| CAPÍTULO 04 |

1.2K 94 21
                                    


Prestem atenção nos detalhes, talvez uma palavra faz tudo mudar... rs

Pensei em criar um canal de comunicação mais fácil nas redes vizinhas, o que acham? 

Pensei em criar um canal de comunicação mais fácil nas redes vizinhas, o que acham? 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Roma, Italia

Pietro Castellano


Estava na Itália com um único propósito: caçar esse aspirante a assassino que está me causando um pouco de dor de cabeça. Já havia repassado todo o plano para pegá-lo em minha cabeça, mas infelizmente a Agatha tinha que estar de frente no caso.

Ela era um problema, mas não era o meu problema. Sei que ela é esperta, mas não o suficiente para pará-lo sozinha. Não sei nem se eu consigo.

Havia chegado há poucos minutos em casa, depois de ter mandado Agatha para a próxima cena do crime. Mas infelizmente ela não iria encontrar nenhum corpo por hoje no local. Conheço perfeitamente o modus operandi de quem procuramos. Sinto meu celular tocar e atendo prontamente.

[PIETRO] Já despistei a detetive, ela vai ficar ocupada, por um tempo.

[ALEKSANDER] Ótimo, tenho certeza que você arrumou uma ótima distração. — Alek zomba.

[PIETRO] Ainda duvida de mim? — Escuto Alek rir, mas ele logo volta a ficar sério.

[ALEKSANDER] Deveria entrar em contato com ele, uma hora ou outra ele vai descobrir onde você está e o que está acontecendo. Não vou conseguir despistar ele por muito tempo.

[PIETRO] Eu sei. Mas por enquanto ele não pode saber. — Suspiro. — Tem muita coisa em comum, principalmente quando falou da Adaga de presente, no segundo assassinato Alek.

[ALEKSANDER] O que exatamente falou? — Pergunta, ainda mais interessado.

[PIETRO] Que iria recriar todos os presentes feitos, mas que precisava de sangue para isso. Que o primeiro que recebeu foi uma adaga com mercúrio liquido. Que de alguma forma ele conseguiu fazer.

[ALEKSANDER] Por Deus, Pierry. Você sabe quantos presentes são? — Sorrio.

[PIETRO] 17 presentes, mas não me importo com nenhum deles, pelo menos não até chegar o último.

[ALEKSANDER] Não pode ser o que estou pensando... aquilo não foi um presente, não pode ter sido. — Pela primeira vez em muito tempo, sinto a tensão na voz do Alek. — Por que 17 presentes?

[PIETRO] Pensa Alek... 07 dias é basicamente uma fase da lua, 01 dia para fazer o efeito e matar. Por que estamos envolvendo lua nesse enigma? No que o veneno foi inspirado? — Pergunto, já sabendo que ele sabe a resposta.

[ALEKSANDER] O veneno foi inspirado em lobos, e eles são ligados historicamente às lendas de lobisomens, que se transformam na lua cheia e a fase da lua dura em torno de 07 dias. — Murmura, entendendo pela primeira vez o que está acontecendo.

[PIETRO] A vítima é escolhida 07 dias antes de morrer. É observada, estudada e então no oitavo dia recebe o ataque fatal e tem o corpo exposto. — Pontuo. — Fui até a cena do crime hoje, não para ajudar a detetive, mas para observar o corpo. Não tinha a marca que ele causa.

[ALEKSANDER] Tem certeza que não é melhor entrar em contato com ele? — Insiste e suspiro.

[PIETRO] Ainda não Alek. Se bem, que não duvido que ele já tenha em mente tudo o que está acontecendo. Hoje quando cheguei na cena do crime, Agatha agiu de uma forma estranha, como se já tivéssemos nos encontrado, o que não aconteceu. — Ouço a risada de Alek e sorrio. — Agora preciso ir, tenho informações para colher.

