Sweet Temptation

Capítulo 12

Fiz questão de demorar no banho, primeiro, porque eu queria acalmar os nervos e, segundo, porque aproveitei o tempo sozinha e em silêncio para pensar no que a minha avó disse mais cedo no hospital sobre Jungkook gostar de mim.

Eu realmente não conseguia enxergar isso. Não conseguia imaginar o meu vizinho, que só pensava com a cabeça de baixo, gostando de alguém. Ele poderia até sentir uma atração por mim, sentir desejo, tesão, mas gostar? Acho que isso é demais para ele.

No entanto, essa crise de ciúmes que ele teve me deixou totalmente confusa. Ele nega que sentiu ciúme, mas será que ele ao menos sabe o que é ter ciúme de alguém? E se ele não gosta de mim, porque teve essa reação que demonstra totalmente o oposto? Tá, a gente também pode sentir ciúme dos nossos amigos, eu tenho ciúme do Namjoon, da Mariana, mas é diferente.

E quanto a mim? Quanto aos meus sentimentos? Eu também preciso me entender com eles. Não posso negar que Jungkook mexe comigo. Gosto de passar o tempo com ele e, por mais que meu lado racional grite que é furada, eu adoraria passar uma noite com ele. Mas será que o que eu sinto é só desejo ou tem algo a mais?

— É, eu não posso cobrar nada de Jungkook sem antes entender o que eu estou sentindo por ele — falei sozinha ao tempo que desligava o chuveiro e me enrolava na toalha. — Por que essas questões do coração são tão complicadas? — Suspirei antes de sair do banheiro e seguir para o quarto da minha mãe.

Procurei pela minha mala, mas ela não estava no quarto da minha mãe, fui até a sala e também não a encontrei por lá, então decidi procurar no meu quarto. Parei na porta do cômodo ao ver Jungkook deitado na cama que fora minha enquanto mexia no celular, ele estava usando o seu traje de dormir, uma camisa básica branca e a calça de moletom cinza, provavelmente já tinha tomado um banho antes de voltar ao hospital para me buscar.

"Como ele consegue ficar incrivelmente gostoso usando uma roupa tão simples?" — Sacudi a cabeça para me livrar desse pensamento e adentrei o quarto.

Ignorando o garoto na minha cama, dei uma olhada rápida em volta e encontrei a minha mala perto do guarda-roupa, ao lado da mochila do Jungkook. Podia sentir os olhos do moreno fixos nas minhas costas enquanto eu ia até onde estava as minhas coisas e isso me deixou levemente envergonhada, afinal apenas uma toalha cobria o meu corpo.

Abaixei o tronco para levantar a mala, que havia sido colocada deitada no chão, e, imediatamente, Jungkook se dirigiu a mim em um tom de alerta:

— Cuidado com a forma que você se abaixa, S/N! — Segurei a parte de trás da toalha para não aparecer nada que não devesse e terminei movendo a minha coluna de forma irregular, sentindo uma pontada forte em minha lombar, onde eu já estava sentindo um certo incômodo por causa do tempo que fiquei sentada na cadeira do hospital.
— Ai, merda! — Soltei a mala com a dor que me atingiu e ela caiu no chão fazendo um barulho alto. — Pare de olhar pra minha bunda! — Virei-me irritada para ele com uma mão onde doía.
— Pare você de ficar desfilando na minha frente só de toalha! — retrucou.
— Você deixou a minha mala aqui, como queria que eu me vestisse? Por telepatia? — Jungkook levantou-se após soltar um rosnado irritadiço e veio até mim. Eu até inclinei o meu corpo para trás de tão próximo que ele ficou.
— Toda essa provocação é por causa da noite de ontem, não é? — O cheiro dele me deixava inebriada e causava um alvoroço em meu peito. Meu coração batia tão forte em minha garganta, que eu precisava me forçar a prestar atenção nas palavras dele. — Você está me punindo por não ter transado com você? — Eu não respondi. — Acha que foi fácil pra mim ter parado o que estávamos fazendo e me afastado? Você acha mesmo que eu preferia ter que me resolver sozinho ao invés de ter você sentando em mim? — Engoli em seco só em pensar nessa possibilidade. — Acha que é fácil ter que me segurar e não arrancar agora mesmo essa toalha do seu corpo? O que eu mais quero nesse momento, S/N, é te tomar para mim e foder você em cada canto dessa casa. — Todos os pelos do meu corpo se eriçaram ao sentir um repuxar em meus músculos mais internos, só pensava em como eu queria que ele fizesse exatamente o que estava falando e pensei que ele faria assim que aproximou mais o rosto do meu. — Mas eu já te expliquei que não quero te perder. — Seus olhos eram intensos sobre os meus. — Mesmo que você fique com raiva de mim e continue passando essas coisas na minha cara depois. Eu prefiro que seja assim do que chegar a te magoar, porque eu não poderei te dar o que você merece. E acredite que é difícil eu estar te dizendo isso, mas você merece um homem muito melhor que eu, S/N. — Eu puxei o ar de uma vez e só então percebi que havia prendido a respiração.
— Q-quem decide o que eu mereço ou não sou eu, Jungkook. — Dei uma leve gaguejada. — E já que você prefere que não role nada entre a gente, pare de ficar dando chilique sempre que um homem se aproximar de mim. Eu não vou aderir ao celibato porque você não me quer. Acredite em mim, você não me quer, mas tem quem queira. — Ficamos nos encarando por um tempo, em um silêncio absoluto. Eu conseguia ver claramente nos olhos do maior a luta interna que, novamente, ele estava tendo com os seus sentimentos, mas essa situação já estava me tirando o resto de paciência que eu praticamente não tenho. — Você pode levantar a minha mala, por favor, minha coluna está doendo — quebrei o silêncio. Ele olhou para os meus lábios e se inclinou para frente. Eu congelei, achando que ele iria me beijar, mas ele se moveu para o lado e ergueu a mala, a colocando sobre as rodas, em seguida, se afastou de mim, me dando passagem. — Obrigada. — Ainda me sentindo meio atordoada, fui puxando a mala para sair do meu antigo quarto.
— Vista-se e volte aqui depois, vou fazer uma massagem em você.
— Você não manda em mim! — Continuei andando, mas depois voltei, colocando só a cabeça na porta. — Contudo, eu vou aceitar a massagem. Volto logo. — Fui para o quarto da minha mãe e coloquei a minha roupa de dormir, logo voltei com um creme que minha avó adorava usar para fazer massagem quando alguém levava alguma pancada.