Conversa e cafuné em meio a noite.

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Noite de Sexta-feira:

Theodore e Neville estavam deitados prontos para dormir um frente ao outro.

O cabelo de Theo levemente comprido se espalhava pelo travesseiro e Neville adorava deixar a mão viajar ali.

– Vi que recebeu uma carta, aconteceu algo? – Neville perguntou tentando não parecer muito curioso.

– Ah, era do Goyle. – Theo respondeu de imediato não dando muita atenção mas percebeu a face do namorado se fechar levemente.

Neville não assumiria mas Theo era bonito e incrível o suficiente para que não só ele percebesse e soubesse disso.

– Ele me mandou a carta perguntando como chamar Astória para sair. Ele gosta dela a algum tempo. Não precisa ficar com essa cara. – o loiro disse passando a mão pelos cabelos caídos sobre o rosto do namorado.

Theo viu a expressão do Longbottom suavizar e sorriu.

– Não sei de que cara está falando. – Neville disse descontraído torcendo que a pouca luz do quarto não deixasse que o rubor em sei rosto se fizesse aparente.

-Nev, se não se importa pode me explicar o que a professora McGonagall quis dizer sobre aqui ela não ser só uma professora pra você. - Theodore disse vendo os olhos de Neville se despertarem levemente.

- Ah, vou tentar. - ele respondeu agora estando atento. - Bem, a família da minha mãe, os Carols, eram apoiadores de você-sabe-quem, e ela não. Isso gerou muito conflito até que a expulsaram de casa. - o garoto disse com o olhar direcionado ao teto.

Mas Nott via que o olhar do mesmo viajava para longe.

- Sinto muito. - Ele disse tentando suavizar o clima já que não era sua intenção pesar o ar em volta do moreno.

- E quando ela foi empulsa tinha apenas 15 anos, não namorava com meu pai ainda. Minerva acolheu minha mãe até que ela se formasse e casasse com meu pai. Desde então ela meio que me adotou como neto. - ele disse voltando seu olhar para Theo. - E a boa parte das informações que sei sobre minha mãe vem dela. - Completa ele.

- Isso não era nem de longe o que eu esperava. - o loiro comentou.

- E o que você esperava? - o grifinório perguntou rindo.

- Sendo bem sincero, nem ideia. - Theodore disse descontraído. - Pelo que contam, você acha que se parece mais com seu pai ou mãe? - encara as feições de Neville.

- Depende, normalmente com meu pai, ele parecia ser mais calmo, romântico, esquecido e absurdamente desastrado. - o Longbottom fala de forma leve.

Era triste mas ele se já tinha se acostumado com o fato de tudo que sabia dos pais era através dos outros.

- Mas quando eu estou com raiva, animado ou bêbado, é como se eu virasse a minha mãe. - o jovem completa com um ar de graça.

- Muda tanto assim? - o loiro ergue as sobrancelhas em surpresa.

- Aparentemente fico cego, seja pelo álcool ou pela raiva. Se estiver animado não calo a boca e pareço idiota. Álcool a mesma coisa, inclusive eu danço de forma ridícula, péssima coordenação e fora de ritmo, que Merlin não permita que você veja isso. - ele sorria enquanto contava tudo aquilo.

Não conseguia conter o riso pensando em quantas vezes os amigos lhe contaram como ficava bêbado.

Sem contar as gravações que Hermione e Harry conseguiram fazer com câmeras trouxas.

Os dois ficaram em um silêncio confortável que eles se habituaram durante seu curto período juntos fazendo refeições e tarefas doméstica.

- Você se importa em me contar um pouco sobre sua família? - o garoto de rosto rechonchudo perguntou receoso. - Quase não fala dela. Se não quiser não precisa me contar. - ele completa.

- Posso, só não tem muito a contar. - Theodore disse tentando parecer calmo mas em seus olhos havia uma tristeza, quase palpável.

- Ei, tudo bem, não precisa me contar agora. - Neville disse puxando a mão do garoto e beijando seu dorso.

