[22 ANOS ANTES, ITÁLIA]
Havia me formado fazia apenas 01 ano e já estava de volta para minha cidade natal. O terror percorre todo o meu corpo ao lembrar que começaria tudo de novo. Não era uma família, eu não era considerada uma filha, apenas um peão no seu joguinho sádico por poder.
O poder destrói o homem, mas somente aquele que é fraco para lidar com as consequências.
A primeira filha da família Caccini, um troféu de interesse para muitos. Alianças de poder indestrutível poderiam ser formadas. Um perigo eminente e uma vitória espetacular. Um objeto de troca, usado ao seu favor.
Não uma pessoa. Não um sentimento. Não uma compaixão.
Esse de fato seria o plano perfeito para o meu pai. Uma filha prodígio que acaba de voltar dos Estados Unidos para finalmente servir como moeda de troca na família e o tornar ainda mais poderoso.
Manter as aparências, cultivar as rosas.
Sinto o jatinho pousar e suspiro cansada. Quando finalmente piso em solo italiano, solto um pequeno sorriso. Apesar de tudo, aqui ainda era minha casa. Encontro Max rapidamente, me aguardando carinhosamente perto de um carro.
Max sempre foi meu segurança enquanto estive aqui na Itália. Ele sempre me protegeu. Sempre foi o meu pai quando mais precisei. Corro até ele e o abraço fortemente. Fazia quase 10 anos que não o via.
— Estava com saudades, Piccolina — Sorrio ao ouvir o mesmo apelido de sempre.
— Também estava com saudades, Max. — O aperto mais ainda no abraço e quando o solto, vejo uma pequena linha de preocupação cruzar o seu rosto. — O que está acontecendo?
— Seu pai. — Suspiro, sabendo que não vem coisa boa nas suas próximas palavras. — As últimas semanas foram massantes, estamos em uma guerra de poder. — Admite e o encaro surpresa.
— Meu pai não tem muitas pessoas com quem se preocupar, ele praticamente domina esse lugar. — Murmuro.
— Não tinha, piccolina. Mas agora, tudo mudou e ele está desesperado. — Quando ele percebe que estou curiosa demais com essa novidade, dá um pequeno sorriso e belisca minha bochecha. — Isso não é assunto para você se preocupar, vamos, vou te levar para casa.
Casa.
A pequena palavra me causa uma dor exorbitante. Aquela não é minha casa, nunca foi.
Sorrio falsamente para Max e entro no carro, agora, emburrada, sabendo exatamente o que me espera assim que chegar no lugar que era para ser o meu lar.
— Com quem o meu pai está tendo problemas? — Pergunto, tentando descobrir mais.
— Aparentemente no passado ele acabou se metendo em um ninho de cobras e fez um serviço para um velho amigo. Você sabe como funciona esse mundo piccolina. — Ele murmura enquanto mantém os olhos fixos na estrada.
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LAMARTINE
RomanceFaziam exatos 15 anos desde a última vez que Pietro viu os olhos de uma das pessoas que ele mais amou durante toda sua vida. Aiyana. Aiyana Lamartine. Até os dias de hoje, sua morte nunca foi esclarecida, as autoridades simplesmente abandonaram o...