alguém como você.

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Neville Pov:

Estava em meu dormitório fazendo algumas lições na escrivaninha do canto enquanto Harry descansava em sua cama e Simas tentava fazer um feitiço da lição de transfiguração, acho que não estava dando certo.

– Harry, me faz um favor. – chamo ele que me encara.

– Depende do favor. – diz ele arqueando a sobrancelha.

– Olha naquele mapa mágico que você tem e vê onde o Theo está, preciso encontrar com ele. – falo tentando não demonstrar ansiedade.

Simas e Harry trocam olhares divertidos. Merda, não devo ter disfarçado nada.

– Theo? Já estão tão próximos assim? – Simas fala insinuante rindo.

Reviro os olhos. – Vai me fazer o favor ou não, testa rachada? – digo sarcasticamente.

Harry era fácil de irritar. E ele odiava esse apelido, assim como a maioria dos apelidos que não gostávamos, aquele era invenção dos gêmeos.

Simas ri anasalado e Harry fecha o semblante e pega o pergaminho em branco da mesa de cabeceira. – Eu juro solenemente não fazer nada de bom. – ele sussurrou ainda emburrado. – Perto da estufa 3, está sozinho. – ele fala suavizando a carranca.

– Valeu Harry. Te devo uma. – Falo sorrindo e pego minha varinha guardando na bainha da calça para sair do quarto.

Simas e Harry trocam olhares divertidos enquanto me encaminho para fora do quarto.

– Eu vou cobrar. – ouço Harry falar antes de descer as escadas dos dormitórios.

Ando com rapidez, espero que ele ainda esteja lá quando eu chegar. Hogwarts é tão grande que cansa.

Theodore Pov:

Descansava deitado na grama ainda seca pela neve que já não era vista em nenhum lugar, estava perto de uma das estufas enquanto lia um livro de suspense, esse área quase nunca é movimentada com exceção dos horários de aula ali.

Ouço barulhos de passos em meio o silêncio e tiro meus olhos das páginas para ver de onde vinham os passos. E encontro Neville levemente ofegante e corado, certamente pela correria.

– Oi. – falo gentil me sentando observando ele se aproximar.

Ele não estava com sua capa e usava um sueter cinza escuro de lã grossa que deixava somente a barra e a gola da camisa branca aparentes. E a calça comum de nossos uniformes com um sapato escuro.

– Oi. – Ele disse com um sorriso envergonhado.

– Veio correndo só para me ver? – perguntei sorrindo de canto.

– Eu disse que te encontrava. – Ele falou antes de sorrir animado.

– Nunca duvidei disso. – respondi sorrindo antes de indicar o lugar ao meu lado para que ele se sentasse.

Ele se sentou e olhou para o lago negro não tão distante dali.

– Aqui parece um bom lugar para alguém como você. – Neville falou sorridente analisando a paisagem enquanto eu o encarava com os braços apoiados em um de meus joelhos.

– Alguém como eu? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

– É, aqui é reservado, discreto e parece acalmar e atrair a agitação. – ele disse sonhador sem direcionar seus olhos a mim.

Queria que ele olhasse para mim. Queria que a agitação que ele falava fosse ele e que eu o atraia e o acalmava.

– Exatamente como você. – ele concluiu sorrindo enquanto olhava para mim me tirava de meus pensamentos. Ele parecia de algum modo saber o que eu queria ouvir.

Ele estava com o corpo recostado nos cotovelos sobre a grama e o sol fraco da estação refletia em seu rosto arredondado. Seu sorriso era tão gentil e genuíno.

– Obrigado. – respondi mantendo o contato visual. – Você quase sempre esta sorrindo. – falei sem pensar vendo suas faces corar.

–– Perto de você é difícil não querer sorrir. – ele disse me olhando e tombando o pescoço para trás em seguida para desviar o olhar.

Desviar o olhar. Ele também fazia isso quase sempre.

– Obrigado. – falei a primeira coisa que consegui pensar sorrindo que nem um idiota.

Merlim, será é tão errado eu querer beijar e abraçar esse homem para sempre? Olha esse sorriso. Passamos algum tempo em silêncio.

– Nós devíamos estar fazendo algo para o trabalho. – Neville afirma mas parece soar como uma pergunga.

Acho que sim mas aqui está tão bom.

– Nos conhecer e aproximar faz parte do trabalho. – digo sorrindo ladino.

– Justo. – ele ergueu o rosto para me encarar.

Talvez eu devesse dizer algo mas não sabia ao certo, só queria olhá-lo enquanto sorria. Eu nunca tinha deixado aquela paixonite de primeira série que tinha por ele. Quando ele era só um garotinho rechonchudo e envergonhado, eu sempre via seu olhos mas ele nunca pareceu perceber.

Neville Pov:

Ele não parava de sorrir ao me olhar e eu tinha certeza que minha pele estava tão vermelha quanto o uniforme da grifinória. Mas era bom vê-lo assim, antes do trabalho nós nunca trocamos mais que 5 frases seguidas então não sabia ao certo se ele sempre fora assim.

– No café hoje, quando seus amigos foram falar sobre o trabalho com os meus, você acha que aquilo vai dar certo? – falo desviando os olhos para o horizonte. Ele pareceu fazer o mesmo.

Não conseguia manter contato visual por muito tempo, não era mais o garoto assustado que entrou na escola mas ainda tinha receio com várias coisas.

– Acho que sim, mas seu amigo ruivo deve ter cuidado, Blaise não é nenhum pouco paciente. – Disse ele calmamente.

Queria fazer algo, e aqui, sozinho com ele mas não sabia ao certo o que. A floresta, será que ele tem medo dos animais de lá?

– Gosta de animais e criaturas? – eu perguntei subitamente animado me virando para ele.

– Desde que não me ataquem, eu gosto. – ele respondeu com o semblante confuso.

Ótimo, espero que ele goste e que Hagrid não me mate.

– Vem. – falo e levanto em um pulo.

– Que? Para onde? – ele pergunta franzindo a testa ainda sentado.

– Quero de mostrar algo, vamos. – digo puxando seus pulsos fazendo-o levantar.

Meu estômago fervilhava em emoção e eu me surpreendia em como estava adorando a companhia de Theo. Era tão fácil estar com ele e eu queria o mantê-lo perto.

Fui guiando até que chegássemos perto da orla da floresta onde alguns anos Hagrid nos apresentou os hipogrifos e só percebi que estava com as mãos entrelaçadas com as de Nott quando a soltei. Ele não pareceu incomodado com nosso contato e meu coração acelerou ao concluir isso.

– Um segundo. – disse sorrindo assim que soltei nossas mãos e ele me olhou surpreso.

Juntei meu polar e meu indicador nos cantos dos lábios e assoprei fazendo um assobio alto ecoar pelo local.

– O que caralho você tá aprontando Longbottom? – Theo falou estreitando os olhos com um sorriso divertido.

Escutei o farfalhar de galhos e folhas no alto da copa das árvores e ambos erguemos o olhar para encontrar um hipogrifo de penas escuras como a noite descendo até pousar a nossa frente. E nos encarou com os olhos amarelados que eu conhecia bem.

Me curvo como sinal de comprimento e respeito que ela retorna. E eu me ergo olhando para Theo que parecia maravilhado mas também assustado.

– Eu te apresento a Zahra. – disse sorrindo para ele que ainda olhava estático para a hipogrifo.




*****

Espero que gostem.

Entre Poções e Aromas.Onde histórias criam vida. Descubra agora