Theodore não disse nada, apenas usou a mão livre para enlaçar a cintura de Neville assim formando um abraço que o mesmo retribuiu. Um se aconchegando no outro.

Emanharados ali, como se uma redoma de proteção, afeto e carinho fosse formada sobre eles.

– É complicado.– Theo falou antes de beijar os cabelos de Neville.

E ali adormeceram. Apenas juntos apreciando a pele, o cheiro e contato um do outro.

- Meninos, acordem. - Theo ouviu a voz de Mary. - Vocês voltam pro Hogwarts hoje. - ela completou enquanto batia na porta do quarto.

Ele já estava acordado a algum tempo mas não quisera se mover para não acordar Neville mas agora tinha de fazer.

- Ok. - Respondeu o sonserino apenas alto o suficiente para que Mary ouvisse através da porta.

Ele se virou encarando Neville que dormia calmamente ao seu lado. O rosto do garoto estava iluminado pela pouca luz suave que era transmitida entre as cortinas brancas. A visão que estava tendo parecia o paraíso.

- Nev, acorda meu bem. - Theo disse com certa preguiça.

Longbottom murmurou mas Theo viu que nem mesmo um cílio se moverá em sinal de despertar. Teria de apelar para outra estratégia. O loiro se aproxima do rosto do namorado e dá um beijo em sua bochecha e percebe uma resposta vindo do mesmo.

Um sorriso ainda de olhos fechados. E isso foi um sinal para que pudesse continuar. Agora o selar de lábios e isso definitivamente gerará uma reação em Neville. O mesmo enlaçou uma das mãos no cabelo de Theo que sorriu em meio ao beijo que o moreno havia aprofundado.

- Pra isso você acorda né? - Theo disse quase que fugindo do beijo.

Neville não estava muito interessado em separar seus lábios dos de seu amado.

-Hhum. - Neville murmurou em negação.

E Theo se levantou antes que o namorado o puxasse pra si novamente.

- Ficamos até tarde conversando ontem então é melhor se levantar e tomar café, seus amigos não vão deixar você descansar quando chegarmos em Hogwarts. - o loiro disse enquanto vestia um moletom azul claro que ficava um tanto quanto largo sobre o corpo definido dele pois era do namorado.

- Tá bom. - ele respondeu se sentando na cama.

Neville se levantou pronto para começar a se vestir e Theo roubou um pequeno beijo do mesmo antes que saísse do quarto para um café.

O mesmo começou a se vestir para sair do quarto para o café. Vestiu um casaco de lã verde musgo e as calças que costumava usar na escola e saiu do quarto apenas de meia passando pelo quarto da avó para ver se ela precisava de ajuda mas a mesma já não se encontrava lá.

– Bom dia. – Mary disse dá cozinha assim que viu o garoto descendo as escadas.

Neville viu o namorado servindo um pouco de chá a sua avó que já se encontrava sentada a mesa e a madrinha colocando alguns biscoitos sobre a mesa.

– Bom dia. – o mesmo disse sorrindo e indo beijar a bochecha de Mary, logo depois se sentando a mesa. – Não querendo parecer ingrato, mas foi você que fez esses biscoito madrinha? – ele perguntou meio receoso.

Mary era boa na cozinha de modo geral mas guloseimas, doces e coisas do tipo não costumavam ser seu forte. Principalmente contando que não fazia muito tempo que a mesma devia estar acordada.

– Ora deu moleque. – Mary praguejou. – Não, Remus fez e deixou pronto apenas para eu assar. – Ela assumiu meio contragosto.

Theo e a matriarca Longbottom riram suavemente.

– Theo, percebi que seu cabelo está comprido, já aprendeu a amarrá-lo? – Mary disse sendo a última a se sentar.

– Não, inclusive eu preciso aprender urgentemente, não quero cortar mas tem me atrapalhado um pouco. – Theo disse colocando os fios rebeldes atrás das orelhas para não atrapalhar sua refeição.

– Antes de saírem eu te ensino ou ao menos tento. – ela disse sorrindo enquanto se servia de café.

Entre Poções e Aromas.Onde histórias criam vida. Descubra agora