Desligo a ligação e abro o aplicativo de mensagens, mandando uma para Haelyn que não demora para me responder.

|PIETRO| Oi, Haelyn, o que está fazendo?

|Haelyn| Oi, tio, estou na delegacia com a Agatha. Na verdade, acho que ela está ficando meio louca...

|PIETRO| Meio louca por quê? Ela te fez algo?

|Haelyn| Não seu louco. Ela está rodeando a delegacia procurando alguém, ela jura que viu alguém a observando antes de ir para o Panteão.

|PIETRO| Estou indo até aí para não deixar você sozinha com ela, vai que surta.

Guardo meu celular e pego meu capacete, saio do hotel e pego minha moto, seguindo direto para a delegacia. Não demoro para chegar e quando vejo a cena que se desenrola na minha frente, tenho vontade de voltar.

Agatha está subindo em um poste de iluminação perto de um beco próximo à delegacia, sendo aparada pela Haelyn e Kaden. Me aproximo deles lentamente vendo ela cutucar o que parece ser uma câmera com um graveto.

— O que está acontecendo aqui? — Pergunto e ela se assusta com minha voz, se desequilibrando e caindo em cima da Haelyn, que vai de cara no chão. — Está louca, porra? — Jogo ela para o lado e ajudo Haelyn a levantar.

— Por que diabos você me jogou no chão e não me ajudou a levantar? — Pergunta fazendo uma careta.

— Até onde me lembro não me importo com você. — Passo meu olhar pelo corpo da Haelyn para ver se ela se feriu, mas aparentemente está tudo bem.

— Estou bem, não me machuquei. — Fala olhando nos meus olhos e sorri. Eles crescem tão rápido. — O que está fazendo aqui? — Pergunta curiosa.

— Vim ver se estava tudo bem. — Ela me olha desconfiada.

— Você desconfia de alguém, não é mesmo? — Fico em silêncio e ela tira suas próprias conclusões. — Por isso que você veio para a Itália, sabia que estava acontecendo algo. Não veio porque estava tirando férias. Né, Pietro? — Assinto e ela suspira. — O quão perigoso é?

— Você sabe com quem estamos lidando, sabe perfeitamente o que está acontecendo aqui. O melhor seria você e Kaden largarem isso de mão. — Falo, mesmo sabendo que eles vão continuar devido à Agatha.

— Não podemos simplesmente abandonar ele. Abandonar a Agatha. — Concordo. — Prometo que vou tomar cuidado. Nós vamos tomar. — Haelyn fala e caminha em direção à delegacia, me deixando sozinho.

Analiso o ambiente e vou próximo ao local que Agatha caiu. Me agacho e pego o pequeno papel dobrado e colocado desajeitadamente na parede.

" Il rosso del sangue vi rende liberi. Eu prometi que iria recriar todos os seus presentes, mas para esse eu não precisei de uma gota de sangue sequer. O seu segundo presente foi um jardim de lírios. O mesmo que eu coloquei em seu túmulo assim que partiu. Eles vão lembrar de você, eu te prometo."

Guardo o papel em meu bolso e encaro o pequeno jardim de lírios-brancos em frente à delegacia.

— Ei, o que está fazendo aí sozinho ainda? — Agatha me grita e caminho até ela. — Tudo bem? — Me olha desconfiada.

— Sim, estava vendo o jardim. — Aponto para os lírios. — Muito tempo que foram plantados?

— Se eu te contar você nem acredita. — A encaro e ela se aproxima das plantas. — Esse jardim surgiu do dia para a noite, acho que algum louco fez durante a madrugada. Até tentei olhar nas câmeras de segurança, mas não encontrei nada.

— Quantos dias que elas surgiram?

— 07 dias... — Responde e assinto. — Pelo menos estão enfeitando a delegacia. Gosto delas. Mas agora preciso ir descansar, sinto que não durmo desde que os assassinatos aconteceram.

— Vai descansar, Agatha. — Ela me dá um meio sorriso e vai para o seu carro.

Espero até que esteja sozinho em frente à delegacia e arranco uma das flores saindo logo em seguida.

LAMARTINEOnde histórias criam vida. Descubra agora