Trinta e Seis: Era a Verdade

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Bia's P.O.V.:

Uma sensação reconfortante é tudo o que precisamos para nos sentir acolhidos e chamar algum lugar de casa. Por muito tempo achei que estava em casa apenas quando andava pelas conhecidas ruas de Buenos Aires com minhas amigas ou com meus pais, mas me enganava.

Visitar a residência frequentemente não era algo que eu realmente estava acostumada a fazer, mas todas as vezes que o fazia era uma sensação à parte. Um acolhimento incomparável e um sentimento de conforto.

É... Talvez não fosse apenas Buenos Aires que eu pudesse chamar de casa.

Eu havia planejado aquela visita na residência para alguns meses depois, mas a ansiedade e a notícia de que Thiago ficaria alguns meses mais por ali me fez querer adiantar o quanto antes, mesmo sabendo que esse era um ato um tanto impulsivo, mas não era minha intenção dar essa explicação para ninguém a fim de não ter que escutar o que eu já sabia.

Conversei com Daisy alguns dias antes para entender como estavam as coisas na residência e pedi para ela que Thiago não soubesse de nada, nem mesmo caso perguntasse. E embora parecesse ofendida com o pedido, não hesitou em concordar.

Bia: Eu disse que vou ficar bem, pai! — um meio riso escapou dos meus lábios enquanto eu tirava o cinto ansiosamente olhando a garota loira com um sorriso parada em frente ao casarão.

Mariano: Então eu venho te buscar em uma semana, não é? — perguntou a muito contragosto e eu sorri, virando minha cabeça para ele, e concordei prontamente.

Bia: Qualquer mudança de planos eu te aviso, prometo! — coloquei a mão na maçaneta interior do carro prestes a abrir a porta, quando ele me chamou novamente. Sua voz ainda era receosa, mas ele tentava esconder isso. Voltei minha atenção novamente.

Mariano: O Thiago sabe de algo?

Bia: Não, mas esse é o intuito! — ele me lançou um olhar um tanto reprovador, mas logo tratou de deixar de demonstrar. — Eu não vou entrar em nenhuma confusão, pai. Pode se tranquilizar — soltou um longo suspiro, que me deixava com a dúvida de pensar que ele realmente confiava em mim, mas ele sempre me dera sua palavra e sempre a honrara, não tinha um real motivo para que eu desconfiasse.

Logo que saí do carro, olhei para as meninas. Ambas as duas insistiram para me acompanhar e eu não tinha um motivo — nem vontade de procurar um — para que dissesse "não" a elas, de forma que me fizeram uma grande companhia durante todo o percurso de cerca de seis horas.

Celeste: Eu espero que esteja tudo bem por aqui — comentou logo em seguida recebendo um olhar confuso de Chiara, que estava um pouco distraída olhando para os lados, analisando cada detalhe, parando apenas para escutar o que Celeste falava.

Chiara: Não vai dar nada errado, Celeste, como você pode perceber. O que de ruim poderia acontecer no meio do nada? — observei Daisy se aproximar um pouco rindo abertamente do comentário que era muito a cara de Chiara.

Daisy: Bia, você me disse que a Chiara tinha um bom humor, mas não que se comparava ao Pietro nele — parou ao meu lado me cumprimentando rapidamente com um abraço apertado. Chiara e Celeste voltaram a atenção para ela, sorrindo timidamente. Bom, pelo menos Celeste, já que Chiara não se limitou apenas ao sorriso.

Chiara: Você é a Daisy, não é? A Bia falou muito de você, e muito bem aliás. Na verdade ela não costuma falar mal de ninguém que não a incomode, então eu presumo que vocês se dão bem, estou certa? — Daisy olhou para mim com os olhos arregalados e um pouco assustada, perguntando com aquele gesto se era normal Chiara falar tanto e tão rápido da maneira como fez. Meu sorriso repentino deu a resposta que a fez soltar um suspiro longo, porém humorado.

El Destino | ThianaOnde histórias criam vida. Descubra agora