Parece que sim.

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Neville Pov:

Eu havia passado o fim da tarde após as aulas com Luna na orla da floresta proibida, lá era calmo e a loira adorava alimentar e ficar olhando os testralios. Normalmente Gina vinha junto e era obrigado a segurar vela, não que me importasse, admirava o relacionamento de minhas amigas.

Estava animado com a ideia do trabalho mas ainda receoso, era tímido e não tinha ideia do que fazer para conhecer realmente Theodore e isso seria a base de nosso trabalho. Mas Luna paciente e sabia como era disse para que eu fosse gentil e deixasse que Nott iniciasse essa parte.

Era exatamente isso que eu faria, assim que acabei meu jantar fiquei esperando que ele viesse me chamar ou me mandasse um sinal para que saíssemos.

– Ei Rony, como vai conseguir fazer o trabalho com o Zabini se você nem consegue ficar ao lado dele sem tremer? – Dino disse insinuante e rindo.

Todos naquele canto da mesa soltamos risadas. Hermione tentava segurar o riso, o que deixava suas bochechas vermelhas e ficava ainda mais engraçada. Ron ficou com a cara mais fechada que conseguia. Era hilário.

– Para você é fácil, vai fazer o trabalho com seu namorado, nem precisarão da pesquisa direito. Isso é injusto. – ele disse enraivecido fazendo com que seu rosto tomasse a mesma coloração que seus cabelos.

– Ronyquinho não precisa ficar bravinho assim. – Gina disse ao lado do irmão o cutucando nas costelas fazendo o mesmo soltar um riso contido em meio a pose emburrada.

Ele odiava aquele apelido que os gêmeos lhe deram.

Íamos continuar nossa conversa mas Rony, Gina e Hermione que estavam ao lado oposto de Dino, Simas, Harry e eu ficaram quietos e encaram algo ou alguém atrás de nós.

Nos viramos e encontrei os olhos de Nott me encarando. Ele parecia nervoso e não disse nada, apenas deu um sorriso torto para mim.

– Vamos conversar sobre o início do trabalho, vejo vocês na comunal. – disse rapidamente já me levantando.

Meus amigos assentiram e segui Nott para fora do grande salão ainda em silêncio. Caminhávamos lado a lado. Hogwarts estava iluminada apenas pelos archotes e tochas, a luz do fogo dava ao rosto de Nott uma coloração avermelhada que fez ficar adorável aos meus olhos.

– Me desculpe, não consegui dizer nada lá no salão, seus amigos me encaravam e fiquei com vergonha, eu acho. – ele disse de forma suave mas parecia incerto.

– Não precisa de desculpas, para onde vamos? – disse sutilmente, ele pareceu relaxar assim que mudei de assunto.

– Biblioteca, acho que lá vai ser bom para conversarmos. – Nott disse olhando ao longo do corredor e encarando com um sorriso discreto a porta onde situava-se a biblioteca.

Seguimos em silêncio e conforme nos aproximavamos do cômodo ele parecia mais leve e confiante. Adentramos a enorme e glamurosa biblioteca de Hogwarts, acho que eu nunca me cansarei de admirar essa escola. Passamos por Madame Pince que nos cumprimentou com um aceno. A biblioteca parecia menos iluminada já que as estantes impediam que a luz do fogo tivesse grande alcance.

– Eu estava olhando alguns livros para saber mais sobre a poção e deixei alguns materiais separados por aqui. – ele disse me guiando em meio aos corredores e estantes.

Chegamos a uma mesa redonda de quatro lugares que ficava em um canto mais afastado da entrada da biblioteca, ali parecia perfeito para se concentrar ou apenas ficar sozinho, tão escondido em meio às estantes que eu tenho quase certeza que nunca teria visto aquele lugar sem que me fosse mostrado. Sobre a mesa havia alguns pergaminhos, tinteiros, penas e livros.

– Você parece ter pesquisado bastante. – disse sorrindo sutilmente e me sentei em uma das cadeiras disponíveis.

Ele assentiu e se sentou na cadeira ao meu lado se curvando sobre um dos pergaminhos.

– É. – cocei a nuca em desconforto. – Por onde começamos? – perguntei envergonhado.

– Acho que você pode começar me falando sobre coisas que você goste, talvez. – Nott disse parecendo incerto mas com leve empolgação na voz.

Empolgação que me passou confiança para começar a falar.

– Bem, eu gosto de cozinhar, adoro quadribol, cerveja amanteigada, sair para caminhar ao ar livre, adoro animais e obviamente herbologia. – Disse eu de forma um pouco rápida e empolgado.

Gostava de falar sobre esses assuntos e acho que talvez aquele seria um bom começo para nos conhecermos.

****

Theodore Pov:

Ele dizia tudo com tanta empolgação que acho que por alguns segundos me perdi em seus olhos antes que ele os abaixasse de forma envergonhada.

Talvez perceberá que tenha se empolgado e pensado que não gostei, mas eu até me perderá nele.

– E você? Do que gosta? – ele perguntou ainda de cabeça baixa.

Pensei em dizer "você" mas eu lhe assustaria, não passávamos de conhecidos, nem eu sabia o motivo de estar tão encantado.

– Quadribol, cerveja amanteigada, voar, praias, livros, acho que também gosto de poções e por mais confuso que pareça, motos, definitivamente adoro motos. – disse eu listando nos dedos e me animei ao pensar nas motos.

Ele sorriu de canto discretamente balançando a cabeça. E ergueu seu olhar a mim

– Daquelas que os trouxas usam? – ele disse sorrindo mas confuso.

– Sim, são muito legais e rápidas, já viu alguma? – perguntei parecendo uma criança.

Ele sorriu me encarando com aqueles olhos escuros cobertos de ternura.

– Já vi algumas quando visitei os bairros trouxas de Dino e Mione. São interessantes mas nunca tinha parado para reparar nelas. – Neville falou sorrindo me olhando sonhador. Talvez se lembrando das motos que comentou. – Elas parecem perigosas, um amigo da minha família, ele é bruxo e tem uma, encantou para que ela voasse. Merlim que cuide para que o mistério nunca o pegue. – completou sorrindo de canto como se refletisse sobre.

Uma moto que voasse, como eu nunca tinha pensando nisso.

– Você já andou nela? – perguntei animado e me apoiei na mesa para me aproximar de certo modo.

– De jeito nenhum, eu não seria louco de subir naquilo. – Ele falou exasperado ao arregalar olhos e gesticular rapidamente com as mãos.

– Não deve ser tão diferente de voar em uma vassoura. – falei com um leve tom de provocação.

– Mais um motivo para que eu não subir em uma moto, eu sou um fiasco voando. – disse descontraído.

Lembrei-me do primeiro ano quando as aulas de voo eram obrigatórias, céus, Neville perdeu o controle na primeira aula que tivemos e acho que nunca mais tentou voar.

Sorri.

– Parece que vamos ter bons assuntos até que encontremos o que vamos precisar para o trabalho. – eu disse sorridente e me reencostando na cadeira.

– Parece que sim. – o moreno respondeu corando e abaixando o olhar com calma ao sorrir.






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Espero que gostem.


Entre Poções e Aromas.Onde histórias criam vida. Descubra agora