Capítulo 4

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Simon Klein

Ela finalmente entra no carro e eu fecho a porta dela, dou a volta no carro, entro fechando logo a porta. Joseph entra depois de mim e da logo a partida com o carro. Nina que agora era Nathalie estava olhando sua família se afastar pelo vidro escuro do carro.

A cena era deprimente, Klaus extremamente culpado, Alice chorando desesperadamente. Dominic com raiva falando algo para Klaus. E a outra mulher, que acredito ser esposa de Dominic apenas tentava per forte enquanto segurava a barriga.

Nathalie não chorou, não gritou. Ficou apenas olhando a cena. Depois de perder a visão da família se sentou direito e durante a viagem toda permaneceu em silêncio.
Ela estava sentada agarrada a bolsa. Parecia estar dopada e ao mesmo tempo com medo. E eu nem sei se isso é possível. Durante a viagem eu falei ao telefone, resolvi algumas pendencias do escritório, falei com Adam, que fingia estar trabalhando mas sem dúvidas estava fazendo algo estupido. E remarquei as reuniões com os investidores, usando agora a desculpa de que minha esposa passou mal.

Eu não gostei dessa ideia, de estar casado com uma estranha. Mas estou devendo a minha vida a Klaus. Não teria como recusar, e julgando pelo desespero dele. Esse seria um caso de vida ou morte. Por outro lado, Nathalie me parecia ser tranquila e educada. Não iria me trazer problemas. Agora eu teria que contar as pessoas que esse tempo todo estava namorando escondido, noivei e agora estava casado. Algumas pessoas poderiam até engolir essa história, já que eu não saio falando da minha vida por ai. Mas é claro que Adam não iria.

Assim que estacionamos o carro, eu percebi que ela ficou mais ansiosa. Ficava olhando para todos os lados. Eu dei a volta no carro e Joseph foi abri a porta dela. Ela ficou olhando para Joseph como se implorasse para não leva-la. Mas eu estava realmente sem tempo, e já tinha perdido mais tempo do que eu podia na casa dela.  

-Vamos. Estou sem tempo. - Falo de forma firme, mas ela não me escutou.

Fui até ela e segurei pela e mão e a fiz levantar de uma vez. Ela levantou mas logo se encolheu, parecendo sentir dor. Eu entrelaço meu braço ao dela. Precisava manter as aparecias. E vamos andando no tempo dela até a recepção.

-Começando de hoje, você será minha esposa. Não quero que saia muito do apartamento sem a minha presença ou a do Joseph. Não atenda ligações. Você vai receber um celular para se comunicar com a sua família. - Paro de falar porque chegamos a recepção.

Ela estava sentindo dor, mas tentava não mostrar. Apresento minha esposa ao porteiro e digo que ela tem acesso total ao prédio. Ele fica feliz, mesmo achando a história estranha. Nathalie não tinha escutado nada do que eu tinha falado. Estava apenas observando o ambiente.

Vamos andando até o elevador e quando entramos eu escuto a voz de Dona Vera pedindo para segurar o elevador. Por impulso eu aperto o botão para a porta não fechar. Mas assim que ela entra no elevador eu me arrependo. Ela encarou Nathalie dos pés a cabeça.

- Bom ver o senhor com uma bela mulher do lado. Os vizinhos acham que o senhor era gay. Senhor Klein. – Ela falava com toda a sua ironia.

Eu continuei parado, tentando ignorar a senhora irritante. Mas ela não parava de analisar cada detalhe de Nathalie. E sem dúvidas já tinha visto os machucados. Ela olhou sorrindo para Nathalie de forma amigável e foi andando até a porta para sair do elevador.

Depois disso pude respirar. Assim que chegou no meu andar. Sai do elevador e fui em direção a porta. Joseph estava nos seguindo. Antes de entrar em casa o outro vizinho nós viu. Rafael. Ele era insuportável, como todos os vizinhos desse prédio. Ele lançou um olhar maldoso sobre Nathalie e depois entrou no elevador. Ele se envolveu com várias mulheres do prédio. Rafael era doente.

