It wasn't important

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Procurei o espadachim pelo barco e não o achando em lugar algum fui para o ninho do corvo, ele sempre estava por lá antigamente para treinar ou dormir, ou nesse caso se encher de saquê. Percebi assim que abri a porta que ele estava no canto parecendo procurar as bebidas que escondeu antes.

- Já está tão bêbado que não se lembra nem onde as colocou? - Me aproximei o avaliando por cima, ele me olhou muito calmo. Não parecia tão alterado assim.

- Não estou bêbado. Ainda. - Sua voz estava grossa e lenta como sempre. Sem me olhar mais ele voltou a fuçar as coisas dentro de um baú disfarçado de banco e eu me sentei em outro.

- Quando encontrar, me dê uma também. - Cruzei meus braços encostando na janela o observando. Lá fora ouvia meus amigos ainda comendo e festejando.

Zoro finalmente encontrou as bebidas e as trouxe, me deu uma e o resto colocou de lado enquanto se sentava em outro banco já bebendo o líquido amargo. Eu não gosto de saquê, mas não me importei muito antes de beber com ele. Em silêncio bebemos por um tempo enquanto eu pensava como iria tirar as informações.

Suspirei resignado. Eu não sabia como falar com ele. Não fazia ideia, nem entendia por que as coisas estavam assim e mesmo isso me irritando não é como se minha raiva servisse para ele facilitar comigo. O Marimo era um brutamonte sem modos, nunca os teve com ninguém muito menos comigo, seu rival.

- O que veio perguntar? - Ele se virou para mim de repente me fazendo engasgar, tossi um pouco com o álcool na garganta. - Não peguei vinho, se contente com o saquê... Então, o que veio perguntar?

Troquei a bebida por cigarros.

- Por que está com tanta raiva de mim se eu não tenho culpa de nada? E se eu tenho culpa você tem que me contar o que eu fiz pra você! - Com meu tom sério o olhei da mesma forma.

- Do que está falando? Estou normal.

- Fala sério! Está me tratando como se eu tivesse roubado suas espadas e derretido pra fazer um troféu! O que eu te fiz, seu idiota?! - Aumentei minha voz irritado.

- Nada, que exemplo tosco. - Ele bufou em desprezo. - Olha, você não sabe de nada e até que se lembre da merda que fez questão de esquecer eu não vou lidar com-

- Zoro! - O olhei revoltado me levantando. Ele arregalou os olhos diante do meu grito, nem eu sei porque fiz isso, mas meu peito fervia de raiva pelas suas palavras.

Pelas minhas lembranças ele sempre foi assim distante e duro comigo, eu não me importava muito, mas por que agora me irritava tanto eu não sei, mas parecia errado! Estava tudo errado!

- Se não me contar agora o que está guardando e fazendo todo mundo ter que mentir pra mim eu não vou te perdoar! - Infantil e sem jeito decretei entre dentes. Ele ainda me olhava surpreso, mas seu olhar ficou mais manso com o tempo.

Esse olhar eu conhecia, aquela familiaridade que senti quando ele me abraçou e me olhou desse mesmo jeito quando acordei estava de volta. Eu não me recordava desse olhar em nenhum outro momento com ele. Desde quando ele olha assim pra mim?!

Ele se levantou se aproximando de mim sem desviar. Nervoso o assistia estar bem próximo me olhando como se procura-se alguma outra coisa, outra pessoa.

- Se não se lembrar de mim eu que não vou te perdoar cozinheiro... Sei que estou sendo injusto...

- Facilita pra mim então seu-

- Você realmente não lembra de nada? - Ele me atrapalhou mudando a conversa. Seu olhar varreu meu rosto como se desconfiado. Eu franzi o cenho confuso me recordando de como era nossa interação.

All of me (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora