Capítulo 20

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Nicolas

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Nicolas

Estávamos perdidos.

Perdidos não, fudidos.

O desfile de Daphine seria em dois dias e nós não tínhamos nada além de um homem amarrado em uma cadeira em um apartamento revestido de algum material que Anthony havia comprado para abafar sons.

O homem -que depois de bater nele, descobri se chamar Frank- logicamente não forneceu nenhuma informação que pudéssemos usar ou que não soubéssemos. Na verdade, mesmo com o rosto quase deformado depois da surra que levou, Frank mantia um sorriso debochado e desafiador naquela boca inchada.

Eu não goatava de pensar no que eu fizera a aquele homem. Ele era uma pessoa ruim e realmente mereceu todos os socos e ter sido laçado como um touro furioso, mas eu não conseguia parar de lembrar a visão de meu reflexo refletido nos olhos de Frank enquanto eu o batia: Indomável e agressivo.

Aquele não era eu.

Era um Nicolas muito mais corajoso e muito mais homem, mas não era eu.

Sempre odiei violência, mas o loiro simplesmente mexeu com um lado que há tempos estava adormecido. Despertou um Nicolas que iria até o inferno pela mulher que gostava, e aquilo me fez pensar; o quanto eu gostava de Charlotte? Até onde eu iria por ela? Aquela mulher... Aquela maldita mulher teimosa e astuta! Eu nem mesmo sabia o quanto gostava dela! Sabia que era mais que um amigo. Mais que apenas desejo. Mais do quê deveria.

Toquei no revolver sem balas preso na parte de trás da minha calça e depois cruzei meus braços para por fim entrar determinado no quarto em que Frank estava preso.

Ele estava só. Eu era o guarda escalado para as próximas duas horas e as duas já passadas enquanto Daphine enchia Charlotte de deveres para o desfile -uma mera desculpa para comemorar diretamente o aniversário da morena que havia sido no fim de semana-, Anthony precisou sair para resolver algum problema e Zach devia estar correndo atrás de Daphine como um cachorrinho.

–Ora ora ora, deixaram o ursinho carinhoso vir me interrogar? –O infeliz debochou com um sorriso torto devido o lábio inchado. –Você veio me abraçar até eu falar algo relevante?

–Você sabe que fui eu quem deixei a sua cara desse jeito, não sabe? –Perguntei ao fechar a porta atrás de mim e me encostei na mesma.

–Oh sim, me laçou como se eu fosse um animal! Acho que anda vendo muitos filmes de faroeste, ursinho zangadinho. –Frank deu uma risada nasalada –Mas aposto como passou a semana se remoendo em culpa, não foi?

–Na verdade, a cada palavra que sai da sua boca, a minha mão coça mais de tanta vontade de te arrebentar. –Disse de forma tão ameaçadora quanto pude.

–Ah, então resolveram mudar a tática? Nada de longas conversas insuportáveis? Agora vão me torturar fisicamente? Uhhhh –Frank gargalhou e eu resolvi me aproximar um pouco.

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