Capítulo 7

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Charlotte

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Charlotte

A água morna da banheira cheia de espuma me rodeava e diminuia ao menos cinquenta por cento da tensão em cima de mim. Os sais de Daph eram mesmo milagrosos. O cheiro curiosamente me lembrava a minha casa na Ítália em períodos chuvosos -e ao mesmo tempo, a forma que aquilo impregnava na pele era fascinante.

Estava exausta e dolorida dos treinos. Depois de deixar Nicolas com o pen drive que peguei de Parker, eu corri para minha casa e treinei até meus braços doerem de tanto socar o saco de pancadas e minhas pernas fraquejarem após tantos golpes. Podia ver as marcas que ficariam roxas amanhã em minha perna, mas agora estavam vermelhos.

Morava só há alguns anos em um apartamento perto do escritório. Inicialmente o dividia com Daphine, mas depois de seus modelos explodirem em Paris e ela ficar noiva, resolveu se mudar para morar com o Zach e viajava sempre para seu Atelier em Paris. Nosso pai, Tony, vivia em uma cobertura no Charphie central da Califórnia, onde eu estava hospedada na semana do jantar de noivado de Daph para a ajudar com os preparativos, mas eu e ele treinávamos juntos na minha casa.

Quando eu e Daph éramos pequenas, morávamos em uma casa num interior, onde havia um grande espaço de treino montado pelo Tony e para minha irmã, eram apenas aulas de autodefesa, mas para mim sempre foi algo a mais, mesmo que no início fosse uma válvula de escape com a terapia. Mas ele sabia que não conseguiria deixar passar, o trauma e a raiva eram grandes demais para descontar apenas num saco de pancadas.

Balancei a cabeça tirando a memória da mente e foquei no cheiro dos sais e a sensação da minha pele macia com eles. Concentrei-me na água morna da banheira e suspirei voltando ao meu ponto de relaxamento inicial. Precisava relaxar.

Acordei com as mãos engilhadas e o cabelo que não pretendia molhar, espalhado pelo meu corpo. Merda.

Havia adormecido na banheira. O celular vibrava na bancada da pia e eu me levantei às pressas para pegá-lo enquanto me enrolava na toalha.

–Oi –Atendi e o coloquei no viva-voz para enrolar meu cabelo molhado na toalha. Ainda não era dia de lavá-lo, havia lavado de manhã.

–Você está em casa? Quero falar com você –A voz de Daph soou chorosa.

–Estou. Aconteceu algo? –Perguntei agora olhando para o relólgio que marcavam meia noite. Que merda.

–Mais ou menos, explico quando chegar. –Minha irmã desligou e eu corri para por meu pijama e passar algum creme no cabelo para secá-lo no difusor, não teria tempo de deixar os cachos secarem naturalmente.

Daphine chegou meia hora depois da chamada e podia ouvir seus soluços antes mesmo de abrir a porta. Quando a abri, ela me encarou como uma criança.

– Eu.. –Seu nariz estava todo vermelho e sua franjinha não estava arrumada como sempre, pelo contrário, estava um ninho e seu cabelo estava preso num rabo de cavalo alto.

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