Prestem atenção nos detalhes, talvez uma palavra faz tudo mudar... rs
Pensei em criar um canal de comunicação mais fácil nas redes vizinhas, o que acham?
Roma, Italia
Pietro Castellano
Estava na Itália com um único propósito: caçar esse aspirante a assassino que está me causando um pouco de dor de cabeça. Já havia repassado todo o plano para pegá-lo em minha cabeça, mas infelizmente a Agatha tinha que estar de frente no caso.
Ela era um problema, mas não era o meu problema. Sei que ela é esperta, mas não o suficiente para pará-lo sozinha. Não sei nem se eu consigo.
Havia chegado há poucos minutos em casa, depois de ter mandado Agatha para a próxima cena do crime. Mas infelizmente ela não iria encontrar nenhum corpo por hoje no local. Conheço perfeitamente o modus operandi de quem procuramos. Sinto meu celular tocar e atendo prontamente.
[PIETRO] Já despistei a detetive, ela vai ficar ocupada, por um tempo.
[ALEKSANDER] Ótimo, tenho certeza que você arrumou uma ótima distração. — Alek zomba.
[PIETRO] Ainda duvida de mim? — Escuto Alek rir, mas ele logo volta a ficar sério.
[ALEKSANDER] Deveria entrar em contato com ele, uma hora ou outra ele vai descobrir onde você está e o que está acontecendo. Não vou conseguir despistar ele por muito tempo.
[PIETRO] Eu sei. Mas por enquanto ele não pode saber. — Suspiro. — Tem muita coisa em comum, principalmente quando falou da Adaga de presente, no segundo assassinato Alek.
[ALEKSANDER] O que exatamente falou? — Pergunta, ainda mais interessado.
[PIETRO] Que iria recriar todos os presentes feitos, mas que precisava de sangue para isso. Que o primeiro que recebeu foi uma adaga com mercúrio liquido. Que de alguma forma ele conseguiu fazer.
[ALEKSANDER] Por Deus, Pierry. Você sabe quantos presentes são? — Sorrio.
[PIETRO] 17 presentes, mas não me importo com nenhum deles, pelo menos não até chegar o último.
[ALEKSANDER] Não pode ser o que estou pensando... aquilo não foi um presente, não pode ter sido. — Pela primeira vez em muito tempo, sinto a tensão na voz do Alek. — Por que 17 presentes?
[PIETRO] Pensa Alek... 07 dias é basicamente uma fase da lua, 01 dia para fazer o efeito e matar. Por que estamos envolvendo lua nesse enigma? No que o veneno foi inspirado? — Pergunto, já sabendo que ele sabe a resposta.
[ALEKSANDER] O veneno foi inspirado em lobos, e eles são ligados historicamente às lendas de lobisomens, que se transformam na lua cheia e a fase da lua dura em torno de 07 dias. — Murmura, entendendo pela primeira vez o que está acontecendo.
[PIETRO] A vítima é escolhida 07 dias antes de morrer. É observada, estudada e então no oitavo dia recebe o ataque fatal e tem o corpo exposto. — Pontuo. — Fui até a cena do crime hoje, não para ajudar a detetive, mas para observar o corpo. Não tinha a marca que ele causa.
[ALEKSANDER] Tem certeza que não é melhor entrar em contato com ele? — Insiste e suspiro.
[PIETRO] Ainda não Alek. Se bem, que não duvido que ele já tenha em mente tudo o que está acontecendo. Hoje quando cheguei na cena do crime, Agatha agiu de uma forma estranha, como se já tivéssemos nos encontrado, o que não aconteceu. — Ouço a risada de Alek e sorrio. — Agora preciso ir, tenho informações para colher.
Desligo a ligação e abro o aplicativo de mensagens, mandando uma para Haelyn que não demora para me responder.
|PIETRO| Oi, Haelyn, o que está fazendo?
|Haelyn| Oi, tio, estou na delegacia com a Agatha. Na verdade, acho que ela está ficando meio louca...
|PIETRO| Meio louca por quê? Ela te fez algo?
|Haelyn| Não seu louco. Ela está rodeando a delegacia procurando alguém, ela jura que viu alguém a observando antes de ir para o Panteão.
|PIETRO| Estou indo até aí para não deixar você sozinha com ela, vai que surta.
