– Você acha que poderíamos sair algum dia e ir para um lugar diferente de Hogsmeade? – Theo perguntou de mãos dadas com Neville enquanto ambos caminhavam em direção ao castelo enquanto o crepúsculo surgia ao longe.
O encontro havia seguido em um clima leve de brincadeiras, risos e delicados beijos roubados junto de muita cerveja amanteigada.
E agora eles subiam pela estrada que ligava Hogwarts ao vilarejo bruxo.
– Não podemos aparatar sozinhos mas talvez possamos dar um jeito nisso. – Neville respondeu enlaçando o antebraço do Theo a procura de calor. – Ainda mais estando em Hogwarts. – ele completou sorrindo.
Junto do anoitecer vinha a brisa gélida do fim do inverno e ele não poderia estar mais agradecido à jaqueta dada por Mary naquele momento.
Theo sorriu de canto e estreitou os olhos vendo seu moreno se encolher contra a lateral de seu corpo.
– Vem cá. – Theo falou e soltou da mão quente e gentil de Neville que pareceu relutante ao soltá-la.
O loiro abriu os braços e Neville timidamente se encolheu contra a lateral do corpo esguio de Theo que colocou o braço esquerdo sobre seus ombros voltando à andar. Gentil e vagarosamente Neville passou o braço direito pelas costas do sonserino para retribuir o aconchego.
– Suas mãos vão voltar a esfriar. – Neville repreendeu em tom de aviso.
Theodore deu de ombros sorrindo com a seriedade do mesmo. Com a mão esquerda Neville puxou a varinha do coldre da cintura onde a guardava.
– O que vai aprontar baby? – Nott perguntou confuso mas sem diminuir os passos.
Neville se arrepiou e sentiu o peito disparar ao ouvi-lo achar de baby.
Mesmo extasiado pelo apelido se concentrou sussurrando algumas palavras sem fixar olhar para nenhum lugar específico ou lhe responder mas Theo soube o que ele fizera. Suas mãos estavam quentes, era como se luvas invisíveis deixadas ao lado da lareira as envolvessem.
– Incrível, onde aprendeu esse feitiço? – Theo perguntou admirado observando Neville guardar a varinha no coldre.
– Minha avó me ensinou, ela criou esse feitiço quando meu pai era criança, dizia que suas mãos eram tão frias que as vezes ficavam roxas. – Ele disse com simplicidade com o olhar fixo na estrada.
Neville não falava muito sobre sua família e Theo também não tinha direito de reclamar. O mesmo nunca falava sobre a sua. Agora eles estavam quase nos portões do grande castelo.
– Você poderia ter feito isso antes não é? – Theo perguntou pensativo.
Neville passará parte do encontro com as mãos sobre as suas para que elas esquentassem e não voltassem a esfriar, tinha funcionado desde que o grifinório não as soltasse mas agora ele resolvera o problema em segundos.
– Poderia sim. – Neville respondeu com um sorriso sapeca no rosto.
Aqueles sorrisos que uma criança dava após aprontar algo ou encobrir alguma travessura. Theo se obrigou a segurar os impulsos de apertar as bochechas avermelhadas do companheiro.
– Vai estar livre amanhã? – Theo perguntou conforme atravessavam o portão ladeado pelas estátuas de javalis.
– É Domingo, claro que vou. – Neville falou como se fosse óbvio e o loiro riu.
Ainda abraçados passaram por um grupo de pequenas primeiranistas que corriam brincando pelo pátio com pequenos feitiços, alguns logros das Gemialidades Weasley e das Zonko's.
– Ótimo, vamos fazer mais algumas coisas do trabalho, quero adiantar. – Theo disse com um sorriso marcante nos lábios.
Neville revirou os olhos. – Estudar no Domingo? – choramingou ele soltando levemente o corpo sobre o do outro.
– Sim, só vamos adiantar umas coisas, posso pesquisar sozinho você só precisa estar por perto para que eu me lembre do que preciso. – Theo disse rindo da preguiça do mesmo.
– Sendo assim, eu vou. – Neville disse se animando e ajeitando a postura.
Theo sorriu e deixou um beijo rápido e casto na bochecha do garoto em seus braços.
Seguiram com os abraçados até os corredores grandes e principais do castelo cumprimentando alguns colegas que não foram ao vilarejo ou que já tinham voltado.
– Vou subir para meu dormitório, te vejo no jantar? – Neville falou virando-se assim que Theo tirou o braço de cima seus ombros.
– Levando em conta o tanto que comemos no três vassouras não acho que ficar com fome até o jantar mas pode ter certeza que vai me ver. – Theodore falou com leveza e um ar sorridente.
Neville assentiu rindo e olhou profundamente através dos olhos do loiro que sentiu todo o corpo arrepiar sob o olhar caloroso do grifinório e abaixar o olhar até a boca delicada e desenhada do mesmo.
– Até logo então. – Neville falou quebrando o breve silêncio logo se inclinando para chegar até os lábios de Nott.
Eles sorriram após um selar de lábios e Theo deixar um pequeno beijo no topo de sua testa.
O loiro sorriu e seguiu seu caminho por alguns corredores que levavam as masmorras assim como Neville que subiu as escadas até a torre da grifinória ainda sorridente.
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– A próxima vez vamos te jogar em cima dele Rony. – Harry fala entrando no quarto acompanhado do melhor amigo.
Neville que estava deitado em sua cama com um de seus livros de herbologia avançada assente para ambos em comprimento.
– Você nem pense nisso. – Ron praguejou com o rosto tornando-se avermelhado como suas sardas.
– O que houve? – Neville perguntou enquanto colocava um pequeno marca página em seu livro antes de fechá-lo.
– Ron estava tão distraído olhando o Zabini e quase tropeçou nos próprios pés, se ele não estivesse entre Hermione e eu provavelmente teria caído em cima dele. – Harry disse ao se sentar em sua cama logo arrancando os calçados.
Neville se impediu de rir assim que o olhou para a careta furiosa que se formava na face do ruivo.
Ron pegou sua toalha e logo entrou no banheiro ainda com uma carranca em seu rosto.
Neville soltou a respiração e começou a rir olhando para Harry que fazia o mesmo. – Ele vai precisar de um empurrãozinho não é? – o Longbottom disse com um sorriso travesso.
– Sem dúvida alguma, e como seu namorado é amigo do Zabini vai ser arrastado para isso também. – Harry disse com simplicidade.
Seus olhos verdes de Harry mostravam que o mesmo já estava pensando em algo para aprontar.
– Você parece feliz, Nott tem te feito bem. – Harry falou observando o amigo sorrir enquanto lia.
– Eu também acho, estamos nos conhecendo mas tem sido incrível e ele me faz rir. – Neville falou tentando conter um sorriso mas não adiantava muito, o brilho em seus olhos denunciavam os sentimentos do garoto.
Harry sorriu para o amigo e se deitou, Neville enquanto anotava algumas coisas em um pergaminho junto do livro enquanto esperavam Ron sair do banho.
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Eu quero fazer a dinâmica do trio de ouro e o Neville com pequenas referências aos marotos, como pegadinhas, a lealdade, os segredos e a amizade entre eles. O que acham?Espero que estejam gostando.
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Entre Poções e Aromas.
Fanfiction||Theoville|| Theo e Neville tinham tudo para serem rivais, eram de casas inimigas, andavam com grupos oposto que estavam sempre em conflitos. Mas não, eles tinham pequenas coisas em comuns que fazia com que nunca houvesse atrito entre os jovens, di...