Boa leitura💙
_________________________________________Depois de correr por um certo tempo, percebi que estava em um bosque, e como já estava no fim da tarde, não tinha idéia do que tinha por ali.
Escutei passos atrás de mim e me esforcei para subir em uma árvore para me esconder. Não demorou mais que alguns segundos para cinco adolescentes vestidos como soldados gregos aparecerem, com Percy Jackson a frente deles.
- Ela não deve estar muito longe. Temos que alcança-la antes que passe o Pinheiro de Thalia. - Percy informou aos outros.
- Sua irmãzinha fugiu e nós é que temos que procurá-la? - Resmungou uma garota de cabelos castanhos e musculosa.
- Ninguém queria você aqui, Clarisse, foram ordens de Quíron. -Retrucou a garota loira.
Eu os observei em silêncio, torcendo para que não me encontrassem.
- Vamos no separar. Chris e Clarisse vão juntos pelo leste. Annabeth e Will vão pelo Oeste. - Percy assobiou e um cão do tamanho de um tanque apareceu ali mesmo na floresta. Eu tive que me segurar para não gritar.- Hey garota! -Percy chamou o cachorro, tirando um pedaço de tecido azul, era o pedaço que faltava no meu moletom. Provavelmente rasgou quando eu corri. -consegue encontrá-la Sra O'leary?
A cachorra sentiu o cheiro e latiu para a árvore onde eu estava. Percy se aproximou e eu vi minha única chance para fugir.
Saltei em cima de Jackson e corri. Olhei para trás e vi que duas pessoas ficaram para o ajudar a se levantar. Não contive um sorriso, até que enfim meu treinamento valeu a pena. Afinal, minha mãe não me deixava usá-lo para nada.
Continuei correndo até chegar a um pinheiro gigante, devia ser sobre ele que Percy Jackson se referia.
Continuei a correr e já estava quase atravessando quando pisei em uma armadilha. Meu pé tinha ficado preso em um arame que ativou um sino.
O barulho soou alto, revelando minha posição. Fiquei preparada para algum ataque, mas nada aconteceu.
Depois de alguns segundos em suspense, tentei soltar meu pé e me levantei para ir embora, mas não aconteceu como o planejado, como tudo na minha vida. Percy Jackson estava em minha frente, seus amigos atrás.
- Precisamos conversar. - Ele afirmou.
- Não tenho nada para dizer a você, Jackson, nem para ninguém. Vou embora daqui e você não pode me impedir -Retruquei.
Ele se aproximou e instintivamente coloquei a mão no bolso procurando algo. Meu corpo gelou quando não o senti.
- Está procurando algo? - Perguntou Percy mostrando meu punhal kurambit.
- Devolva agora. - Ordenei com raiva.
- Te devolvo depois de conversarmos.
A ira ferveu dentro de mim, e me esforcei para ignorar a vontade de pular nele de mãos vazias.
- Fique com ele então. - Falei por fim, me virei e fui embora.
Depois de caminhar alguns quilômetros, vi que eu estava na costa norte de long island, então teria que ir à pé até Manhattan, um longo caminho.
Cheguei em casa quase duas horas depois. E quando abri a porta, encontrei minha mãe conversando com Percy Jackson e Poseidon. Parecia uma noite de filme em família, faltava só a pipoca e o filme.
- Filha que bom que chegou, precisamos conversar. Todos nós juntos. - Minha mãe falou com o olhar cansado.
Fechei a porta e desci as escadas rapidamente antes que ela ou eles dissesse mais alguma coisa. Aquilo só podia ser brincadeira, ou perseguição pela parte dos dois. Acredito que seja a segunda opção.
Percy abriu a porta e desceu em meu encalço.
- O que você quer, Jackson? -perguntei já exasperada.- Não vai me deixar em paz?
- Eu faleu que precisamos conversar, você não devia ter saído do acampamento assim. - Percy falou dando uma de irmão mais velho.
Não contive uma risada ao ouvi-lo, isso só serviu para aliviar um pouco minha raiva.