Guardo meu celular e pego meu capacete, saio do hotel e pego minha moto, seguindo direto para a delegacia. Não demoro para chegar e quando vejo a cena que se desenrola na minha frente, tenho vontade de voltar.
Agatha está subindo em um poste de iluminação perto de um beco próximo à delegacia, sendo aparada pela Haelyn e Kaden. Me aproximo deles lentamente vendo ela cutucar o que parece ser uma câmera com um graveto.
— O que está acontecendo aqui? — Pergunto e ela se assusta com minha voz, se desequilibrando e caindo em cima da Haelyn, que vai de cara no chão. — Está louca, porra? — Jogo ela para o lado e ajudo Haelyn a levantar.
— Por que diabos você me jogou no chão e não me ajudou a levantar? — Pergunta fazendo uma careta.
— Até onde me lembro não me importo com você. — Passo meu olhar pelo corpo da Haelyn para ver se ela se feriu, mas aparentemente está tudo bem.
— Estou bem, não me machuquei. — Fala olhando nos meus olhos e sorri. Eles crescem tão rápido. — O que está fazendo aqui? — Pergunta curiosa.
— Vim ver se estava tudo bem. — Ela me olha desconfiada.
— Você desconfia de alguém, não é mesmo? — Fico em silêncio e ela tira suas próprias conclusões. — Por isso que você veio para a Itália, sabia que estava acontecendo algo. Não veio porque estava tirando férias. Né, Pietro? — Assinto e ela suspira. — O quão perigoso é?
— Você sabe com quem estamos lidando, sabe perfeitamente o que está acontecendo aqui. O melhor seria você e Kaden largarem isso de mão. — Falo, mesmo sabendo que eles vão continuar devido à Agatha.
— Não podemos simplesmente abandonar ele. Abandonar a Agatha. — Concordo. — Prometo que vou tomar cuidado. Nós vamos tomar. — Haelyn fala e caminha em direção à delegacia, me deixando sozinho.
Analiso o ambiente e vou próximo ao local que Agatha caiu. Me agacho e pego o pequeno papel dobrado e colocado desajeitadamente na parede.
" Il rosso del sangue vi rende liberi. Eu prometi que iria recriar todos os seus presentes, mas para esse eu não precisei de uma gota de sangue sequer. O seu segundo presente foi um jardim de lírios. O mesmo que eu coloquei em seu túmulo assim que partiu. Eles vão lembrar de você, eu te prometo."
Guardo o papel em meu bolso e encaro o pequeno jardim de lírios-brancos em frente à delegacia.
— Ei, o que está fazendo aí sozinho ainda? — Agatha me grita e caminho até ela. — Tudo bem? — Me olha desconfiada.
— Sim, estava vendo o jardim. — Aponto para os lírios. — Muito tempo que foram plantados?
— Se eu te contar você nem acredita. — A encaro e ela se aproxima das plantas. — Esse jardim surgiu do dia para a noite, acho que algum louco fez durante a madrugada. Até tentei olhar nas câmeras de segurança, mas não encontrei nada.
— Quantos dias que elas surgiram?
— 07 dias... — Responde e assinto. — Pelo menos estão enfeitando a delegacia. Gosto delas. Mas agora preciso ir descansar, sinto que não durmo desde que os assassinatos aconteceram.
— Vai descansar, Agatha. — Ela me dá um meio sorriso e vai para o seu carro.
Espero até que esteja sozinho em frente à delegacia e arranco uma das flores saindo logo em seguida.
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LAMARTINE
RomanceFaziam exatos 15 anos desde a última vez que Pietro viu os olhos de uma das pessoas que ele mais amou durante toda sua vida. Aiyana. Aiyana Lamartine. Até os dias de hoje, sua morte nunca foi esclarecida, as autoridades simplesmente abandonaram o...