Capítulo 9

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Charlotte

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Charlotte

Mamãe! Papai! Era inútil correr até eles, estavam longe demais e minhas pernas infantis eram curtas demais para alcançá-los. Mas então eu era adulta e consegui velocidade para chegar neles, eu estava tão perto...

Então parei ao notar o círculo vermelho na testa deles. Sangue saía do buraco de bala deles.

Os belos cachos loiros de mamãe estavam espalhados pelo rosto, grudados no sangue seco e o suor. Ela estava tão pálida! Já papai tinha o olhar de dor e agonia, o sangue escorria devagar pelo buraco da bala, fresco e congelado no momento em que ele se foi.

Precisava fazer algo.

Tentei lhes tocar mas eles sumiram antes que minhas mãos alcançassem seus rostos.

Tentei berrar, tentei correr atrás deles novamente e os alcançar, mas não consegui. Estava com os pés grudados no lugar.

Não! Por favor, não! Não me deixem! O grito ecoou pelo vácuo escuro em que agora eu me encontrava. Me encolhi e novamente era a criança órfã que chorava todas as noites. Por favor!

–Charlotte? Você tá legal? –Abri os olhos tentando esconder o assombro quando pus meu olhar em Nicolas e deixei minha visão se acostumar com o claro. Merda, que horas eram?. –Você tá legal? –Ele repetiu enquanto desviava os olhos da estrada momentaneamente. Sua mão livre do volante estava em meu braço esquerdo, o afagando de uma forma que dizia ''Está tudo bem, você está à salvo''

–Estou, obrigada –Murmurei enquanto esfregava os olhos e bocejava, disfarçando os arrepios que mesmo sabendo que ele não podia ver, talvez pudesse sentir. Esses pesadelos sempre me deixavam aflita e provocavam arrepios por meu corpo, não era a melhor coisa que eu passava. Ele voltou a segurar o volante com as duas mãos.

Nicolas dirigia de forma descontraída o carro alugado que Tony nos arrumou e íamos para sua "primeira missão", como ele mesmo chamava. Eu não era louca de colocá-lo na linha de frente de nada e muito menos de invadir sozinha uma casa de tráfico, esse papel deveria ficar com a polícia, mas para uma denúncia desse tamanho e para que agissem rápido o suficiente era necessário provas. Vigiariamos o lugar de longe, em um velho hotel perto do lugar que deveria ser um depósito abandonado, mas na verdade, de acordo com o dossiê do pen drive, era cheio de pessoas incoentes e enganadas de alguma forma.

–Tem certeza? Você estava nervosa e começou a gritar, teve um pesadelo? –Seus olhos novamente caíram sob mim enquanto parava em um sinal vermelho. Senti minhas bochechas arderem e desviei o olhar. Meus pesadelos não eram tão frequentes quanto antes, mas deixa-lo presenciar isso me fez querer me encolher.

–Mais ou menos isso –Murmurei baixinho enquanto admirava a paisagem deserta de fora da janela.

–A dra. Kim me disse que é nornal termos pesadelos por muito tempo depois de traumas, você estava sonhando com seus pais? –O tom do homem foi doce e cuidadoso, como se eu pudesse me quebrar em mencionar o assunto.

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