E o que eu estava fazendo aqui no meio de vizinhos fofoqueiros , doentes e estranhos? Eu estava fugindo. Tentando recomeçar em um novo lar. E para isso eu queria distância de todos. Não queria ter contato com os vizinhos. Nem fazer amizade com eles.
Abro a porta e nós entramos. Joseph deixa as malas no chão, fechou a porta e sentou no sofá. Passo pela sala para deixar minhas coisas e vejo Nathalie em pé, assustada olhando para tudo. Faço as minhas últimas ligações, e vejo no status de Adam o campeonato de corrida de cadeiras rolando no escritório. Dou um soco na mesa com raiva. Pego minha pasta, alguns contratos e o notebook. Ligo para Adam para ele organizar o escritório pra quando eu chegasse.

Volto para sala e explico rapidamente algumas regras e os meus horário. Mas novamente ela não estava me ouvindo. Fico irritado com tudo o que estava acontecendo. Mas sei que não é culpa dela. Nina só chegou em um péssimo dia.

- Está me ouvindo? – Estalo os dedos na frente dela.

- Sim.. Desculpe. – Ela me olha não fundos dos olhos novamente ainda assustada.

Explico rapidamente aonde ficam as coisas e tento deixá-la a vontade. O que era difícil já que não tive tempo para recebê-la. Nem a cópia da chave eu tive tempo de fazer, e nem de arrumar um telefone para ela. Seria tudo providenciado nessa tarde.

Enquanto eu falo ela fica observando tudo, agarrada na bolsa dela, mas acho que ela nem percebe. Pergunto se tem algum importante que ela queria saber, mas acho que ela não estava prestando atenção.
- Alguma pergunta? – Falo sem paciência.

-Qual o seu nome? – Ela pergunta e eu me surpreendo.

Qual o meu nome? Klaus já nos apresentou. Eu estava. Sem tempo, sem paciência. Com uma criança tomando conta da minha empresa. Tento que receber uma estranha na minha casa. E ela me pergunta qual o meu nome. Suspiro com raiva.

- Simon. O seu é Nathalie. Eu já sei. – Falo andando para a porta. – Você vai receber um celular não rastreável. Para de comunicar com a sua família. Mas por hora se precisar, ligue do meu, é só pedir.

Joseph passou pela porta e ei fiz o mesmo. Vejo uma mensagem de Adam e vou fechando a porta enquanto leio. Era o resultado da corrida. Ele não venceu e estava chateado. Aperto o celular na mão. Assim que tranco a porta vejo a maçaneta se mexer. Ela estava tentando abrir a porta.

Eu não posso sair e deixar a chave com ela. Preciso dela para fazer a cópia. Eu tinha a outra cópia, mas minha mãe acabou levando. Depois de alguns segundos ela começa a bater a porta e eu fico imóvel. Ela estava em pânico, começou a gritar, mas logo depois começou a chorar como uma criança, de forma desesperada.

- Não me tranca por favor... Por favor. – Ela fala chorando.

Joseph tinha essa cara de durão. Mas ela uma manteiga derretida. Ele ficou me olhando assustado pedindo com os olhos para eu voltar e falar com ela. Mas isso seria uma conversa longa. E agora não daria.  Eu estava morrendo de pena. Não imaginava que ela iria reagir assim. Mas eu não tinha tempo. Ela vai entender depois. Faço um sinal e entramos no elevador.

- Você devia ter falado que vai trazer a chave. – Joseph fala com o sotaque carregado e sério.

- Não dá tempo. Vamos logo antes que Hall venha perguntar o que aconteceu. – Falo e a porta se fecha. – Me deixa no escritório e faça as chaves e compre o celular dela. – Falo e fico olhando o telefone.


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Notas da autora:

Querido leitor,

Eu estou migrando para outra plataforma, Fizzo. Então a continuação desse e de outros livros ficaram disponíveis lá.
É só baixar o aplicativo e começar a ler. O livro também é gratuito.

Aguardo vocês na Fizzo.

O recomeço Onde histórias criam vida. Descubra agora