Nicolas
Era uma ideia patética.
Por que diabos eu queria tanto impressionar aquela mulher?
Eu não tinha uma resposta para aquilo, mas depois de ter Charlotte em meus braços eu só tinha duas certezas: 1-Eu queria mais. Precisava de mais; 2- Precisava chamar a atenção daquela mulher de alguma forma.
Mas então eu dormi e meu cérebro não foi piedoso. Os pesadelos com a mulher caindo morta em cima de mim me atormentaram a cada fechar de olhos, e apesar de ter achado que eu apenas sonharia com uma Charlotte inebriante em meus braços, eu só consegui sonhar com os olhos daquela menina loira e o momento que a vida deixou seu corpo.
Ao acordar, eu soube que precisava fazer algo e sabia ainda mais que Charlotte me trataria como uma criança, e com razão. Mas talvez se eu conseguisse algo importante, além de fazer algo para me sentir útil para aqueles que sofrem o que a menina loira passava, chamaria a atenção de Charlotte. O que tinha para dar errado?
Não teria como ter os nomes dos compradores, mas eu podia ter a lista de convidados e de quem mais estava presente naquela galeria e seria fácil ter isso. Claro, supondo que eu não encontraria com nenhum mafioso que me apontasse uma arma ou com uma adolescente para me derrubar como na noite passada.
Acabou com Anthony Henderson ao meu lado para me dar cobertura e cara, ele era bom. Charlotte havia comentado que ele havia sido policial no passado, mas vê-lo em ação? Era outra coisa.
A galeria estava fechada, é claro, então precisamos invadir e fizemos isso como profissionais. Anthony tinha aparelhos incríveis que monitoraram o perímetro e tudo mais. E eu, como um bom nerd, apenas fiquei fascinado com seus truques na manga e em seu carro bem equipado.
–Ei, nerd –A melodiosa voz de Charlotte soou bem atrás de mim e eu me virei para olhar para ela.
Céus, ela nem precisa se esforçar para ser bonita.
–Oi! –É só agir normalmente e não agarrar ela.
–Meu pai não quer me contar o que aprontaram. Você não vai ser malvado assim comigo, vai? –Ela estava flertando? Eu estou bem enferrujado nisso. Ou ela só está sendo adorável?
Foco, Nicolas!
–O seu pai é legal –Disse com um sorriso amarelo e na mesma hora me odiei. Eu podia ter flertado com ela também. –Quer dizer...
–Ele é mesmo. Vocês conversaram? –Charlotte começou a olhar a estante de livros, correndo os dedos pelas lombadas deles. Estávamos sós na sala mas ela evitava me olhar.
–Sim, ele me lembra um pouco a minha abuela. –Sorri ao falar aquilo porque era verdade. A abuela era muito tranquila e parecia ter toda a sabedoria do mundo dentro de si, e Anthony Henderson curiosamente me passava essa mesma sensação.
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Brooklyn
General FictionCharlotte Antonella Di Angelo viu seus pais serem assassinados a sangue frio em sua frente quando tinha 7 anos. Adotada por um ex-policial que teve sua vida arruinada pelo mesmo homem, a garota cresceu em treinamento para se tornar uma máquina de ma...