Charlotte Antonella Di Angelo viu seus pais serem assassinados a sangue frio em sua frente quando tinha 7 anos. Adotada por um ex-policial que teve sua vida arruinada pelo mesmo homem, a garota cresceu em treinamento para se tornar uma máquina de ma...
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Charlotte
–Então você vem passar seu aniversário em Paris!? Ah Nella!–Daphine deu um gritinho de animação e eu ri.
–Eu perguntei se você poderia hospedar a família do Nicolas com um pouco de antecedência, Daph. Não que eu iria junto. –Esclareci.
Apertando o celular contra minha orelha com o ombro enquanto usava as mãos para passar manteiga na torrada, encarei Nicolas que estava inquieto sentado do outro lado do balcão preto.
Bom, ele tinha uma boa razão para estar inquieto, mas não podíamos tirar a família dele daqui ainda hoje. Elas achariam que há algo de errado e não aceitariam, ainda mais com o estranho comportamento do Nicolas.
–Mas seu aniversário é no fim de semana! –Ela tentou argumentar.
–Eu não comemoro aniversários, Daphine. Você sabe disso. –O tom descontraído sumiu de minha voz. Eu realmente odiava aniversários e ela sabia disso. Simplesmente a mais curta menção à aniversários me fazia estremecer.
Mas aquilo pareceu atrair a atenção de Nicolas. Oh merda.
–Seu aniversário está chegando?
Não o respondi, apenas revirei os olhos e levei a torrada até minha boca com uma mão e voltei a segurar o celular com a outra mão.
–Só achei que com esse garoto agora fosse diferente... –Pausei meus olhos no curioso Nicolas e meu estômago revirou como se malditas borboletas estivessem fazendo a festa lá.
Sem chances de Daphine estar surtando como o Anthony mesmo de longe. Não é possível que nosso pai a tenha contaminado também com aquela ideia boba de que eu gostava de Nicolas.
–Não é. Por que seria?
–Você está brincando, certo? Você arrumou um emprego para ele comigo e com uma semana de emprego, você o sequestrou para si há pelo menos duas semanas e eu nem sequer tenho notícias de vocês! E do nada você aparece me pedindo para hospedar a família Rodriguez toda aqui e que os leve no meu desfile. –Daphine deu uma risadinha. –Não estou reclamando! O prazer é totalmente meu, mas o mínimo que pode me fazer é admitir que ao menos gosta desse homem, porque desde que ele apareceu na sua vida você parece até mesmo mais alegre!
Mordi meus lábios, e mesmo que ela não pudesse ver, eu sabia que ela sabia o que eu estava fazendo e sabia que eu também negaria, mesmo que internamente houvesse dúvidas enquanto o que eu sentia.
–Não tem nada haver –Murmurei. –Então posso mandá-los ainda amanhã?
–Pode, mas você vem junto. Não vamos comemorar, só quero sua ajuda e opinião.
–Daph...
–Você realmente vai me fazer apelar para o senhor Rodriguez? Vou fazer uma convocação real dele aqui, ok? Se bem que realmente seria bom tê-lo agora nos passos finais do desfile...
