole. Parecia que eu ia cair a qualquer momento. Mas tentava focar em Nathalie, no sorriso dela. Com o a cabeça dela deitada no meu peito, no cheiro dela.

Sete chances. Sete homens indo em direção ao vôo dela. Quatro homens armados. Felipe teria que se render. Sem dúvidas Mike já teria avisado a polícia e o vôo seria interrompido. Vai dar certo. Nathalie vai estar comigo daqui a pouco. Vejo a placa do portão. Vejo as pessoas entrando. Vou correndo e furo a fila, explico a mulher na minha frente que eu precisava entrar mas ela não deixa. Imploro que ela pare a preparação para decolar, mas ela me ignora. Eternos segundos depois todos aparecem e Hall usa sua carreira para me fazer entrar e depois de muita conversa conseguimos.

Passamos pelo corredor e eu vejo o avião, vejo as pessoas entrando, mas ninguém se parecia com eles. Eu estava no vôo errado? O bilhete era uma pista para me atrasar? Será que o outro bilhete falava de outro vôo e quem escreveu foi Felipe. Será que eles já tinham entrado? Tantas perguntas e por mais que eu estivesse na minha velocidade máxima eu nunca chegava a no avião.


Finalmente chegou ao final da rampa passo na frente de várias pessoas. Todos ficam nos olhando sem entender. E começam a parar de andar. Os quatro homens armados assumem suas posições Hall vem andando comigo e também tinha uma arma. Klaus e Dominic ficam afastados.

- Da onde surgiu essa arma? - Pergunto assustado

- Nick me deu. Ele tem mais. Você quer? - Hall pergunta de forma natural.

- Não sei atirar. - Falo subindo as escadas.


Antes que de chegar na metade da escada Felipe aparece apontando uma arma para a cabeça de Nathalie. Ele segurava ela pelo cabelo e sorria sem parar. Nathalie estava com alguns hematomas no rosto que estavam mal escondidos pela maquiagem, ela estava chorando. Paro no meio da escada e fico observando.

- Joga essa arma pra longe e se afasta, coroa. - Ele fala olhando para Hall.


Olho para ele e imploro com o olhar. Ele fica relutante. Mas ainda temos quatro armas apontadas pra ele. Hall tira a munição, joga pra um lado e a arma para o outro. Me olha sério como se me pedisse pra ser forte e se afasta.

- Você. Maridinho de merda. Está com ela a quanto tempo? Quem é você? - Felipe né pergunta com ironia.

- Não lembra de mim Felipe? - Pergunto tentando parecer forte.

- Não deve ser ninguém importante. Eu me lembraria se fosse. - Ele mantém o tom.

- Simon Klein. Filho de Pedro Klein. Seu pai matou meu pai. Lembra? - Falo com raiva.

- Klein... Pedro... O acidente de carro? Pedro Klein do acidente de carro? - Ele fala rindo. - Que merda. É você. Simon.... Você não participava muito das viagens. Por isso não lembro. - Ele debocha.

- Solta a Nathalie. - Falo ignorando o que ele tinha falado.

- O nome dela é Nina. É minha esposa. MINHA. Posso fazer o que quiser com ela. - Ele fala de forma insana.

Felipe trata Nathalie como se fosse um objeto. Como se fosse algo que ele comprou. Com ose tivesse algum tipo de poder sobre ela. Nathalie me olhava no fundo dos olhos e as vezes me pedia pra ir embora. Ela chorava e me olhava desesperada, mas não queria que eu ficasse ali.


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