- Não venha bancar o irmão preocupado para cima de mim, aliás - Apontei o dedo para o peito dele e empurrei.- Você não tem direito de dizer o que eu posso ou não fazer.
- Eu não quis... - Ele suspirou.- Olha eu só queria dizer que há monstros aqui fora, você e eu corremos mais perigo que a maioria, pois somos filhos de Poseidon, um dos três grandes.
Ele me devolveu o punhal.
- Volte para o acampamento comigo. - Percy pediu me estendendo a mão.
Balançei a cabeça, negando.
- Diga a minha mãe que entrarei em contato com ela, no meu tempo.
Dei as costas para ele e fui embora. Passei a noite pensando em tudo que aconteceu e também pensei no que eu faria dali pra frente.
Caminhei sem rumo pelas ruas da cidade, até notar que havia chegado a um beco escuro. Era o cúmulo do absurdo estar andando assim a noite, precisava encontrar um lugar para dormir.
Estava voltando quando fui vi dois homens encapuzados que estavam parados na frente do beco.
- ora, ora quem diria, hein? Achamos ela sem nem procurar muito. - Comemorou um deles abaixando o capuz.
Eles eram enormes e só tinham um olho no meio da testa. Eu estudei mitologia o suficiente para saber que aqueles caras era ciclopes.
- O que querem de mim? -perguntei dando alguns passos para trás.
- Queremos que você devolva o que roubou. - O outro ciclope respondeu.
- Eu não roubei nada. - Respondi pela milésima vez naquele dia.Essa frase estava virando um discurso. Seja lá oque foi roubado, é algo importante, muito importante, mas eu não entendia por que a culpa era minha. Porra, eu nem sabia que era uma semideusa até três horas atrás, como é que ia roubar algo de alguém desse mundo?!
Eles se aproximaram mais e saquei meu punhal para me defender.
- Ela tem uma faquinha, que fofa! - Um dos ciclopes debochou com um sorriso.- Vai fazer o que com isso mocinha? Descascar uma maçã?
Os dois ciclopes gargalharam.
- Experimentem se aproximar para ver o que eu faço com isso. - Ameaçei irritada.
Eles sorriam e se aproximaram a passos lentos. Era isso, ou eu atacava ou esperava eles me pegarem. Então investi contra o menor deles. No momento que o punhal deveria ter o perfurado, a kurambit apenas passou por ele sem fazer sequer um arranhão.
- Mas o que...?! - Exclamei sem entender.
- Você só pode matar monstros com armas feita de bronze celestial, garotinha. - O ciclope que eu deria ter atingido com a faca, explicou.- Agora venha com a gente e não vamos te machucar, ainda.
Eu não sabia oque fazer. Se eu aceitasse, provavelmente seria uma armadilha. Se eu não aceitasse eu seria massacrada, e eles ainda me levariam igual, seja lá para onde.
Então eu tinha que lutar. Me obriguei a pensar em alguma solução, mas uma coisa insistia em voltar. Se eu era filha de Poseidon, eu deveria ter algum comando sobre a água, certo? Olhei em volta procurando por alguma coisa envolvida com água e encontrei uma grande caixa d'água que estava em cima de uma das casas perto de nós. Me concentrei nela e senti um nó no estômago se desenrolar. Segundos depois a caixa explodiu e a água veio ao meu comando.
Ataquei os ciclopes com ela e enquanto eles tentavam se recuperar do ataque eu aproveitei para fugir. Corri o mais rápido possível, até chegar a Time Square. Acho que eles não me atacariam na frente de milhares de pessoas.
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A Filha de Poseidon (Finalizada✓)
Fiksi PenggemarA minha vida era ruim. Muito ruim. Mas eu nunca achei que ela iria virar de cabeça para baixo. Semideuses, deuses gregos e monstros. Descobrir que tem um irmão pode ser impactante, mas descobrir que seu pai é o deus do mar, bem, vocês vão descobrir...