CAPÍTULO 20

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Uma luz bate em meu rosto e me faz abrir os olhos. Estranho o lugar, eu nunca estive aqui, que estranho.

Sinto uma respiração em meu pescoço e só agora percebo que um braço está em volta de minha cintura.

Imediatamente me lembro de ontem, foi incrível.

A sensação de tê-lo tão perto e saber que estamos juntos é tão boa. Me sinto até mais leve em não ter me mentir para mim mesma, ou tentar esquecer algo que no fundo eu não queria.

Viro-me com cuidado para não acorda-lo e fico admirando sua beleza. Ele parece tão calmo, tão tranquilo.  Parece uma obra de arte, eu poderia olha-lo o dia inteiro.

- bom dia linda- diz com a voz rouca por ter recém acordado.

- bom dia - digo com um sorriso tímido.

- a quanto tempo você está me olhando?

- faz um tempinho já.

- meu pai, você é uma psicopata? - pergunta rindo.

- relaxa, só você que é lindo mesmo - sorrio.

- olha só quem diria, Lily Clark me elogiando.

- aproveite acontece poucas vezes.

Ele aperta seu braço em minha cintura e deita o rosto em meu pescoço.

aproveito para mexer em seu cabelo, tão cheiroso, tão macio. Até o cabelo desse homem é perfeito.

- eu poderia ficar o dia inteiro assim.

- eu também - dou um beijo em sua cabeça.

Vejo meu celular tocando na mesinha ao lado da cama.

O nome de dona Maria logo surge na tela.

- ai meu Deus - dou um pulo da cama e começo a procurar minhas roupas, minhas coisas estão espalhadas pelo quarto todo.

- ei oque foi? - pergunta confuso.

- que horas são?

Ele pega seu celular em cima da mesa ao lado da cama.

- nove horas, porquê?

- merda, eu tinha que estar no trabalho às oito.

Começo a recolher minhas coisas o mais rápido possível, não me perguntem como meu vestido foi parar no chão e uma camiseta dele no meu corpo, eu não faço idéia. Vittor me impede de continuar. Ele segura meus braços me fazendo parar de andar.

- ei calma, escova seus dentes e vai se arrumando que eu vou fazer alguma coisa pra você comer, e vou te levar.

- muito obrigada, eu te amo - dou um beijo rápido nele e corro pro banheiro.

Depois de uns cinco minutos finalmente acho uma escova ainda na embalagem, estou toda atrapalhada. Queria poder ficar mais tempo ali na cama com ele, só isso, mas como uma adulta responsável que sou, não posso faltar no trabalho.

Escovo meus dentes, e tiro oque restou da maquiagem da noite anterior. Pego um sabonete no armário e tomo um banho bem rápido.

Assim que pego meu vestido vejo que estou mais ferrada, como eu vou trabalhar com essa roupa? Para mim é um pouco impossível, gosto de usar roupas confortáveis para trabalhar.

Tomo a liberdade de pegar uma camisa de Vittor e torço para ter alguma roupa de Melissa aqui, nós temos a mesma altura então serve. Vou até o quarto de hóspedes e por sorte acho uma saia jeans. Dou um nó na parte de baixo da blusa, a saia ficou perfeita no meu corpo. Faço uma trança, pego minha bolsa e corro para a cozinha, acho que nunca me arrumei tão rápido.

Sento na cadeira e fico admirando o homem que finalmente posso chamar de meu. Sei que pareço uma boba apaixonada em citar toda sua beleza tanto por dentro quanto por fora, mas que saber eu não ligo para oque pensam, é isso mesmo que eu sou, e se me acharem brega pois bem é isso que eu sou.

Ele vira para mim com um sorriso, ai esse sorriso.

- Está com fome?

- faminta.

- fiz panquecas, sua preferida.

Não consigo evitar de sorrir ao ver o prato que ele está trazendo, sim é a minha preferida, nem preciso citar como é né?

- eu já disse que te amo? - digo com um sorriso enorme.

- é tão bom escutar isso, ainda mais vindo de você - ele senta ao meu lado.

- a é? - ele assente - e porque ainda mais vindo de mim?

- Porque eu te amo tanto que nem consigo explicar, e saber que você sente o mesmo é inexplicável.

Ele põe uma mecha do meu cabelo para trás e sela nossos lábios, por uns minutos eu até esqueço que estou atrasada.

- você me faz sentir em um filme de romance, isso é tão bom - sorrio.

- esse é o nosso clichê romântico - diz rindo.

- tá vendo eu sempre te disse que essas coisas existem, eu sempre tenho razão - digo convencida.

- é tenho que confessar nisso você está certa - ele sorri - você me faz acreditar em coisas que eu achava uma bobeira e pra falar a verdade eu estava bem errado.

- nossa relação é assim eu sou a certa e você o errado.

- tão convencida - ele faz uma careta.

Começo a rir muito. Eu não consigo me levar a sério.

Mais tarde...

Estou no caminho de casa. Depois do café da manhã fui trabalhar, dona Maria não estava lá hoje mas deixou um bilhetinho para mim dizendo que tinha ido resolver algumas coisas, como diz ela "coisas chatas", ou seja documentos, papeladas e etc. Ela se tornou uma super amiga temos uma relação muito boa. E hoje descobri que Luan vai começar a trabalhar na livraria.

Eu e Vittor trocamos mensagens sempre que conseguíamos por conta do meu trabalho e do dele, pelo oque eu entendi ele está trabalhando como médico em um orfanato enquanto não começa a trabalhar no hospital. Criança e medicina sempre foram as paixões dele, o jeito que os olhos dele brilham quanto fala disso é tão lindo, é muito bom trabalharmos em algo que amamos, digo isso por experiência própria.

Comecei a trabalhar aqui para ter mais contato com os livros, com os autores, e saber mais sobre o processo. E foi uma ótima escolha pois agora eu tenho certeza de que fiz a faculdade certa.



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