Capítulo 5

212 24 4
                                    

Simon Klein

Joseph dirige no máximo da velocidade para me deixar o mais rápido possível no escritório. Assim que chego, vejo uma cena de guerra. Cadeiras espalhadas por todos os lados. Bolinhas de papel e os funcionários aglomerados gritando e batendo palma.

- Adam. – Falo no meio do escritório.

Assim que todos percebem minha presença, gelam e depois de alguns segundos começam a correr para organizar tudo e tomar seus lugares. Adam estava no meio de todos sorrindo, com um quadro marcando o placar. Ele tinha dividido o escritório em dois grupos. O time do Adam e o time do Simon.

- Chegou a tempo de jogar a sua vez. – Ele falava rindo.

- Espero que tenha novidades quanto a processo. – Falo e vou andando para a minha sala.

Antes de entrar escuto um funcionário falar para o outro que por causa da brincadeira hoje teria demissão em massa. Adam bufa e vem andando atrás de mim. Fecha a porta e se joga no sofá. Eu sento na minha cadeira e fico o encarando.

- Você não perguntou, mas e vou te dizer. A minha equipe estava ganhando na corrida de cadeiras. Mas a sua ganhou na bolinha de papel em chamas. – Ele fala sorrindo.

- Colocou fogo em bolinhas de papel dentro do escritório? – Falo assustado.

- Sim. Mas foi de forma segura. – Ele fala confiante.

- Sabe que isso não faz sentido, não é? – falo irritado. – Quero saber só processo. – Falo olhando os papéis.

- Simon. Você precisa se divertir. Só fala do processo. Vai acabar morrendo sozinho abraçado a um processo. – Ele fala rindo.

- Bem, sobre isso, tenho uma novidade. – Falo pensando.

Ele levanta e vai até a bancada. Pega um pouco de Whisky, coloca em um copo e me oferece. E como sempre minha resposta é não, ficar bebendo no trabalho? Só o Adam. Ele bebe o que seria meu e coloca um copo pra ele. Depois senta na poltrona e fica me olhando.

- Você sempre me força a beber por você. – Ele fala e sorri. – Qual a novidade?

Eu poderia inventar uma história, dar uma volta. Mas de verdade. Nem tive tempo para me preparar. Pensei em inventar a história durante a semana e depois apresentar minha esposa de mentirinha. Pensei também em contar verdade a ele. Assim ficaria mais fácil. Mas Adam não leva nada a sério e assim poderia colocar a vida dela em risco, dando mais trabalho pra mim. Eu prometi que ajudaria e devo isso a Klaus. E vou fazer. Vou deixá-la em segurança. E para isso. Não posso confiar em ninguém. Até porque eu não sei ainda o que aconteceu, de quem ela está fugindo.

-Estou casado. Ela se mudou hoje. – Falo e tento me manter firme.

Adam cospe a bebida e fica me olhando sem acreditar. Ele leva alguns segundos sem reação. Como se estivesse processando o que eu tinha acabado de dizer. Ou como se estivesse esperando eu dizer que era uma piada. Mas ele sabe que eu não faço piadas.

-Está brincando? – Ele fala confuso. - É sério? Existe uma mulher sem graça e estranha como você no mundo? - Ele fala para me irritar.

- É sério. – Falo no mesmo tom.

-Está mentindo. É uma esposa imaginaria. - Ele continua.

O recomeço Onde histórias criam vida. Descubra agora